Mesmo com canteiros suspensos, faça seu jardim. (Autor Ricardo de Faria Barros, Ricardim)




Veja a foto desse canteiro. Ali era antes um caminho de formiga, um lugar sem muita formosura, no qual o muro encontrava-se com a terra. Terreno em declive, que por ter solo pobre e muito exposto ao sol nada florescia.

Um dia no qual meu marido de aluguel estava em casa tive uma ideia, por que não fazer ali, com resto de materiais que tinha: tijolos e barro de jardim, um canteiro suspenso, forrando sua base com sacos plásticos, para que a grama não sufocasse as tenras raízes.

Chamei o Jackson, meu "faz de um tudo", detalhei o projeto, e enquanto ele "levantava" as paredes dos canteiros eu fui comprar flores, daquelas do tipo que gostam de sol, poucos cuidados e estão sempre belas, tais como pessoas positivas com as quais cruzamos.
Optei por Marias Sem Vergonha e as Onze Horas, plantei em época de final de seca, resto de outubro, e sempre que chegava do trabalho as regava.
Hoje, elas estavam radiantes. Fizeram uma moldura de singela beleza, em toda a extensão do muro, de uns 20 metros, para dizer-nos, vamos lá: ânimo.

Você pode estar está triste pelo Chape, com o Governo, com seu patrão, com seu love, com a chuva, com o sol, com os que aprovam coisas não éticas. Pode, e é teu direito.

Temos direito à tristeza, que desafia uma sociedade medicamentosa que nos ilude ao querer prescrever alegrias, em forma de tarjas-pretas, ao menor sinal de um cenho franzido.

Mas, cuide do jardim de teu coração. Faça nele canteiros com plantinhas resistentes às formigas, sol e terreno pobres de nutrientes, para que flores desabrochem em teu viver.
Não deixe que o pessimismo murche teus dias. Cuide de teu jardim interior, busque momentos de paz, contemplação, meditação.

Não entristeça teus dias, por conta de tudo que lê, fala, ouve ou testemunha de ruim.

Altere seu modelo mental, trocando de estações, vez por outra. Como alterei o modelo daquele pé de muro, que antes dele era apenas um sem graça caminho de formigas. Tire alguns momentos do dia para sintonizar-se em boas estações.

Com isso não quero dizer para entrar numa bolha, e negar a tristeza, ou ou decepção com as instituições. Pelo contrário, apenas apelo para que não se deixe levar por esse sentimento de desamparo, resignação e rabugice.

Ainda há muitas flores, à beira dos canteiros de tu coração, só esperando uma chance para serem semeadas, cuidadas e florescerem.

Apesar das formigas emocionais, pobreza de espírito e comportamentos causticantes que lhes rodeiam.

Aprenda a buscar a paz, em meio à guerra. Tenho lido relatos de
pessoas que estão entrando em sofrimento emocional, pelo tanto de coisas ruins que consomem.

Elas estão perdendo capital espiritual. Murchando e ficando descrentes de tudo, todos e até de si mesmas.

Bora, vamos fazer nossos canteiros suspensos, desafiando a realidade, fazendo brotar em nossos corações cansados flores de acolhimento, de amizade, de solidariedade, de ternura e coragem.
Para finalizar a obra, pintei de branco a mureta tosca que criei para preservar a terra dos canteiros. Agora estava bacana.

A pintura do branco da paz, era um chamado ao olhar, um destaque no tijolo, para acolher a visão dos apressados, ansiosos, nervosos e preocupados, que sobem os descem a rua Caminho da Esperança, sem pararem para olhar as beiradas do viver deles, que ainda está legal, pelo alto nível de cortisol e adrenalina em que estão imersos.

O canteirinho branco diz a eles: venha, olhe para cá: aqui tem um local de paz, descanse suas vidas nele, e alimente-se de eternidades, assim como abelhas, beija-flores, e corações amorosos o fazem.
Deixe que a poesia desgele teu coração. Aposto que tu se sentirás melhor, e mais forte para enfrentar as dificuldades do tempo presente.

No meu caso, e no de muitos que me leem, acresça à poesia, a fé.
Escute Jesus falando-te nesse momento em que está desanimado: "No mundo tereis aflições. Mas, tende bom ânimo, Eu venci o mundo."

Então, vamos lá criar mais canteiros de flores emocionais.

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