tag:blogger.com,1999:blog-36556465278794723022024-03-12T21:39:06.381-03:00Bode com Farinha - Psicologias do CotidianoRicardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.comBlogger777125tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-7525262593206293502024-01-28T10:16:00.001-03:002024-01-28T10:21:00.381-03:00A Generosidade da Marcela<p> </p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Vo6RincCJD123R9Ss_6amcipt9NWYINQnQb3T51po_hVIKy-p67ANDmFGPiuMulk91t-NdXxmyUY4Rf2LIQgeAeHGEsSI2egL3POt2xY0j-htCZNyn6Ok3WqVEWAPveXYkLDD04ZS3pEZblmvJhEYg5OEfkjWn7lUsBxPQjWtEfOIbfRZGXUynTzesM/s4000/1706302063735.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="4000" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Vo6RincCJD123R9Ss_6amcipt9NWYINQnQb3T51po_hVIKy-p67ANDmFGPiuMulk91t-NdXxmyUY4Rf2LIQgeAeHGEsSI2egL3POt2xY0j-htCZNyn6Ok3WqVEWAPveXYkLDD04ZS3pEZblmvJhEYg5OEfkjWn7lUsBxPQjWtEfOIbfRZGXUynTzesM/s320/1706302063735.jpg" width="320" /></a></div><br />Enquanto dirigia para a roça, os pensamentos faziam caracóis
em minha alma, do tipo cinzentos e sem vigor. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Eu fazia contas do que ainda precisava investir, para que a
construção se desse por acabada. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Lembrei
de uma frase de meu pai: “obra nunca acaba”. E ele estava certo, uma coisa vai
puxando a outra, vamos nos empolgando, e o saldo bancário vai ficando raquítico.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Entrando na BR 060, sentido Brasília-Goiânia, vejo um belo arco-íris
à minha frente. Daqueles de tirar o fôlego de tão belo. Como o trânsito estava
carregado, e chovia, pude ir contemplando aquele presente de Deus por um bom
tempo. Senti o calor de generosidade vindo da natureza e aquecendo meu ser. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os pensamentos cinzentos foram se dissipando, e uma tênue
luz em minha alma acendeu. Suficiente para direcionar meus pensamentos para as
coisas boas e belas da vida, guardando por hora, numa gavetinha de
preocupações, a questão da obra. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Já fazia planos de olha r perua que tava chocando uma ninhada.
De averiguar se as pitayas tinhas segurado, após a floração, e se o machucado
no vira-lata Pirata, fruto de uma briga com o labrador Nino, tinha sarado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Entrando em Santo Antônio do Descoberto-GO, paro numa
padaria de esquina, que é um de meus points de café madrugueiro, em direção à
chácara. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Peço dois pães na chapa, e com ovo, e pra viagem. Pois que gosto
de tomar café com o Júnior, o caseiro, quando chego por lá. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E um café pra tomar ali mesmo, enquanto espero os pães
ficarem prontos.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR63zr22Q42XrVUUz_3d1UfgcJpZihA6a_V_u2W8TuXjMcyeMnmkaYFqdJVYByrWLR05rCnVNpLAWJRJtcDAx8iDdTOEM4PmVWb5qFoVa-J8XS5PTixh2bZQBXbf_fqbvLu8RFfz0bqrII3AzlwIFlUz7cpVWW9SUh_kbtmBSxw6Fl3x9qjg6w951Ogh0/s1280/Slide3.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR63zr22Q42XrVUUz_3d1UfgcJpZihA6a_V_u2W8TuXjMcyeMnmkaYFqdJVYByrWLR05rCnVNpLAWJRJtcDAx8iDdTOEM4PmVWb5qFoVa-J8XS5PTixh2bZQBXbf_fqbvLu8RFfz0bqrII3AzlwIFlUz7cpVWW9SUh_kbtmBSxw6Fl3x9qjg6w951Ogh0/s320/Slide3.JPG" width="320" /></a></div><p class="MsoNormal">Eis que me aborda um senhor com a sua filha de uns 13 anos. Ele tinha um
capacete numa das mãos, na outra segurava sua filha, que estava com fardamento
infantil. Ele me pergunta se eu estou de carro e se eu poderia leva-lo com a
filha no Colégio, pois que a moto dele arriou a bateria, e não pegava de jeito
algum, na saída da padaria.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Falei que lógico que sim, e pedi que a moça me desse a
conta, para eu adiantar o pagamento para não os atrasar mais ainda. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tudo resolvido me aproximo deles e chamo para a carona. Aí
ele me mostra que está com uma chave de um carro. E que levará a filha na
escola e voltará pra entregar o carro, e resolver a moto. E que é o carro da
atendente que nos servia, que ouviu a história dele, e que se compadeceu, emprestando
generosamente o carro dela.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ele partiu com a filhota e eu não conseguia partir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fiquei um bom tempo dentro de meu carro, degustando aquela
cena que acabara de testemunhar. De imensa generosidade para com o próximo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No outro dia, parando novamente, eu a abordei e perguntei-lhe
o seu nome. Ela se chama Marcela. E eu reconheci o gesto dela de emprestar o
carro, ao que ela me respondeu, com humildade e um sorriso discreto, “Não foi
nada não, ele é um cliente daqui...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fiquei me perguntando em quantos estabelecimentos que sou
cliente, se eu precisasse de um carro, qual atendente, ou proprietário, me
cederia seu veículo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não, Marcela!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que tu fizeste foi muito mais do que um “foi nada não”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tu foste generosa sem medir as consequências de teu ato. Sem
fazer uma análise de riscos. Sem temer algo que pudesse ocorrer no caminho, e
te prejudicar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Apenas tu agiste. Seguindo o arco-íris de teu coração, tu
transformaste o dia daquele pai e filha. E tornou o mundo melhor com a tua
presença.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Precisamos de Marcelas no mundo. Precisamos Marcelar a vida
vez por outra, e tornar a ser bom, generoso e gentil. Fazer algo que surpreenda
alguém, sem antever algum lucro, ou vantagem com o gesto. Só pela simples
alegria de servir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Estamos ficando tão apegados ao material, cheios de
individualidades, que abrir em nossas agendas pessoais espaço para generosidade
vai rareando. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E precisamos dela. A coletividade precisa de generosidades.
Eu preciso. Tu precisas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quem recebe algo de forma generosa fica mais forte para
enfrentar as dificuldades da vida. Que faz um ato generoso melhora a fluidez
emocional positiva, fica mais são, mentalmente falando<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E se estabelece uma corrente do bem. Quem recebe
generosidade quer doar generosidade. E todos vão ganhando. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Num sistema no qual as pessoas vão sendo confundidas com
objetos de produção, é revolucionário dizer não, e ousar semear generosidades
vadias, pelo nosso caminhar. É um ato de coragem, neste mundo tão egoísta, ser generoso e partilhar. <o:p></o:p></p>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-21972744053074136632023-01-22T19:52:00.014-03:002023-01-23T06:44:43.727-03:00Sofia, vamos ver o sol nascer! (Por Ricardo de Faria Barros)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwGsTRVvxYyhMGRZpRjoiqneEgAGez7jo0k2WAzMzDQQ_kboPglz5EjSW4WhNFlOOcvW_C5F0ZHqdx_9K0CNcZom1-N3Lzfzk3mb_daXC0u3xmSQJTPDZ7Jhctmdjm1HjX0wYTZ7QpKJePWXm0AeE_Y2z_9ZP6J-VlQy_MYaDuJNVYsTW9Lkb7Oeod/s4608/IMG_20230113_051532.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwGsTRVvxYyhMGRZpRjoiqneEgAGez7jo0k2WAzMzDQQ_kboPglz5EjSW4WhNFlOOcvW_C5F0ZHqdx_9K0CNcZom1-N3Lzfzk3mb_daXC0u3xmSQJTPDZ7Jhctmdjm1HjX0wYTZ7QpKJePWXm0AeE_Y2z_9ZP6J-VlQy_MYaDuJNVYsTW9Lkb7Oeod/s320/IMG_20230113_051532.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Sentei-me na varanda da casa de
meus pais, contemplando os belos tons de um pôr do sol. Contudo, nada obstante a paz do entardecer, tudo naquele instante me soava um tanto estranho. Como se fora uma primeira vez.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">É que a nossa casa, outrora tão
barulhenta, e com uma profusão de familiares e amigos que a frequentavam, agora
fazia reverência ao silêncio.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">A vizinhança também contribuía,
com lacunas de sons que falam, ou que faltam, presentes na partitura do tempo,
de um tempo que sabe compor saudades, inclusive daquilo que não chegamos a ser.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Em cada recanto daquele terraço, havia um pedaço de papai, ouvindo nossas histórias. De Guia, chegando de um mandado,
e sempre a sorrir; e de Celina, convidando-nos para irmos logo para a cozinha, jantar.
Ao que fingia que ficava brava, quando pedíamos só mais um tira-gosto. E não
tem mais a Mel, a se enroscar em nossas pernas, pedindo um carinho, um dengo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">No infinito, badalavam os acordes
do sino do Mosteiro das Clarissas, celebrando as 18h, e irrompendo os sons do silêncio
com aquela melodia afetiva: “bem, bem, bem, bem, bem, bem!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">A luz do poste se acendeu, como
quem quer acordar os interiores de alma, para que iluminadas possam acolher,
com serenidade, o fluxo do rio de suas histórias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Mirei os olhos na mureta, de acesso
da calçada para a varanda, e lembrei-me de que meus filhos nelas se sentavam, e
sobre aquele gramado brincavam. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Quantas fotos registrei deles
ali, naquele cantinho de tanta harmonia!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Na sala de visitas, mamãe adentra, falando
alto ao celular.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Ela proseava com a tia Darcy, que
mora em SP.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Logo depois, mamãe adentrou à
varanda, para contar-me as novidades da tia. E a maior delas era que tia Darcy tinha
encontrado uma carta de vovó, escrita para ela há muito tenpo, e que a carta era
muito significativa e cheia de bons afetos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Quis o mistério do tempo que
aquela carta ficasse perdida, em meio a importantes documentos, daqueles que
sempre carregamos conosco, tipo escrituras e assemelhados, e que ao revirá-los
ela foi encontrada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Foi como se minha tia recebesse
um afago do tempo, ao ter acesso à tão precioso registro, que em condições
normais, crise à crise, mudança à mudança, migração à migração, teria sido
extraviado. Como tantos que um dia guardamos, um dia esquecemos, um dia perdemos...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Lembrei do que falei pra minha
neta, a Sofia (1 ano), sobre o nascer do sol que ela estava vendo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><i><b>“Sofia, quer você queira, quer
não queira, ele irá nascer. E no final do dia ele vai se recolher, dando espaço
para que a noite comece o seu próprio acontecer. Então, neta amada, aproveite o
dia, pois ele passará”.</b></i><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Acho que ela não entendeu muita
coisa. Mas, foi mais ou menos assim que falei pra ela. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">O que eu quis dizer é que a vida
segue sua jornada. O sol nasce, se põe... e mais um dia nos ocorreu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">O que vai de fato diferenciar, um
dia do outro, um nascer-pôr do sol, não são as condições climáticas. Mas, o que
naquele dia fizemos para eternizá-lo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como a carta da vovó para Tia
Darcy.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como o carinho de minha mãe ao
caprichar, numa de minhas jantas, com um bode com farinha, mesmo que a Fátima dissesse
a ela que não sabia preparar bode. E ficou divino.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como meu tio Ednaldo, ajudando a
tia Cléo a preparar uma Traíra, com o que ele sabia fazer, que era martelar o dorso
do peixe para cortá-lo em postas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como a Celina que nos espera
amanhã em Alcantil, para um dedo de prosa e um almoço daqueles...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como a Guia que aceitou ficar com
a nossa querida Mel, uma cachorrinha dócil e amiga.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Percebem que são nossas pequenas
atitudes, ao longo de um dia, o que vai dando sentido à vida, e com o qual ela vai sendo preenchida, e nas
esquinas do futuro será lembrada?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">E, por falar em sol, a única
coisa que diferenciará um dia do outro, na composição das melodias de nosso
viver, e o que faremos com o nosso sol interior. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><b>A quem iluminaremos, com a nossa
presença no mundo, com gestos e atitudes concretas?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><b>Por quem nos deixaremos ser
iluminados, aquelas pessoas que nos fazem sentir parte de uma Constelação
quando estão em nosso convívio?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><b>A quem aqueceremos com amor,
ternura, respeito, paz e compreensão?<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><b>Quem deixaremos que nos aqueça, tirando-nos
do útero da solidão?</b><o:p></o:p></p>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-14985307724652413422022-10-16T11:56:00.011-03:002023-01-10T19:42:07.136-03:00Não é apenas um bolo. É redenção, superação, reinvenção... (Por Ricardo de Faria Barros)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAQ_L3keZOXmIubHhkqknhXTA4D4rjEWU3kYzNre1rE_SbdHDYR41GqNygn6Fyohqp-wIueuTAVgmVMivVzKbU-xmFNVlMOrq-ODbE10POu98jKaYGN3z6z0YevONQA2b5PfGo8GJUFR9TebSevyD8jR1CZVaeKJ6ngM8pSJeE7Zl4OCujrvRyKJ3N/s1719/1665931682104.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1719" data-original-width="1442" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAQ_L3keZOXmIubHhkqknhXTA4D4rjEWU3kYzNre1rE_SbdHDYR41GqNygn6Fyohqp-wIueuTAVgmVMivVzKbU-xmFNVlMOrq-ODbE10POu98jKaYGN3z6z0YevONQA2b5PfGo8GJUFR9TebSevyD8jR1CZVaeKJ6ngM8pSJeE7Zl4OCujrvRyKJ3N/w335-h400/1665931682104.jpg" width="335" /></a></div><br /><br /></div><br />Entrei na cozinha da Girlane e ela estava animada. Dançando ao som dos Aviões do Forró, enquanto mexia algo no fogão.<br />Cheguei mais de perto e vi que eram bananas, que eram fritas na manteiga, e em seguida polvilhadas com canela. <br />E aquele cheiro gostoso enebriava o ar daquela cozinha. Que junto à música e à alegria genuína da Girlane, criavam uma atmosfera de acolhimento e paz. Adoro cozinhas. Creio que elas são a morada do afeto, lugar de encontros, diálogos e de muita amorosidade. Quando alguém te chamar para a cozinha da casa, pode ter certeza de que tu és especial para esta pessoa. <br />Voltando à animação era que era que tinham aparecido mais dois pedidos de bolos de banana, um para as 17h, e outro para as 19h, numa semana em que as vendas estavam fraquíssimas. E que as bananas, previamente compradas da Marcilene, iriam estragar sem serem usadas. <br />Salivando, lembrei-me do meu primeiro bolo que comi, vindo da Girlane Bolos. Foi um presente que meu filho mandou pra minha mãe, no Dia das Mães. E eu estava em Campina Grande-PB, com minha mãe, e pude saborear aquele manjar, ao lado dela. <br />Tem preço isso? <br />Não sou muito de comer doce, mas aquele bolo me conquistou. Na verdade, aquilo lá não é um bolo, é uma torta de banana que junto ao leite moça, farinha de trigo, ovos e outros produtos (que ela não revela nem a pau) a tornam uma iguaria. Daquelas de se comer ajoelhado, agradecendo a Deus. <br />Na cozinha, a dancinha de forró continuava, e tome bananas na frigideira! Cada torta leva uma “palma” de bananas, algo em torno de 12 bananas. E, após botar montar as bananas na forma, junto com os demais ingredientes, numa montagem que por si só daria uma crônica, ela o coloca no forno, para em 30 minutos ficar pronta. <br /><br />Voltando para onde eu estava, de seus olhos saem orvalhos marejados. Que ela tenta disfarçar. <br />Pergunto-lhe o que ocorre, por que ela está emocionada? <br />Aí ela me conta que eram lágrimas de felicidade, porque aquele bolo-torta de banana era sua redenção. Era sinal de esperança em sua vida e da bondade de Deus. <br />Como adoro uma história, fui fuçando para saber um pouco mais. <br />Não sei você, que me lê, mas eu adoro uma memória afetiva de alguma comida. Adoro saber sua história e o que está por trás da vida de quem a produz. <br />Não sem razão meus olhos brilharam no Globo Rural de hoje, dia 16/10/2022, ao ver a história dos produtores do queijo da Canastra, uma região de Minas Gerais. <br /><br /><div>Girlane me contou que quando se separou, em 2020, ela perdeu tudo que tinha, pois que foi uma separação litigiosa, e como ela trabalhava para o ex-marido, além de ficar desempregada, ainda ficou com os bens, objeto da partilha, bloqueados para venda, pois que estão, ainda hoje, sub judicie. Aguardando a decisão judicial.<br />Então, de um dia pra outro, ela se viu sem eira e nem beira, como dizemos por aqui no Centro-Oeste. Ou seja, falida e mal paga! E com uma filha pra alimentar e criar, além dela mesma. <br />Aí teve a ideia, estimulada pela filha Mariana, de fazer uma receita de bolo-torta de banana que recebeu da professora Fátima, da escola Municipal Luiz J. Avelino, no bairro do Jeremias, em Campina Grande-PB. Girlane já houvera trabalhado lá, como Secretaria. E ela tinha guardada a receita.<br /><br />Mas, e com que dinheiro compraria o material necessário para começar? As formas de bolo, a frigideira, a batedeira, e os insumos? Pois que o ex-marido rapou tudo que tinha na casa, como forma de puni-la por ter querido a separação? <br />Aí apareceu a anja da guarda Patrícia, uma de suas melhores amigas, aposentada do Banco Itaú, que sensibilizada pelo desfecho horrível que o divórcio tomara, a emprestou-deu R$ 500,00 reais, para pagamento um dia qualquer, num futuro distante. Sem juros nem pressa. <br />Fico aqui marejando a alma com este gesto da amiga Patrícia. Que não a deixou só, naquele momento tão difícil, que só quem já se separou sabe de onde falo. <br />Patrícia teve muita sororidade, que é a empatia entre mulheres. <br />Então, com aqueles recursos ela foi no Atacadão fazer as compras dos recursos que seriam necessários. <br />Mariana, sua filhota, que à época tinha 23 anos, foi a maior incentivadora. Não deixou a mãe ficar desanimada, nenhum minuto sequer. Não soltou a mão da mãe. <br />E, naquele início de 2020 ela começou a produzir e vender os bolos. Um negócio impulsionado no Instagram (@girlaneboloss) pela filhota Mariana, e pela rede de amigos de ambas. <br />Contou-me que cada bolo vendido era direcionado para custear as despesas de seu lar: água, luz, ração para cachorros, material de limpeza e alimentação. Até que aparecesse uma outra remuneração, aqueles bolos foram os bolos da salvação. Como se diz no Nordeste, aqueles bolos foram “a safra de umbu”. Que quando chega salva o produtor rural que vem de meses numa seca, e agora na beira das estradas vende os umbus e consegue sobreviver mais uns meses. <br />A procura de um emprego formal seguia desesperada. Era início de 2020, e nada aparecia. E, o pior, chega à pandemia, e adeus aparecerem vagas de empregos formais no Brasil. Então, sua única fonte de renda passou a ser a venda dos bolos, e que sem eles tudo teria sido muito mais difícil. <br />O despertador apita os 30 minutos. Ela retira do forno o primeiro bolo-torta e começa o trabalho de desenformá-lo. Fico ansioso, temendo que aquilo lá se desmonte. Mas, com um jeitinho que só ela tem, o bolo-torta cai sobre a plataforma da embalagem, sem se despedaçar. E aí é que o cheiro fica bom mesmo. E aquela obra de arte fica convidativa ao prazer do degustar. <br />Girlane me conta que a maior dificuldade, na pandemia, era encontrar boas bananas, do tipo prata. E que os preços subiram muito. Um dia, ela contou os trocados que restaram, da venda de um bolo, e depois que tirou o que precisava para a gasolina do carro (que usa nas entregas) e comprou o item mais caro da receita, o leite moça, sobraram 5 reais que dariam pra comprar duas palmas de banana. Ou seja, daria pra dois bolos. Ela foi na mesma pessoa que vinha comprando. Ele pediu 6 reais nas duas palmas. Ela só tinha 5 reais. Tentou negociar, pechinchar, deixar aquele um real que faltava no pendura. Mas, aquele feirante não estava num dia bom. E a tratou com rispidez, sem fornecer qualquer desconto e fechando a cara. <br />Ela chorou por dentro. O filme de sua vida passou, bateu medo, desesperança, agonia. Nem sentia o chão de tamanha humilhação que passou. <br /><br />Com olhos cheios de sofrimento, vagou atônita por entre feirantes, e passou pra o outro lado da rua, onde também têm barracas. <br />Macilene, ao olhar para Girlane, leu os sons do silêncio dela. Leu a alma. Viu de onde ela falava, e o que estava passando. Teve empatia e sororidade ao sofrimento dela. Macilene também tem uma filha e isto gerou mais uma ponte de afeto entre elas. <br />E, não só deu o desconto, nas palmas de banana, como ainda vendeu outros produtos, e no fiado. <br />Achei belíssima a sororidade de Macilene para com a Girlane. Sororidade é a quando uma irmandade, empatia e parceria entre mulheres acontece. E aí, entre elas, se faz mágica, mística, magia e mistura boa de afetos. <br /><br />Macilene é agricultora familiar há dez anos. Ela tem uma um sítio em Alagoa Nova, cidade que dista 30 km de Campina Grande-PB, no qual produz, junto com o maridão e família, os melhores hortifrutigranjeiros da feirinha do Zé Pinheiro. E tudo sem agrotóxicos, com geração de emprego e renda locais, e produzidos com o maior esmero. Ela acorda com o maridão todas as madrugadas, para colher os produtos e já comercializá-los pelas 6 da manhã. E sua vida não é nada fácil, nem glamorosa, como as que vi no Globo Rural dessa manhã. Não é nada fácil vida de pequenos agricultores familiares que comercializam produtos sem muito valor agregado, verdadeiras comodities rurais, cujo lucro muitas das vezes é bem pequeno, e que ainda são explorados por atravessadores e grandes de redes varejistas. Diferente dos produtores de queijo da Serra da Canastra. Por isso adoro comprar em feiras livres, e de produtores locais. <br /><br />Entre uma dancinha e outra, agora não mais chorando, ela me contou que nos momentos mais difíceis a Macilene a emprestava dinheiro, para ela comprar outras coisinhas que não vendiam na sua banca, e que estavam faltando em casa. Além de deixar na “Caderneta de Fiado” os itens de sua própria banca. <br />E que sempre entendeu quando ela dizia que “tinha deixado a bolsa em casa com o dinheiro”. <br />Não fazia perguntas, não a humilhava, apenas anotava no caderninho e a abraçava. Como quem diz, um dia tua vida vai melhorar! <br />Hoje a filha da Girlane, a Mariana, está empregada em Brasília. É advogada e das boas. Girlane também terminou seu curso de Direito, e trabalha como advogada na área na prefeitura de Campina Grande-PB. Patrícia vive de boa, em João Pessoa, curtindo a vida de aposentada e vem sempre em Campina, ficando na casa de Girlane, são amigas fiéis. Macilene tornou-se da família, e ambas ainda são grandes amigas. <br />E Girlane ainda tem a mesma alegria ao receber um pedido de bolo, que entre um estudo e outro, pra concurso, e uma ida no trabalho, ela consegue produzir. <br />Quem consome o bolo-torta da Girlane, está consumindo uma memória afetiva, uma bênção, uma história de redenção, de resiliência, superaçãio, de coragem, de garra e sororidade. <br /><br />Aquele encontro, entre elas, que até hoje persiste, foi Deus quem providenciou. Inclusive a negativa do desconto, do vendedor rabugento, que a humilhou por ela não ter um real para completar a compra. Girlane e Macilene têm a coragem de sobreviventes. Que não têm tempo para ficar chorando o ontem, nem ansiando um amanhã que não chega nunca. O tempo delas se movimenta no presente. Conjugado com os verbos do resistir, insistir e persistir em subverter a ordem reinante, e empunhar a bandeira da esperança e vida! E no aqui e agora. <br /><br />E, sobre o vendedor que não deu um desconto, nem deixou um fiado, quantas portas fecharam para nós, e que depois vimos que aquilo lá possibilitou que outras, melhores e maiores, fossem-nos abertas? Não é? Se não fosse ele, elas não teriam se conectado. <br /><br />Obrigado Girlane, Patrícia, Mariana e Macilene, vocês nos ensinam muito, nestes tempos de tão pouca empatia e resiliência que vivemos.</div><div><br /></div><div>"Esta crônica que você me mandou pelo whatapp só reforça o caminho que estou trilhando. É o caminho certo do bem, e para o bem. A vida vai nos ensinando e o tempo vai trazendo o tom de cada coisa que a gente almeja e luta no dia a dia. E é isso!. A vida ensina e o tempo traz o tom, em tudo que que vem acontecendo em minha trajetória ". <br /> </div><div><br />Na foto: Girlane e Patrícia; Girlane e Mariana (sua filhota), Girlane e Macilene. Girlane e este que vos escreve. <br /><br />Se você estiver em Campina, e quiser encomendar o bolo-torta da redenção, é só clicar aqui:<br /><br /><a href="https://l.instagram.com/?u=https%3A%2F%2Fwa.me%2Fmessage%2FJ2VJ5RNRU2QSD1&e=ATMQhTx4yL6SkNg80M26vd14hFEevZGaCWAszKA-ra8TVYpEFvRYVkE2moaGDuLYj7sCmNaO7xZoZeYRc8wSZomEczdlMryMKrjsDac&s=1">https://l.instagram.com/?u=https%3A%2F%2Fwa.me%2Fmessage%2FJ2VJ5RNRU2QSD1&e=ATMQhTx4yL6SkNg80M26vd14hFEevZGaCWAszKA-ra8TVYpEFvRYVkE2moaGDuLYj7sCmNaO7xZoZeYRc8wSZomEczdlMryMKrjsDac&s=1</a>)</div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-28234355068037912512022-10-03T10:26:00.008-03:002022-10-03T19:03:53.238-03:00Graveto a Graveto, à reconstrução! (Por Ricardo de Faria Barros)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxCfFsQ61_Ul2fdPQGgHpEXBCUB-olLtnmT7SPE3muxjUG-wzawRYNyYeaU-ONtc7An7uS5aInBHOlj0U7QMyGdS-gKoy0_D9KfE8zmnVP3zFlLCnwJnGPf5i1B6aGkdA6yinxJW7GxGHhXrFE8_PRhIngL_OzOXiBXt6nsZSbz0su3jVYGvb8TuWr/s2079/1664800730785.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2079" data-original-width="1478" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxCfFsQ61_Ul2fdPQGgHpEXBCUB-olLtnmT7SPE3muxjUG-wzawRYNyYeaU-ONtc7An7uS5aInBHOlj0U7QMyGdS-gKoy0_D9KfE8zmnVP3zFlLCnwJnGPf5i1B6aGkdA6yinxJW7GxGHhXrFE8_PRhIngL_OzOXiBXt6nsZSbz0su3jVYGvb8TuWr/w284-h400/1664800730785.jpg" width="284" /></a></div><br />Acordei com um barulho na janela
do quarto. Esfreguei os olhos, arregalei os ouvidos, e tentei entender o que
seria aquele barulho.<p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Seria um ladrão? Mas, estatelado
de medo na cama eu pensei que seria muito difícil ser, pois que moro no sexto
andar, e não tem como acessar meu apartamento por aquele local. Só com escadas
de bombeiros. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Seria o vizinho de janela,
batendo alguma coisa nela? Não seria improvável, mas seria muito fantasioso,
dado que o som vinha do meio da minha janela. Se eu tivesse medo de alma, tinha
ficado paralisado, mas não tenho. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Então, reuni o pouco de coragem
que ainda me restava e fui abrir as cortinas para verificar de onde vinha
aquele som. Que ora parecia um aranhão no vidro, ora uma batida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">E vi que era um casal de pombos,
que chamarei de João e Maria fazendo um ninho. Cada um deles trabalhava com seu
graveto, que iam colocando um sobre o outro, bem arrumadinho, fazendo com eles
uma cama. Eles aproveitaram a jardineira de grade que tenho e ali mesmo, e sem
cerimônia, começaram a construção. Fiquei um tempo do lado de cá, aproveitando
que o vidro é fumê, olhando aquela engenharia de amor entre eles. João corria para
pegar um graveto e deixava com Maria, que ia aprumando sobre a estrutura. Aí
era a hora dela sair e deixar João, bicando os gravetos, para entortá-los. E
Maria batia asas procurando um novo graveto que desse naquele estágio do
projeto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Então, daquela observação, um
rasgo de luz invadiu meu ser e meu deu um bom ânimo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como é bacana ver algo sendo construído, do
nada, só pelo esforço e esperança de poder com aquilo gerar vida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Então, lembrei-me que no outro
quarto também tinha um ninho, na jardineira da janela. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E que eu vinha acompanhando toda a sua
evolução. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quando eu viajei para
ministrar um curso a mamãe pomba já estava chocando um ovo. Depois que voltei
me esqueci de ir olhar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Fui lá no quarto e fiquei pasmo
com o que vi. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">A mamãe-pomba não estava mais
chocando o ovo. E, do ovo aparecia restos de um feto. Coloquei na minha mão
para enxergar mais de perto, e percebi que o filhote não nascera. Algo ocorreu
e o ovo não fora chocado a bom término. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Então, a ficha caiu. Aquele casal
de pombos, o João e a Maria, eram os mesmos deste ninho, que não logrou êxito. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">E eles não desistiram. Mudaram de
quarto, de jardineira de janela, de posição. Escolheram uma outra área, mais
sombreada e protegida, pelo ar-condicionado, dando uma distância dele, por
conta do calor do compressor. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Fiquei me perguntando por que
eles não reaproveitaram o ninho que antes tinha feito, aquele projeto anterior?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Já que todos os gravetos estavam
li, e seria bem mais fácil?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Quanto ensinamentos João e Maria
nos fornecem? <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Quantas das vezes nosso projeto
que investimos tanto nele não vinga? Não choca, como aquele ovo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Seja por circunstâncias que não prevíamos.
Seja por falta de recursos. Seja porque não deu pra fazer o que nos propomos,
faltaram-nos as forças, faltaram-nos a coragem e a resiliência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Não sei. Só sei que naquela cena
de um ovo que não vingou, num ninho perfeito, muita coisa me tocou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Nem sempre é culpa nossa quando
algo não deu certo. Quando não aconteceu algo que investimos muito. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Como João e Maria investiram
tempo e dedicação naquele ninho e na chocagem. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Não foi culpa deles. Algo ocorreu
com o processo que deu ruim.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Mas, João e Maria não são de
desistirem fácil. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Após se recuperarem da frustração
e luto de um projeto que não vingou. Lá estão eles novamente, graveto a
graveto, a montarem novamente a estrutura que receberá a vida, após o tempo da
postura e chocagem. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Escolheram agora um outro local, zeraram
as mágoas, seguiram em frente, e sem olhar para o ninho que ficou, nem o luto do
filhote que não nasceu.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Passaram a régua e começaram tudo
outra vez, sem ser novamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Dedico esta crônica a todos e
todas que já ficaram desempregados, que passaram por decepções na política, que não tiveram dinheiro para pagar o
custeio básico de suas vidas, que olham para o amanhã e não veem saídas, aos
que já perderam entes queridos, que já passaram por desilusões amorosas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Que sofrem com doenças crônicas. Já passam por
relações difíceis no trabalho, Ou os que pensam em desistir de tudo...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Não desanimem, do ovo que gorou
em suas vidas. Sempre é tempo de recomeçar, tal qual o João e Maria!</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Caso contrário, “eles” e as
circunstâncias os terão vencido!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Eu e você temos um João e Maria dentro
de nós.</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">E que possamos também, após um
profundo luto, uma grande perda, uma puxada de tapete, um sonho negado, um
projeto frustrado, ou um aborto-de-satisfação que nos ocorreu, voltar a regar
as sementes de esperança em nosso viver. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Voltar a construir no hoje,
graveto a graveto, novas possibilidades de enfretamento da situação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Graveto a graveto. Sem pensar no
ontem, no ovo que não foi chocado. Nem pensar no que pode voltar a ocorrer no amanhã,
por conta do trauma do ontem. Tipo, será que valerá a pena fazer outro ninho, e
se não der certo novamente? <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Quando os ovos de alguns de nossos
projetos, desejos, ou sonhos não vingarem, só nos resta se entregar ao presente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Fazendo o que tem que ser feito no
agora. Um dia de cada vez. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Comendo pelas
beiradas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Existindo, insistindo,
persistindo e resistindo e sem medo de chorar e recomeçar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Graveto a graveto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Sem temer o amanhã. Nem se
aprisionar no ontem. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Apenas subvertendo a ordem
reinante, que não se deixa morrer quando se ousa soprar as brasas da esperança.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Obrigado João e Maria por me
acordarem!</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">----------------------------------------------------------------------------------------------------------</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;">Ps. Após a publicação desta crônica, o amigo Hayton, que escreve coisas belíssimas no seu blog o <a href="https://www.blogdohayton.com">https://www.blogdohayton.com</a> , que recomendo que sigam, presenteou-nos com esta belíssima reflexão abaixo:</p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-size: medium;"><i>É como se Maria e João, no seu infatigável balé de asas movidas pelo espírito de Dom Helder Câmara, nos dissessem em arrulhos: “deixem-nos acender cem vezes, mil vezes, um milhão de vezes a esperança que os ventos perversos e fortes teimam em apagar. Que grande e bela profissão escolhemos: acendedores de esperança!”</i></span></span></p>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-33535725400534861182022-09-07T10:29:00.005-03:002022-09-07T11:08:00.694-03:00Cartas ao JG – Frases Que Aquecem Corações (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhidxEvXWp9Q0PKd7DoD9hDnfxu5wKHdHyzLGFoDWlJmSn60Y2N5N6SDozW0sXjKz2-RTL59jU6o54PBCEoY3CkAMwbvbEY0EavlIWQzBj7uUOE8Zbczg3TA_dzGj-ucLaw3MMgrBeBr5rHt_wjVnfgv9nU6htqAd9evkIddEAJrMO9Vec2SNPKya9E/s4608/1662556800333%20(1).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhidxEvXWp9Q0PKd7DoD9hDnfxu5wKHdHyzLGFoDWlJmSn60Y2N5N6SDozW0sXjKz2-RTL59jU6o54PBCEoY3CkAMwbvbEY0EavlIWQzBj7uUOE8Zbczg3TA_dzGj-ucLaw3MMgrBeBr5rHt_wjVnfgv9nU6htqAd9evkIddEAJrMO9Vec2SNPKya9E/s320/1662556800333%20(1).jpg" width="320" /></a></div><br />Ontem, eu e meu filho saímos para jantar em Brasília. Ele se chama João Gabriel, tem 13 anos, e é o meu quarto filho. Após um brinde, de suco de laranja e um chope, ele me perguntou se eu podia ajudar-lhe numa tarefa da escola. Falei que faria com prazer, caso eu soubesse como.<br /><br />- Filho, qual a tarefa? <br /><br />- Pai, a professora pediu ao nosso grupo que elabore 4 frases que aqueçam o coração. <br /><br /> Faíscas de emoção brotaram de meu coração. Afinal, este tipo de tarefa vale para a vida. Desenvolve humanidades. Curioso, perguntei do ponto de vista de quem o coração ficaria aquecido. <br /><br />- Aquecido como, meu filho? O coração de quem fala a frase? Ou, o de quem a escuta? <br /><br />JG, demorou a responder. E saiu com um: <br /><br />- Não sei pai, a professora não falou. <br /><br />E, não era para falar mesmo. Minha pergunta é besta. Afinal, quando se fala uma frase de aquecer corações, ela aquece a ambos. Emissor e receptor, não é mesmo? <br /><br />É um movimento recíproco de soprar brasas cardíacas-emocionais, tanto para quem a ouve, tanto para que lhe profere. <br /><br />Não é mesmo? <br /><br />Creio que foi intencional que a professora deixou nas entrelinhas isto. <br /><br />Engraçado que na manhã deste dia, eu revirava um HD antigo, atrás de vídeos e textos para usar em um novo curso. E, não tive como deixar de rever antigas fotos e vídeos de minha vida. <br /><br />E, não foram as fotos e vídeos de coisas, paisagens, comidas e passeios os que mais mexiam comigo. Os que faziam aquecer meu coração com aquelas saudosas memórias. <br /><br />Eram os registros nos quais tinham pessoas no enquadramento das fotos e vídeos. <br /><br />Relembrá-las iluminou meu ser. Pessoas aquecem nosso coração. O outro importa. Mas, não tem como construir uma frase assim. <br /><br />Disse pra o JG ligar o gravador do celular dele que eu iria falar. Que seriam frases para ele, que ele escutasse no futuro, tal qual eu fiz ao revirar aquele HD antigo. <br /><br />O futuro do JG é algo que me preocupa, visto que para esse meu quarto filho sou como um pai avô, do alto de meus quase 58 anos. <br /><br />- Grava aí, JG. <br /><br /><b><span style="font-size: medium;">Frase 1 – “Eu confio em você”.</span></b><div><b><span style="font-size: medium;"></span></b><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span>Como é bom escutar alguém dizer isto para a gente. É ou, não é? Na maioria da vida o JG não vai ouvir muito esta frase. Pois estamos perdendo empatia social. E, só fala este tipo de frase quem se interessa e confia na outra pessoa. Coisa que tem ficado mais rara. Desejo, meu filho, que durante tua jornada muitas pessoas confiem em você, e expressem esta confiança. <br /><br /><span style="font-size: medium;"><b>Frase 2 – “Foi mal, me perdoa, eu pisei na bola contigo”.</b></span><div><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span>Admitir que erramos e tentar restaurar relacionamentos é tão importante. Uma verdadeira fogueira de afetos positivos incandesce o coração de quem pede perdão e de quem o acolhe. Está todo mundo cheio de razões. Muito agressivos e individualistas. Admitir que nossas atitudes e comportamentos podem ter magoado os outros é algo de muita sabedoria. Pois vai nos desenvolvendo. Sabe filho, você poderá machucar pessoas, até sem querer. Ou por omissão, ou por confusão mental, ou por não saber bem avaliar o impacto de teu ser na vida dos outros, ou até por irresponsabilidade afetiva. Mas, aprenda a voltar atrás. E oferecer uma chance à paz. Se a outra pessoa aceitará, não sei. Só sei que o coração dela e o teu ficarão mais aquecidos, com o simples gesto, caso verdadeiro, de pedir desculpas. <br /><br /><span style="font-size: medium;"><b>Frase 3 – “De que você está precisando, eu posso te apoiar?”</b></span><div><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span>Eita que frase bacana de ouvir, e de falar. Ninguém se basta sozinho, e um galo sozinho não faz uma manhã, como diz o poeta João Cabral de Melo Neto: <br /><br />“Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. <br />De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo <br />que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos <br />que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, <br />para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.” <br /><br />Na vida, precisaremos de pessoas. E, esta postura de ajuda, de se colocar presente na vida do outro e tentar torná-la mais fácil, menos áspera e árida, é bênção. O coração de quem ajuda fica aquecido e o de quem é ajudado. Sabe filho, não se nivele por um mundo no qual ninguém mais ajuda ninguém. Seja um subversivo, um revolucionário, indo contra esta sociedade tão narcisista, tão eu, eu, eu, eu, e se coloque como um nós. Como coletivo, tendo consciência das necessidades e expectativas das pessoas. E tente atendê-las. No que for possível. Esteja atento às pessoas, todos nós estamos muito sozinhos. E, muitos não têm a quem pedir socorro, sofrem calados. Esteja atento a estas pessoas, e seja um porto seguro para elas. <br /><br /><b><span style="font-size: medium;">Frase 4 – “Muito obrigado, eu sou grato pelo que você fez”! </span></b><br /><br />Esta frase é como dormir com um amado cobertor de orelha, naqueles dias bem frios. Sentir e expressar gratidão constrói coletividades sadias. Hoje todo mundo acha que merece tudo. E vai ficando cego às coisas boas que lhe ocorrem, e que só foram possíveis porque existem pessoas. Vamos ficando com os olhos opacos da indiferença e deixamos de reconhecer e valorizar as pessoas que tornam nossa vida melhor. Valorizar nosso colaborador. Valorizar nossa família. Valorizar a pessoa com a qual dividimos a jornada da vida. Valorizar os amigos. Valorizar a diarista, o lavador de carros, o copeiro, o zelador, o porteiro, o motorista do carro de aplicativo. Valorizar a vida que temos, mesmo não sendo nem sempre a que pensávamos que teríamos. Sabe filho, nunca seja ingrato. A gratidão é um músculo. Ela precisa ser treinada, para que não fique flácida, e sem mais potência e ação. Treine os músculos da gratidão nas pequenas coisas. Com um olhar perceptivo da vida sob este prisma. Filho, uma atitude de gratidão, de sentir e expressar gratidão, te fará muito bem. E, não espere que façam isto para contigo. Pois, cada vez farão menos. Faça sem esperar retorno, nem retribuição. Valorize por saber que o que ocorreu foi importante para você. As pessoas estão tão carentes de serem reconhecidas que cada vez que você fizer isto elas ficarão muito felizes. Lembro que recentemente pedi a um garçom que chamasse o chef, caso ele pudesse vir. Minutos depois, vi um senhor alto e com toda pinta de chef se dirigindo à minha mesa. Observando-lhe pude sentir seu medo, preocupação e ansiedade, que eram explícitas. Então, disse-lhe que o jantar estava excelente, que eu nunca tinha comido um bobó de bacalhau, e que adorei. Ele abriu um sorrisão, estendeu a mão e deu aquele aperto de mão de quem está feliz. E, soltou uma frase que marcou minha noite: “Ufa, geralmente quando me chamam é para reclamar: do tempero, do coentro, do sal, da textura, da temperatura...” <br /><br />Então, meu filho JG, não seja mais um que chama o Chef para reclamar. Procure ter olhos para ver: a graça, a bênção, o bom, o belo e o virtuoso. Pois, o ruim, a desgraça, o caos, as decepções, as perdas, o que falta, e o que não saiu como esperava já lhe será dado, neste início de século XXI, tão involuído.</div><div><br /></div><div>E você que me lê, quais seriam tuas 4 frases? Coloca nos comentários desta postagem.</div><div><br /></div><div> <br /><br /> <br /><br /> <br /><br /> </div></div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-59165362957230021382022-06-17T18:29:00.000-03:002022-06-17T18:29:03.304-03:00Não Era Apenas um Rodo (Por Ricardo de Faria Barros) <div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="3n33i-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3n33i-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-FbbIM6rr0iDEdwgekDtAFVpJwgvV8Eqo0lLhPREwTlWRsdGXsYJxTffg02aeYNQeDyk_XtO7Ay78COgSxTN2aFTUd8Pf-fbntOEgK7BSZESSSovTfze4kXsdU2Qc-rJC81N7PikqtRK5VdMV7AfVxFqjKXvHVEoJA_PsTHRbiEAnXWevCEMNR3pR/s4640/1655498218837%20(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3472" data-original-width="4640" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-FbbIM6rr0iDEdwgekDtAFVpJwgvV8Eqo0lLhPREwTlWRsdGXsYJxTffg02aeYNQeDyk_XtO7Ay78COgSxTN2aFTUd8Pf-fbntOEgK7BSZESSSovTfze4kXsdU2Qc-rJC81N7PikqtRK5VdMV7AfVxFqjKXvHVEoJA_PsTHRbiEAnXWevCEMNR3pR/s320/1655498218837%20(1).jpg" width="320" /></a></div><br />Saí cedinho para pegar o primeiro horário na dentista, que me atende no Paranoá, uma das Regiões Administrativas do DF.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="3tujd-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3tujd-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="3tujd-0-0" style="font-family: inherit;">Ao estacionar, fui comprar pão de queijo, que já virou tradição levar para o pessoal da clínica. Um agrado para quem cuida muito bem de mim.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="1orr5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1orr5-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1orr5-0-0" style="font-family: inherit;">Olhei no relógio e vi que ainda faltava um tempão para meu horário das 9h, e que tinha chegado cedo demais.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="c17mn-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c17mn-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="c17mn-0-0" style="font-family: inherit;">Então, fui escutar músicas no carro. Enquanto isto, observo a abertura das portas dos estabelecimentos comerciais, para que seus funcionários entrem.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="du29u-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="du29u-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="du29u-0-0" style="font-family: inherit;">Vejo uns chegando mais apressados, por certo perderam a hora. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="7k8r2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7k8r2-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7k8r2-0-0" style="font-family: inherit;">Outros se despedindo dos filhos, que devem ir para as escolas.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="6i1ol-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6i1ol-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6i1ol-0-0" style="font-family: inherit;">Um outro, aproveita para fumar lá fora, com um olhar distante.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="dmj3l-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dmj3l-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="dmj3l-0-0" style="font-family: inherit;">De repente, eis que todos se reúnem na calçada e começa um verdadeiro ritual. Um com a mangueira, outro com balde, e tem a turma do rodo e da vassoura.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="58ul1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="58ul1-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="58ul1-0-0" style="font-family: inherit;">Demoro um pouco para entender o que ocorre.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="eg4v0-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="eg4v0-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="eg4v0-0-0" style="font-family: inherit;">Eles estão tirando o excesso de sujeira que está ficando nas calçadas, de acesso aos estabelecimentos, por conta de uma obra que por ali se faz.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="ecqpe-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ecqpe-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ecqpe-0-0" style="font-family: inherit;">Noto que uma das funcionárias não tem muita intimidade com o rodo.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="ek1j0-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ek1j0-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ek1j0-0-0" style="font-family: inherit;">E, até baixo o som do carro para ver a preleção da mais experiente.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="dlqtf-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dlqtf-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="dlqtf-0-0" style="font-family: inherit;">"Amiga, faz assim, segura firme e passa como quem alisa um bolo, indo colado ao chão e para frente".</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="e7c99-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e7c99-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="e7c99-0-0" style="font-family: inherit;">Ahh, agora entendi onde era o erro dela. rsrs</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="bv2s1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bv2s1-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bv2s1-0-0" style="font-family: inherit;">Mas, a carinha da mocinha era de quem estava chegando naquela firma agora. Talvez até nesta semana, na qual o comércio começa a aquecer com as festas juninas e as férias de meio do ano.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="bfe7l-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bfe7l-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bfe7l-0-0" style="font-family: inherit;">Ela meio que estava sem jeito com aquilo que ali ocorria. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="95b7t-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="95b7t-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="95b7t-0-0" style="font-family: inherit;">Contido, ela sorria, um sorriso humilde, de quem não tinha ideia de que iria enfrentar uma limpeza de calçada, como parte de suas atribuições laborais.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="i398-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="i398-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="i398-0-0" style="font-family: inherit;">Mas, ela não desistiu. Minutos depois, já estava toda desinibida, e até tirando onda com a outras, dizendo que o pedaço dela já estava limpo e o das outras ainda estava sujo e molhado.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="5c7nd-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5c7nd-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5c7nd-0-0" style="font-family: inherit;">Sorri também com ela. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="ddkf7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ddkf7-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ddkf7-0-0" style="font-family: inherit;">E humanizei meu coração ao dela.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="fbn9o-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fbn9o-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fbn9o-0-0" style="font-family: inherit;">Podia ser minha filha. Podia ser a tua filha.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="69ni6-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="69ni6-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="69ni6-0-0" style="font-family: inherit;">Se fosse a minha menina Priscila, hoje com seus 34 anos, e ela comentasse comigo nesta noite; sobre o que tem feito na primeira semana de trabalho, naquela firma do rodo, eu diria para ela ser a melhor lavadora de calçadas da equipe. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="5o8fr-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5o8fr-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5o8fr-0-0" style="font-family: inherit;">Simples assim.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="4rs04-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4rs04-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="4rs04-0-0" style="font-family: inherit;">Quando precisamos trabalhar, não há trabalho ruim. É o que temos para hoje e nele temos que nos envolver, até para que possamos aproveitar alguma oportunidade de crescimento. Ou para que num processo de demissão, nosso nome seja poupado. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="9i6vt-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9i6vt-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9i6vt-0-0" style="font-family: inherit;">Diria:</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="5fib9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5fib9-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5fib9-0-0" style="font-family: inherit;">- “Priscila se envolva com o trabalho que tu tens. E, nele dê o seu melhor.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="9knhk-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9knhk-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9knhk-0-0" style="font-family: inherit;">É importante que você ressignifique esta tua experiência. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="dlpig-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dlpig-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="dlpig-0-0" style="font-family: inherit;">No lugar de se sentir humilhada, envergonhada, sinta-se parte de um time, comprometida, engajada e conectada com o que precisa ser feito. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="cv2mp-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cv2mp-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="cv2mp-0-0" style="font-family: inherit;">E o que precisava ser feito, nesta manhã, era criar melhores condições de limpeza para que os clientes acessem à tua empresa, e sem esperar pelos serviços públicos, que deveriam se responsabilizar por esta iniciativa.”</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="bak03-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bak03-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bak03-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="8b6ht-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8b6ht-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="8b6ht-0-0" style="font-family: inherit;">É importante olhar em perspectiva. Em muitas empresas são os próprios profissionais que assumem a copa e a limpeza. E isto não é desonra para ninguém. É que estas empresas, pelo porte delas, não têm condições de contratar zeladoras e pessoal da copa, para com este tipo e serviço.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="cifs5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cifs5-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="cifs5-0-0" style="font-family: inherit;">Lógico, que quanto maior a empresa mais as funções vão se segregando e eu não consigo ver isto funcionando de forma legal, pois que seria uma forma de assédio, de desvio de função, e de economia ultrajante de custos.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="6ph4c-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6ph4c-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6ph4c-0-0" style="font-family: inherit;">Mas, não é o caso.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="evdve-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="evdve-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="evdve-0-0" style="font-family: inherit;">O caso é que não dá tempo de pensar em algo do tipo. A poeira é sazonal, fruto de uma obra local, e é preciso juntar o time e resolver a parada. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="f7i5c-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f7i5c-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="f7i5c-0-0" style="font-family: inherit;">Eu já entrei em situações assim, quando trabalhava no BB, e não me senti humilhado. Embora não estivessem bem nas minhas funções, eu sabia que aquilo lá era uma contribuição e que eu podia ajudar.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="ahvu-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ahvu-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ahvu-0-0" style="font-family: inherit;">Lembro quando Betinho foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, o Banco do Brasil mobilizou a sociedade para angariar assinaturas que defendessem a indicação, a nível mundial. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="9tree-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9tree-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9tree-0-0" style="font-family: inherit;">O gerente da agência me chamou e perguntou se eu tinha coragem e aceitava ir para um ponto movimentado da cidade de Campina Grande-PB, o Calçadão, e ali ficasse angariando assinaturas. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="7gsil-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7gsil-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7gsil-0-0" style="font-family: inherit;">Perguntei-lhe: “Cadê a mesa, as cadeiras e a prancheta com o abaixo-assinado? Vamos é pra já!”</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="86j5s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="86j5s-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="86j5s-0-0" style="font-family: inherit;">Noutra vez, o BB foi convidado a pagar uma determinada quantia aos flagelados da seca, e o acordado era que eles não iam se dirigir ao Banco, e sim o Banco iria até eles. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="35rsj-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="35rsj-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="35rsj-0-0" style="font-family: inherit;">O gerente perguntou qual caixa queria ir levando o dinheiro dentro de um carro da PF, e passar o dia pelos sítios, cooperativas, escolas e associações pagando os flagelados da seca. E isto por uns 15 dias.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="3o01n-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3o01n-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="3o01n-0-0" style="font-family: inherit;">Topei na hora. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="5tmeu-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5tmeu-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5tmeu-0-0" style="font-family: inherit;">Trabalhar naquelas condições insalubres, e de altíssimo risco, não estava nos meus planos, mas alguém precisava fazer. E eu entendi o contexto da iniciativa, e a ela me conectei, mudando a forma como muito de meus pares estava enxergando aquela iniciativa de filantropia social.</span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="3pre-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3pre-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="3pre-0-0" style="font-family: inherit;">Esta mocinha me orgulhou muito. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="c05m7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c05m7-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="c05m7-0-0" style="font-family: inherit;">De não ter desistido. De ter mudado sua postura. De ter treinado a resiliência e o trabalho em equipe. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="56k9j-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="56k9j-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="56k9j-0-0" style="font-family: inherit;">De lutar por seu lugar ao sol. Num mercado de trabalho tão frágil e sem garantias como o dos profissionais do varejo. Principalmente quando a economia não está nos seus melhores dias. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="9q64i-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9q64i-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9q64i-0-0" style="font-family: inherit;">Fiquei pensando nos rodos que posso pegar e ajudar na limpeza de tantas calçadas. Seja na minha família, seja na sociedade, seja nos locais por onde passo e que posso ser contribuição. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="6mqaf-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6mqaf-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6mqaf-0-0" style="font-family: inherit;">Sendo o melhor que puder para o mundo, e não o melhor do mundo. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="ccd9k-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ccd9k-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ccd9k-0-0" style="font-family: inherit;">Obrigado pela lição de profissionalismo e resiliência, mocinha do rodo de camisa vermelha. Sinta-se acolhida e respeitada. </span></div></div><div class="" data-block="true" data-editor="bneti" data-offset-key="2jept-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2jept-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2jept-0-0" style="font-family: inherit;">Com certeza, você irá longe nas ocupações de trabalho que vier a assumir.</span></div></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div> </div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-49377106106964947652022-05-13T08:47:00.007-03:002022-05-13T09:04:12.811-03:00Sobre tampas e panelas. (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8r_Ub8A98xAXR0fzqX8vDcvkfer6WKJ1YsI6OZltErUb9l8Q3jjbjIANuG3j8o-GyCefs3kPuH4o7pl96mslv7k1UU_qLy2cfKc8Rm1k1mTwQzdJaZo-fAOOV1wRStDbfszPWqaOD_fuAA7JuyXOaEXzEd8ffRu38QNtLclQPadN5Q_7sD_itW3s3/s4640/1652436987971.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4640" data-original-width="3472" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8r_Ub8A98xAXR0fzqX8vDcvkfer6WKJ1YsI6OZltErUb9l8Q3jjbjIANuG3j8o-GyCefs3kPuH4o7pl96mslv7k1UU_qLy2cfKc8Rm1k1mTwQzdJaZo-fAOOV1wRStDbfszPWqaOD_fuAA7JuyXOaEXzEd8ffRu38QNtLclQPadN5Q_7sD_itW3s3/s320/1652436987971.jpg" width="239" /></a></div><br /><div><br /></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"Aqueles lá, são a tampa e a panela." <br /><br />Outro dia ouvi esta frase, e nunca mais olhei para uma panela e sua tampa, da mesma forma. <br />Você já deve ter escutado, não é? <br />É uma frase pequena, com apenas cinco palavras, mas que possui uma imensidão de significados. <br />Num livro bem recente, a pesquisadora Stephanie Cacioppo estuda os efeitos da tampa e da panela no organismo. Este livro, que ainda não tem tradução no Brasil, se chama Wired For Love. <br />Recentemente, Stephanie deu uma entrevista à Folha de São Paulo a qual transcrevo um pedacinho: <br /><br /></span><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Folha de São Paulo (20/04/2022): <i>O amor é necessário para a sobrevivência? </i><br /><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Stephanie: <i>O amor é uma necessidade biológica, assim como a água, o exercício físico ou o alimento. Minhas pesquisas me convenceram que uma vida amorosa sadia é tão essencial ao bem-estar das pessoas quanto uma boa alimentação. Essa vida amorosa pode incluir seu parceiro amado, seu círculo de melhores amigos, um grupo social, uma causa, sua família ou até mesmo seu time esportivo favorito. </i><br />(Veja em <a href="https://folha.com/2wy3zcpv">https://folha.com/2wy3zcpv</a>) <br /><br />Nunca tinha parado para pensar no amor como uma necessidade biológica, e este arcabouço teórico abriu janelas de entendimento em meu ser. Que compartilho com vocês.<br /><br />Somos "programados" e destinados ao amor. E não é somente o amor entre amantes. Ou seja, o amor de romance, de enamorados. Como a autora fala, é o amor em todas as suas matizes e manifestações. Um padre não tem esposa, mas ama seu sacerdócio, sua comunidade pastoral. Uma pessoa viúva, ama seus filhos, netos. Uma pessoa que não têm relacionamento estável, um amado para chamar de seu, pode muito bem estar em paz, para consigo mesma, e feliz, ao criar laços amorosos com amigos e filhos (caso descasada). <br /><br />Então, a tampa e a panela falam de relações bacanas entre pessoas. Relações que nos causam bem-estar, que fazem o tempo passar sem percebermos, que nos conectam ao outro, intensamente, de forma emocional. <br /><br />Olho para minha panela de barro e sua tampa. Aparentemente tão frágeis, mas que num conjunto formam uma parceria exitosa. E convido-lhes a refletir comigo, sobre o amor. <br /><br /><b>Modelagem</b> - O amor da Tampa e da Panela, precisou ser moldado. Creio que o amor também precisa ser moldado. E, não há uma panela igual a outra, e não há um amor igual ao outro. Pois que são estados da arte, do artesão do tempo, que amassa o barro do coração e vai dando-lhe forma. O barro, na mão do oleiro, é esperança de um outro amanhã possível. Eu e você, vendo o oleiro trabalhar, não vemos a tampa e a panela. Ele vê. Ele vê o que ninguém vê. Ele sabe, para além da razão, que algo legal sairá de seu trabalho. Eu vejo um monte de barro sendo amassado. Ele vê o infinito do amor, vindo logo ali dobrando a esquina, e já cozinhando uma moqueca capixaba. Ele saca que algo ocorrerá, de bom, mesmo antes do ocorrido. Para ele, aquele barro dará liga boa. E não é assim com o amor? Quantas das vezes conhecemos uma pessoa, por breves instantes, e algo ocorre dentro de nós. E já não seremos mais os mesmos, a partir daquele instante. Em nosso corpo hormônios são produzidos, antevendo que dali sairá uma tampa e uma panela, e das boas. Alguns chamam isto de amor à primeira vista. Eu, chamo de um instante mágico, do olhar do oleiro sobre aquele barro. Então, o amor pede construção, nunca acabada, pede investimento emocional em juntos amassar o barro. O melhor molde é o perdão. <br /><br /><b>Temperança</b> - Uma boa panela de barro precisa ser curtida. Precisa ser cozida, em fogo lento, e colocada para esfriar. Depois, antes de seu primeiro uso, precisa ser untada com óleo e colocada em fogo baixo, para criar resiliência. As melhores panelas passam por este processo, e duram uma vida toda. Então, os relacionamentos amorosos precisam passar pelo fogo. Precisam de renúncia, transparência e verdade. Precisam ser provados, testados e submetidos a tensões. Relacionar-se é criar um espaço para mediar prazeres e sofreres. Um espaço no qual não há vencidos, nem vencedores, mas que se constrói pela comunicação não-violenta, pela empatia e pela compaixão. E isto se faz no tempo, no dia a dia, no cotidiano. Não se cria temperança da noite para o dia. A temperança do amor se faz ao longo da história de vida, de cada uma das pessoas que se unem na tampa e na panela. Seja no romance a dois, o amor de Eros. Seja com amigos e família, o amor de Ágape. Não se fortifica a panela e a tampa sem perdão, sem respeito, sem confiança. Então, o amor precisa suportar as batidas da vida, em seu lombo, e no lugar de ficar mais frágil, ficar é mais forte ainda. A melhor temperança é a verdade. <br /><br /><b>Encaixe</b> – Uma boa tampa, encaixa sem pressionar, na panela. Uma boa panela, encaixa sem pressionar, na tampa. Quem encaixa em quem? A tampa, ou a panela? Ambos... <br />Tem gente que acha que este encaixe tem que ser perfeito, sem deixar sair nenhum ar da panela, quando ela vai ao fogo. Sinto dizer, nem na panela de pressão isto ocorre. Se não tiver uma folga, uma abertura, se a tampa for presa na panela, hermeticamente falando, ou a panela na tampa, aquilo lá vai explodir. Quando cozinhamos uma feijoada, é preciso que o vapor do cozimento escape, não totalmente, mas que escape um pouco. Creio que o amor também tem desse tipo de encaixe. Precisa de válvulas de escape, nas tensões diárias que ocorrem naturalmente nos relacionamentos. Precisa de espaços de individualidade, nos quais cada um tenha seus próprios motivadores, que funcionam como “respiros” e que arejam a relação. O amor pede este encaixe de minha panela de barro, que não aprisiona, que não domina, que não tem o outro como “coisa sua” e o manipula. O amor odeia Narcisos. Pessoas narcisistas tendem a querer que o outro se pregue nela, como se fossem fechados nelas mesmas, parte delas. Isto é uma fantasia de poder, terrível para quem já a viveu. Pois que sufoca o amor. E isto causa muito sofrimento. Causa uma co-dependência de modo que uma das pessoas, da relação, não sabe mais viver sem o outro, ou os outros, e isto tira dela mesma a vida. A pior forma de encaixe fixo, sem abertura, sem liberdade, é o ciúme doentio. Então, o amor precisa de liberdade, de autonomia, de individualidades a dois. Não deve ser panela e tampa de cara metade. Mas, panela e tampa de caras inteiras. O melhor encaixe é a empatia. <br /><br /> <br />Então, quem tiver sua tampa e panela, cuide bem dela. Sua amada, seu amado. Seus filhos, netos. Seus amigos. Seus grupos sociais. Seus animais de estimação. Tudo aquilo em que deposita o mistério, a mágica, a tesão de amar e ser feliz! </span><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Felicidade tal aquela de quem acha uma Flor do Mar (*), para temperar sua moqueca, feita com uma boa panela e tampa. </span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial; font-size: medium;">(*) Flor do Mar, ou Orvalho do Mar, era como a flor do Alecrin era chamada na Idade Média. Por seus poderes terapêuticos, gastronômicos e aromatizantes. Que cura, alimenta e perfuma, como um bom amor deve ser. </span><br /> </div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-68877149773808703042022-03-24T16:44:00.003-03:002022-03-24T16:45:51.305-03:00Partilhar, gesto revolucionário, em tempos tão mesquinhos. (Por Ricardo de Faria Barros)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjAfefqP-pq4xqVAuAOrn41C_heGsVnqNdy_4bMMO4RNwA9zLXnb0m14uJW6Yn7mnTjrQ4TNKoby7W9Juagln-3ZY5WOmd6ew2XGL7ux3MkZFv4HVnMP1QSSgui4b0m7jZ2YOKemLcKRhfQYAvEfbbTroEr_iX4ei9_wMwFbvZllTg-l9813rHEvD/s1440/277172902_10220002986689305_4893065032684193547_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtjAfefqP-pq4xqVAuAOrn41C_heGsVnqNdy_4bMMO4RNwA9zLXnb0m14uJW6Yn7mnTjrQ4TNKoby7W9Juagln-3ZY5WOmd6ew2XGL7ux3MkZFv4HVnMP1QSSgui4b0m7jZ2YOKemLcKRhfQYAvEfbbTroEr_iX4ei9_wMwFbvZllTg-l9813rHEvD/s320/277172902_10220002986689305_4893065032684193547_n.jpg" width="320" /></a></div><p><span style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Acordei cedinho para botar o feijão no fogo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Certifiquei-me de não ter nenhuma cadeira próxima do balcão da cozinha,
para que meu cachorro não queira colaborar no prato. rsrs<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Hoje, Dona Rose vem aqui em casa, minha Santa diarista, então é dia de
cozinhar para o pessoal do lava jato.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Eles gostam de meu feijão gordo, com carne e ovos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O pessoal do lava-jato do Antônio está sendo uma das melhores coisas que
já me ocorreu, em 2022.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">São pessoas batalhadoras, que sabem agradecer o pouco que possuem,
pessoas de paz, bondade e cheios da luz de Deus. Quantas das vezes já me sentei
com eles, à mesa de café, e saí dali com o coração aquecido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sim pessoal, o Antônio teve uma ideia, há muitos anos, de colocar uma
mesa de café ao lado de sua Kombi Lava Jato, e nela vão ficando os clientes,
amigos e eles próprios. Sempre que o momento permite, que há um vale, eles ali
se sentam e proseiam, entre um copo de água, um café, um bolo, ou suco. Antônio
e Janete formam um belo casal (Eles estão sentados e juntos numa das fotos), já
o Jader, o de camisa mais clara e que está de pé, é uma figura ímpar. Ele fica
sempre atento aos que por ali passam. E para eles oferece uma água, um café, ou
um pedaço de pão com manteiga, seja a uma profissional de limpeza pública, um
morador de rua, ou um motorista de caminhão de entrega. Jáder não deixa ninguém
sair dali sem beliscar algo. O Zezinho, este de sorriso farto, que está
sentado, é um eletricista dos bons, e gosta de bode.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Zezinho podia ter como sobrenome Conversa Gostosa. Outro dia ele me
contou do seu fornecedor de bode, que vem lá das terras de sua parentada, no
Piauí. E não é qualquer bode, é bode de sol, uma iguaria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Se você já foi em Teresina, no acesso ao aeroporto têm vários sendo
vendidos à margem da estrada. Então, fiquei animado com a possibilidade de
comer algo que sempre desejei, ao voltar de um curso que ministrei por lá, e
nunca tinha parado pra comprar, e encomendei 1/4 de bode de sol. Já tinha até
me esquecido do fato, dado o tempo que fazia, quando entre um tempero e outro,
do feijão, piscou uma mensagem no meu celular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- "Corra, venha buscar teu bode que ele está sendo muito
disputado".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Oxente, deixei Dona Rose pastoreando a panela de pressão e fui lá no
lava jato. Há tempos que eu encomendei do Zezinho um quarto de bode de sol. Nem
acreditei que chegou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E, houve até foto da entrega da iguaria, gerando uma felicidade em todos
- daquelas de crianças brincantes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiS2knccdpJtgMY6-Ufuw77PhjYzBA-Q_LEUGnowkmKAjROB3vCg6muX_p_nyisuEBwRT2IcKknT1hlVomOcIHbXtNNB-ieR-kxYAQaOPijsyJRdGlNeVDNYGfn6mcPbXkMYMrAe9nrPOu4SvOonEYx_lZVenn9J76UeQ6-wKBP-o0bLCxAmL2o0cF/s591/276111463_10220002986769307_4771201988331102173_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="591" data-original-width="591" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiS2knccdpJtgMY6-Ufuw77PhjYzBA-Q_LEUGnowkmKAjROB3vCg6muX_p_nyisuEBwRT2IcKknT1hlVomOcIHbXtNNB-ieR-kxYAQaOPijsyJRdGlNeVDNYGfn6mcPbXkMYMrAe9nrPOu4SvOonEYx_lZVenn9J76UeQ6-wKBP-o0bLCxAmL2o0cF/s320/276111463_10220002986769307_4771201988331102173_n.jpg" width="320" /></a></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Morri de rir com o Zezinho contando que aquele meu pedaço de bode de
sol, quase provoca uma guerra na família dele.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Pois, o cunhado dele ficou de olho no meu bode. Contudo, Zezinho fincou
o pé, e não deixou que ele ficasse com ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Voltei pra casa sorridente, e com o coração aquecido, e pedi pra Dona
Rose documentar a foto do bode, agora aberto do saco. Enorme e belo. A panela
do feijão começa a apitar e a cozinha fica incensada com cheiro bom, de comida
feita na hora. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgphqV1OFHcIH7pU6r0876mrmERuA3NTQ3oq1kL9GjCT1Gayn052-Ej21s4P6pmCa9VsXsSDukWTY9Ib_SVEyjHJ_dlhv1mSq3A_hyUd0-QZCVW0URwswm_4Sb7UWfT96LSquQcAYMjPycCQvgTZlfB_3z84RnEXDePnj6Nrol9daFOmb-IJgohol3a/s1440/276149395_10220002986809308_1226541662576923786_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgphqV1OFHcIH7pU6r0876mrmERuA3NTQ3oq1kL9GjCT1Gayn052-Ej21s4P6pmCa9VsXsSDukWTY9Ib_SVEyjHJ_dlhv1mSq3A_hyUd0-QZCVW0URwswm_4Sb7UWfT96LSquQcAYMjPycCQvgTZlfB_3z84RnEXDePnj6Nrol9daFOmb-IJgohol3a/s320/276149395_10220002986809308_1226541662576923786_n.jpg" width="320" /></a></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Lembro que adquiri esta rotina, de semanalmente fazer um feijão para
enriquecer o almoço daquela turminha amada.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Aprendi este lance de cozinhar para alguém, com o Hayton Jurema - colega
aposentado que tem um blog maravilhoso e que recomendo que leiam os textos de
lá (https://www.blogdohayton.com/). Num de seus textos, eu fiquei sabendo que a
sua mãe, Dona Eudócia Jurema, 83 anos, 10 filhos, 22 netos e 24 bisnetos,
paraibana e residente em Maceió, quando faz o almoço pra ela, sempre coloca
mais arroz na panela, mais carne e água no feijão, e convida os porteiros do
prédio para partilharem de sua comida. Ela cozinha pra ela, e pra eles. Todos
os dias. <o:p></o:p></span><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16px;">(Na foto, Dona Eudócia está entre o Hayton e sua esposa, a Magdala)</span><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16px;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLgNrXRLVemyzTJuhW3e3lOtXKpPAzH86E9XZVHlVf5a7IQnRMhxYHr0rOu26QqNvQ0dGsLJAoDPPALBDoKlKQY6stUOGAn5rUZ8wIXn8VLz4-E6PsplI6soOEc4XPuD9bB9AY2L7pqSMdgjykUtqKFqFtayEvyx8RmYv8giusdQZyQHKu89scW28G/s1024/IMG-20220324-WA0017.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="695" data-original-width="1024" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLgNrXRLVemyzTJuhW3e3lOtXKpPAzH86E9XZVHlVf5a7IQnRMhxYHr0rOu26QqNvQ0dGsLJAoDPPALBDoKlKQY6stUOGAn5rUZ8wIXn8VLz4-E6PsplI6soOEc4XPuD9bB9AY2L7pqSMdgjykUtqKFqFtayEvyx8RmYv8giusdQZyQHKu89scW28G/s320/IMG-20220324-WA0017.jpg" width="320" /></a></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Partilhar, talvez seja a mais revolucionária experiência humana, em meio
a uma sociedade tão não-empática, gananciosa e individualista na qual vivemos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Recentemente, do nada, o Antônio trouxe para mim, pois soube que eu
adoro cachaça, um litro de uma temperada no abacaxi, que o irmão dele faz, lá
pras bandas de Cocal, no Piauí. Esta será tomada nos finais de semana, aos
poucos, lembrando-me agradecido deste gesto de partilha para comigo. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKIJmJC4MnXCYq3Sng_g78OS6xrtft2C_0_wgP_LZt5-90Fmp_DiC3b20-cWMUeYs2U4jLJyKnIqpWz-2Lpq9JrCgSet1l2240kERhlKjBJuu4JM-4uF4qvLWp3cUISEROGbKEIYUnBtfM_C8ywDewg0FI4vQixCEoVcW-c39gWMADBxKRnpxwWsrM/s1440/276998663_10220002986849309_8975335262321226732_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKIJmJC4MnXCYq3Sng_g78OS6xrtft2C_0_wgP_LZt5-90Fmp_DiC3b20-cWMUeYs2U4jLJyKnIqpWz-2Lpq9JrCgSet1l2240kERhlKjBJuu4JM-4uF4qvLWp3cUISEROGbKEIYUnBtfM_C8ywDewg0FI4vQixCEoVcW-c39gWMADBxKRnpxwWsrM/s320/276998663_10220002986849309_8975335262321226732_n.jpg" width="320" /></a></div><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Desligo a panela, escorro a água, para amassar o feijão e engrossar o
caldo, e abro um sorrisão, daqui a pouco será festa, quando por lá eu chegar.
E, hoje acertei no sal, atendendo a um pedido do Zezinho que quase morreu de
pressão alta, ao comer o último feijão que levei e que tava salgado.</span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Tenho percebido que minha vida ficou mais alegre, a cada manhã, e que
não tomo mais café sozinho. E que vou me interessar pelas histórias de vida
deles e aprender muito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Então, em meu coração, há só gratidão por ter conhecido mais pessoas-luz
e que fazem a diferença no meu dia. Ontem, me flagrei comprando coisinhas pra
ir tomar café com eles. E foi uma festa. Na ocasião, passou o Emanuel, da Pizza
César, que também frequenta o point, e deixou uma pizza divina. Antes de sair,
chegou o Marcos, médico acupunturista, e acabei ficando mais um bocadinho. O
Marcos atende a Janete, esposa do Antônio, e sem cobrar nada. Mais um gesto
revolucionário de partilha. Então é isso. Têm lugares que os anjos de Deus
resolvem fazer morada, descansando de tantos corações amargos pelos quais
precisam interceder. Ali, naquele local, eles se fazem presente e conosco se
divertem. não há conversas sobre mágoas, sobre ressentimentos ou coisas ruins.
A conversa gira em torno do lado bom da vida, que pode ser o forro da casa do
Antônio que foi colocado... Ou, a alegria de finalmente o Zezinho regularizar o
carro dele. Ou o Jáder, falando alto, chamando transeuntes pra boiar conosco, e
sendo repreendido para não gritar, ao que todos caem na risada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">São dessas coisas que também é feita uma vida boa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><span style="color: #1c1e21; font-size: 12pt;"><span style="font-family: courier;">Obs: O point do Antônio fica na entrequadra da 205-204 na ASA Sul,
Brasília, perto da rotatória que dá acesso à Rua dos Restaurantes. Passa por
lá, quando estiver por Brasília. Tem sempre uma água geladinha, uma sombra, um
café e uma prosa gostosa para te acolher. Sim, e teu carro, se for lavar, sairá
como novo de lá. Teu carro e teu ser. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></span></p>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-53830448434135341252022-02-18T16:42:00.004-03:002022-02-21T10:07:40.843-03:00A presença da ausência... sobre um coração enlutado. (Por Ricardo de Faria Barros)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgypT8X3w-AvyQtewi7orNnrxm9XGrn1Z3TpRuV6kUuTed2Puy52jCF7SqI2X6z-jhbsqcswHvDgs9ukUSpP3KYR2_wBKQA5gD1rxvq6KCMbC7IkxqaUkKeOEIZo6BNVeiDd39calW9xzEXjj_HMPbnBFSzMbfuTXYNXqh_6hXCnWGcx9CHIYLu3HYd=s1208" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="145" data-original-width="1208" height="48" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgypT8X3w-AvyQtewi7orNnrxm9XGrn1Z3TpRuV6kUuTed2Puy52jCF7SqI2X6z-jhbsqcswHvDgs9ukUSpP3KYR2_wBKQA5gD1rxvq6KCMbC7IkxqaUkKeOEIZo6BNVeiDd39calW9xzEXjj_HMPbnBFSzMbfuTXYNXqh_6hXCnWGcx9CHIYLu3HYd=w400-h48" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">A mensagem do BB, com algo entrando em minha conta, fez um
plim-plim no celular. Qual a minha surpresa, dessa vez não era de débito e sim
de crédito.</span></div><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Era papai mandando um dinheirinho pra mim.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Um tanto atônito, fiquei com o olhar fixo naquela tela por
uns instantes, me sentindo perdido, longe, saudoso e lacrimejante, tentando
entender o que ocorrera, dado que papai falecera em outubro-2021.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, lembrei que mamãe estava indo ao BB, sacar as cotas
partes da conta corrente e poupança de papai, como resultado do inventário, e
que aquele lançamento deveria ser o meu quinhão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas, confesso-lhes que fiquei incomodado. Achava que o valor
viria da conta de mamãe, sacado por ela na boca do caixa, e depositado por ela –
como inventariante, para os filhos herdeiros, cada um com seus 16,66%.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quisera o bom Deus que a última comunicação de papai, no
mundo terreno, quisera ser assim, ele mandando um dinheirinho para mim, e aparecendo
o seu nome em meu extrato bancário.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Outro dia escrevi um texto sobre uma criancinha que ao ser
levada para a escola, abraça a sua mãe e diz assim: “Eu queria ir com você para
o trabalho”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Naquele texto eu disse que também tenho meus Querias.
Querias impossíveis, mas legítimos de tê-los.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O meu era mais um tempo com meu pai. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quem já perdeu alguém que ama sabe que não adianta as
convencionais fórmulas de consolo:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- “Foi melhor para ele”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- “Ele está no Céu”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- “Deus deu, Deus colheu...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">- “Ele cumpriu sua jornada...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Escutamos, com compaixão, todo mundo que nos consola com
estas frases. Que não são ditas por mal. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas, quem sofre com o luto da perda de uma pessoa amada,
apenas sofre.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nada consola. Nada apaga. Nada substitui.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A saudade dela aparece ao longo do dia, em cenas variadas.
Seja em coisas do cotidiano que gostaríamos de trocar uma ideia com ela; seja
nas lembranças dos bons momentos vividos juntos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, parei de lutar contra o luto de meu pai.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Agora o acolho. Deixo ele vim, converso com a dor, fantasio situações,
e ele vai ficando quietinho no fundo de minha alma.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Papai virou uma presença ausente. Está por perto e não mais me
faz sofrer. Aceito que ele se foi, e aguento o tranco de quando ele me vem à
cabeça, e me causa um buraco no coração. Daqueles de tirar o aroma, as cores e
os sons do ambiente, e que nada faz sentido naquela hora.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Assim é o luto de um amor. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Perdemos. Pronto, acabou. Não adianta ficar com metáforas,
do tipo: “ele continuará vivo...”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Continua não!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tá certo que sempre que lembramos de algo, trazemos-lhe ao
coração.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas, é bem diferente de amanhã eu acender o fogo da
churrasqueira e não ter papai por perto, escalando-se para fazer o serviço que
ele amava: botar fogo no carvão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Amanhã estarei só, acendendo o fogo. Ele estará presente,
sim, em pensamento. Mas, não me venham com consolos banais que isto substitui.
Substitui nada!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nem consola.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Apenas se manifesta e pronto. E eu vou acolher a saudade, a
presença dele, mesmo na ausência. Talvez chore um pouquinho, escondido do João
Gabriel (12 anos).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Às vezes me pego tendo raiva ou culpa, e também passei a
acolher estes sentimentos. Raiva de não ter ido mais vezes ficar com ele, em Campina
Grande, 2.500 km de Brasília.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Culpa de não ter dito a ele mais vezes que o amava, e o
quanto ele era importante para mim.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, agora não brigo mais comigo. Apenas digo pra mim
mesmo: é verdade! Tu poderia ter se esforçado e ter ido mais vezes, e também poderia
ter dito que sentia muito amor por ele.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Só digo, é verdade!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não luto mais contra a dor da saudade, e as culpas e raivas
dela derivadas. Apenas acolho.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Perder um ente querido é como perder uma parte de nosso
corpo. Que mesmo sem ela está mais presente, na mente a sentimos como que
estivesse. Pessoas que já amputaram membros relatam isto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É mais ou menos, guardadas as analogias e proporções, como se
sente um coração enlutado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, pare de lutar contra a dor da ausência. Pare de se
agoniar com aquele amor que perdeu. Que se foi. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Apenas o acolha como parte de tua humanidade, de tua essência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A pergunta não é: por que comigo? E sim: por que não comigo?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Paro de escrever um pouco e aceso meu extrato, para ver novamente
seu nome na minha conta, para senti-lo por perto neste Sextou. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aceito que estou carente dele, e o escuto dizendo que se
fosse o contrário eu estaria dizendo para ele reagir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Para botar uma roupa de sextou e dar uma voltinha de carro.
Para achar algo pra entreter a mente, deixando de fixar os tempos dos dias na
falta que o outro faz.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E papai está certo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É preciso distrair o verbo do sofrer, achando coisas para se
entreter e retomar a vida. É preciso seguir a jangada da vida, com velas bem abertas,
aproveitando os ventos de cada amanhã, aqueles que nos projetam aos infinitos
de nós mesmos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas, não é preciso seguir só.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Vem comigo papai. Fica aí na minha jangada, sendo essa presença
amiga e amorosa, incentivando-me em cada conquista. E apoiando-me a cada
derrota.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tua presença, na ausência, é mais presente do que a de
muitos por aqui viventes.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Então, eu aceito, acolho, permito-me e renasço – num outro
esboço possível, agora sem mais você!</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhV8RdcTgxSHRf2zhDjEWjV0CXR8sImcXhGkm54PBqKYgahkux8AaU0Snvuk1sk99d7QMtIzZf_bl9mH8lRMB_MwEJf1Te3VFcyEcoSk0zwZidC8a5Xs_7jE68G_4DJ2q3uLgpE1ymK95gRNpOUJXc_vQ1wOCPeHuOUTNZfp_GRPAc8qL58_yKvD3eO=s1365" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="1206" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhV8RdcTgxSHRf2zhDjEWjV0CXR8sImcXhGkm54PBqKYgahkux8AaU0Snvuk1sk99d7QMtIzZf_bl9mH8lRMB_MwEJf1Te3VFcyEcoSk0zwZidC8a5Xs_7jE68G_4DJ2q3uLgpE1ymK95gRNpOUJXc_vQ1wOCPeHuOUTNZfp_GRPAc8qL58_yKvD3eO=s320" width="283" /></a></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiC-kXrrSMOpMwGXSH6ploHNUFDoyiBH0jq8E_mUyLXSnBKOFhLha8ZldWsn4flGCb7WHkmSrE7vwRfTN8l1G1YsL-nFP4EvKLYH44ssGPXQl5G7FOHx41__6FgyqUpGcT3AwMrtSwT7ymQ9Q5W7cdjqCeyL1u0jbVyvlzii2p1UM1uc1cXH8d_QlCT=s1208" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="145" data-original-width="1208" height="38" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiC-kXrrSMOpMwGXSH6ploHNUFDoyiBH0jq8E_mUyLXSnBKOFhLha8ZldWsn4flGCb7WHkmSrE7vwRfTN8l1G1YsL-nFP4EvKLYH44ssGPXQl5G7FOHx41__6FgyqUpGcT3AwMrtSwT7ymQ9Q5W7cdjqCeyL1u0jbVyvlzii2p1UM1uc1cXH8d_QlCT=s320" width="320" /></a></div><br />Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-87878265688414326762022-02-16T11:42:00.008-03:002022-02-17T09:24:46.363-03:00Onde Mora o Teu Queria? (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNH6b98ltqZ-ycUYAc1WXNaFeEpWSw48JWwmLPxw7DjQXYTTnER0bogMS_h8IIM5Lq1LjoYzoAFzHan74ut8zFqHwfMSrLzCIRFwqkrxoj6Dj7cX8oZnPyMI3iC2yb3Dgo1VSS_WekCAQAxtsz6nYss6xR36FGi_vvbTl4lwEfNmlRb9rZgK4iu8Qn" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="696" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNH6b98ltqZ-ycUYAc1WXNaFeEpWSw48JWwmLPxw7DjQXYTTnER0bogMS_h8IIM5Lq1LjoYzoAFzHan74ut8zFqHwfMSrLzCIRFwqkrxoj6Dj7cX8oZnPyMI3iC2yb3Dgo1VSS_WekCAQAxtsz6nYss6xR36FGi_vvbTl4lwEfNmlRb9rZgK4iu8Qn=w287-h400" width="287" /></a></div><br /><div style="text-align: left;">O dia amanhecera esfuziante, numa peleja do sol com as brumas,
daquela que nos atrai para a cama, para contemplá-la languidamente. E ver quem vai ganhar esta disputa, a luz, ou
o resto de noite embaçada e molhada.</div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Mas, o Toddy, o meu Shitzu, sempre me lembra que é preciso levá-lo
fazer as necessidades lá fora, e que já estou atrasado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Então, sigo meu roteiro com ele. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Neste trajeto, sempre passo por uma escola infantil, e adoro
escutar a algazarra das crianças ali chegando. Algumas, até acenam para o
Toddy, que desconfiado como é, só olha pra mim sem saber como reagir àquele carinho por trás das grades. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Contudo, hoje, algo ocorreu diferente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Não sei se foi o horário que saí, já um pouco mais tarde,
beirando as 8h, mas uma cena marcou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Uma criança vinha abraçada com a sua mamãe, em direção à
portaria da escola, e falava chorando, e em voz alta, dizendo assim:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">“Eu queria ir para o trabalho com você...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">A mãe nem responde, passa por mim e o Toddy, com a face
tomada pela emoção. E o jovenzinho, de uns 4 anos, repete a frase, com conjugação
e ênfases perfeitas, mesmo entrecortada por soluços:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">“Eu queria ir para o trabalho com você...” <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Aquele jovenzinho passou metade da existência dele vendo a
mamãe trabalhar em casa. Com certeza, ela deve ter voltado para o trabalho
presencial. E, não está sendo fácil para ele a readaptação, assim como também para
quem cria animais, que se acostumaram com seus donos em casa, por dois anos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Aquela criança tocou-me profundamente. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">No seu lamento, ela sabe que não é possível, porque não usou
o verbo no Presente: “Eu quero!”, fazendo uma birrenta cena. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Ela usou o pretérito imperfeito, do indicativo, e não o
presente. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">E, não era birra. Era uma súplica, um desejo profundo, um
querer. Que a tadinha sabia que precisaria adiar, até a volta da sua mamãe para
lhe pegar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Quem tem um querer não morre jamais. Um querer nos mantém
acesos. Nos coloca em rumo de algo, algo que queremos: “eu queria ir para o
trabalho com você”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">E, nos ensina a adiar satisfações. Nem tudo que queremos é para
agora, mas isto não invalida o querer. Nem o desqualifica. Nos impõe limites, para entender que não podemos tudo que queremos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Quem tem um querer, tem um porquê viver. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Quem tem um querer, de algo bom que ocorreu, ou que quer que
ocorra, tem o prazer na pauta, tem o sentido do desejo bem potente. E isto nos
mobiliza, estimula e nos faz correr atrás, ou valorizar as coisas boas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Aquele menininho tinha uma boa experiência da mamãe no
trabalho, e queria ela novamente, que significava ela por perto dele. E como é
bom isto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Gostaria de ter abraçado aquela criança. Um abraço
solidário, de quem também tem um monte de Querias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Eu queria mais um tempo com meu pai.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Eu queria que minha cidade natal fosse mais perto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Eu queria poder voltar à infância de meus filhos, e ter
feito mais registros deles.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Jovenzinho, obrigado por me lembrar de meus Querias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Pois, quem tem um monte de “Querias”, aprende a defender os “Eu
Quero”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">E, é nos EU QUERO que vida acontece.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Nos Eu Quero, estão as coisas pelas quais lutamos,
defendemos e nos esforçamos para que ocorram, mudem, e se façam presentes em
nosso viver. Está a força!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Cultive sementes dos campos do Eu Quero.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">E acolha as do Reino do Eu Queria. Entendendo que nem tudo
que queremos é possível, mas que mesmo assim, não somos proibidos de querê-las.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">No querer, habita a energia que transforma vidas, situações
e ambientes, movendo o carrossel do destino.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">O que você se abraça com tua mãe, ou pai, e diz que queria e
que não é possível que aconteça?</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Que tal acolher este sentimento de perda, de frustração? Que
remodelar esta expectativa? Que tal lidar melhor com a frustração de satisfações
desejadas?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Num "Eu Queria" habita o limite, a certeza que não podemos tudo, embora digamos o que era que queríamos. Talvez umas das sabedorias da vida seja a de transformar, pela nossa ação consciente, alguns Eu Queria, em Eu Quero. E alguns Eu Quero, em Eu Queria. Acolher e aguentar o tranco de desejos impossíveis. E correr atrás dos sonhos, para além das intenções. Se mexendo com foco, disciplina e esforço para que venham a ocorrer.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">E onde mora o teu querer possível, consciente e libertador?</p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Aquele querer que te faz único, que te leva a perseguir desafios, metas, objetivos ainda tem lugar em teu ser, ou está desistindo dele?<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Lembre-se que são eles, os quereres, os motores que fazem girar, para outro lado, além da apatia e inércia, o carrossel do destino.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;">Toddy queria passear mais um pouco, mas terá que adiar este querer, afinal eu precisava produzir este texto.</p></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-77019382131834617242022-02-08T12:27:00.029-03:002022-02-08T15:27:43.152-03:00Sangramentos na Saúde Mental <p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTgeaF5nSXppGDI0fs7GPJopyfoVIm2vJFxvKLpCJIplUAMe3n_r0RpBceWmezAq4cO1r2mQ16sWKI0V7jwPzFP_e1IeaaHv_8Um1lYsic-b3uQmHxx3quVyq6EvF6QYXwTHmeJxblxSN45fSqJzOx39q_rcjpQdaOVe01Ab6uMJZt07Fx8yW19Il/s1280/Apresentação1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJTgeaF5nSXppGDI0fs7GPJopyfoVIm2vJFxvKLpCJIplUAMe3n_r0RpBceWmezAq4cO1r2mQ16sWKI0V7jwPzFP_e1IeaaHv_8Um1lYsic-b3uQmHxx3quVyq6EvF6QYXwTHmeJxblxSN45fSqJzOx39q_rcjpQdaOVe01Ab6uMJZt07Fx8yW19Il/w640-h360/Apresentação1.png" width="640" /></a></div><br />Recentemente, promovi uma enquete para aferir, de doze
situações problemas, que drenam a energia emocional quais mais estão
pesando na vida das pessoas. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Fazendo um ponto de corte em 50% delas, ou seja, verificando
as seis mais votadas, algumas coisas chamam a atenção. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Ansiedade:</u> </b>A primeira delas, é a questão da ansiedade para com os
riscos do amanhã. Creio que isto se deve ao que esta Pandemia tem deixado de
sequelas em nossa percepção de futuro. Ninguém está em seu melhor normal, e fica sempre girando em
nossa cabeça uma ameaça invisível que quando vamos achando que acabou, começa tudo novamente. E, com isto, não temos como construir planos para o amanhã. Nem um prosaico carnaval, ou Semana Santa, escapam desta insegurança. É como se ao começarmos a fazer projetos, chegará uma nova sigla grega pra nos agoniar: Delta... Ômicron...
qual será a próxima. Também paira em nossas mentes, além das ameaças biológicas, existem as do meio ambiente. Como a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>destruição dos recursos naturais. Além disto,
a Humanidade tornou-se mais agressiva e muito intolerante. Acompanhe os jornais,
de qualquer parte do mundo, e veja a barbárie se manifestando em cenas de insensibilidade
social, e isto apavora. É como se estivéssemos sós, na multidão. E que algo de ruim estivesse escondido, na próxima esquina, preste a nos atacar. Então, estamos todos mais ansiosos com o futuro. E isto
consome muita energia emocional.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Finanças:</u> </b>A preocupação com as contas aparece como a segunda mais
votada. Quem tem mais de 40 lembra do que era o Brasil da inflação galopante e teme
muito que aquilo lá volte. E, independentemente da idade, todos sentem no bolso
que a inflação voltou: combustíveis, carne, taxas de juros nas alturas e preços
de tudo acompanhando. Então, meio que todo mundo tá com a corda no pescoço. E
quem tem financiamentos, ou empréstimos atrelados à indexação da inflação tá
penando. Aliado a isto, houve uma sensível redução da oferta de novos postos de
trabalho e redução no poder aquisitivo. Então, quem diz que dinheiro não traz felicidade, não
leu a pesquisa que afirma isto direito. E não é bem isto que aquela célebre pesquisa
descobriu. O dinheiro, quando não mais supre as necessidades de uma vida digna
e com qualidade, pode ser uma fonte de insatisfação e infelicidade sim. E
muito!</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Insatisfação Laboral:</u></b> Não acredito que tenha sido o trabalho que mudou, dos anos
80 pra cá. Acredito que quem mudou fomos nós. Que passamos a não mais idolatrar
o trabalho, e a querer um significado maior daquelas horas que a ele dedicamos.
Então, não se trata só do aumento da pressão por metas, equipes menores e
prazos mais curtos. Isto estressa e consome o juízo. Mas, creio que no fundo o
que mudou mesmo foi a nossa percepção sobre as horas ao trabalho dedicadas, e o
quanto elas precisam de propósito. Antigamente a pessoa dizia que o trabalho
era um fardo, e ficava carregando aquele fardo a vida toda, resignada. Hoje,
temos a compreensão que de não se pode fazer isto com a própria vida: ao adiar
para um dia no futuro, a felicidade. Então, creio que a insatisfação laboral
tem muita relação com este novo ser humano que está nascendo, que não mais quer
adiar uma promessa de felicidade futura.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Conflitos Laborais</u></b>: Confesso que não esperava que este vetor de infelicidade
estivesse tão bem pontuado. E isto me chama muito à atenção. E são conflitos
tanto na relação da liderança, com os liderados. Como, entre os próprios
liderados. Não que eu seja inocente para achar que estes conflitos não existiam.
O que me marcou foi a posição de destaque deste nível de sofrimento. O que nos
leva a refletir se o ambiente de trabalho não está reproduzindo um modelo de
sociedade, menos inclusivo, menos tolerante e muito mais agressivo do que
dantes. Imagine a sofrência que é trabalhar 8 horas do dia ao lado de pessoas
mal resolvidas, emocionalmente falando, e com uma chefia com pouca inteligência
emocional. É o inferno aqui na Terra. E, isto causa muitos riscos à saúde
mental. Fica o alerta para nossas áreas de desenvolvimento de pessoas
continuarem os investimentos em treinamentos com esta finalidade.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Dores de Brasil:</u></b> Este indicador entrou no final de uma sondagem qualitativa
que fiz, antes de produzir os doze itens da enquete. Este foi mais um que muito
me chamou a atenção, a sua posição na enquete. Não estamos felizes com este
Brasil que está aí. E, nem vou pontuar as causas-raiz desta infelicidade, pois
que as mesmas compõem um verdadeiro caleidoscópio de diferentes matizes. Contudo,
creio que os extremismos políticos, num Fla x Flu que nunca acaba, tira a
paciência de todo mundo. Não há um projeto de nação coletivo. E, quem pense um
pouquinho, para além das bolhas ideológicas onde habita, perceberá que este
país está muito longe de se tornar uma Nação. E está carente de transformação
social nos vários projetos de Estado, em qualquer que seja a Nação: moradia, trabalho,
educação, saúde, economia, mobilidade e segurança pública.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><b><u>Desgastes Amorosos</u></b>: Como manter uma relação a dois saudável, sem deixar que ela
seja impactada pelos 5 fatores acima descritos? Não é fácil. Creio que a
Pandemia também teve sua dose de contribuição, nos desgastes das relações
amorosas afetivas. E não sou dos que romantizam a vida a dois. Há períodos de
esfriamento, há períodos de silêncio e rupturas. Mas, talvez o que esteja saltando os olhos é o fruto de dois anos de Pandemia na vida a dois, como as tensões derivadas de tudo relacionado com esta doença. Também houve alterações nas dinâmicas dos lares, com aumento da
disputas de espaços, interesses e negociações de conflitos derivados de toda
uma vida que precisou ser adaptada. Além do que as pessoas fizeram contato com
suas emoções mais profundas, pelo contato frequente com o luto e o medo, e isto
faz com que não se aceite – como antes se aceitava, algumas vivências a dois,
esperando que o tempo as resolva por si mesmo. Não há tempo!</p><p class="MsoNormal">E, talvez tenha
sido este o principal legado que os dias quarentênicos deixaram em nós. A percepção da finitude do tempo. </p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Esta enquete pode ser repetida, de forma mais científica, com
a segregação dos resultados por região, sexo, idade, renda e outros dados. Mas,
não foi nosso objetivo. A ideia era obter uma foto geral, da influência de doze
narrativas de sofrimento - verbalizadas no contexto das reflexões proferidas
pelos participantes das mais de 20 turmas do Curso Gestão das Emoções e Saúde Mental,
por mim conduzidas, tanto na gestão pública como na privada. </p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tal qual uma colcha de retalhos, podemos dizer que os itens mais votados, abaixo listados, e que drenam a saúde mental, revelam preocupações relevantes e profundamente humanas:
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><ul style="text-align: left;"><li>Para com o amanhã;</li><li>Para com o custeio (R$) do presente;</li><li>Para com os Sentidos do Trabalho;</li><li>Para com o ambiente relacional profissional</li><li>Para com o Brasil;</li><li>Para com a vida a dois.</li></ul><p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Como a maior parte destas situações-vampiros emocionais são
estruturais, com pouca transformação no curto prazo, ou pouca área de
responsabilização pessoal, para sua eficaz resolução, o que a enquete sugere é que
precisamos, todas e todos, fortalecer nosso autocuidado emocional. Criando
resiliências, melhorando nossas capacidades e recursos pessoais internos - para
acolhimento do que não se pode mudar, e coragem para o que depender de nós transformar. É preciso que cada um busque seus paliativos emocionais, coisas para relaxar a mente, para se desligar um pouco deste mundo de ocorrências difíceis, buscando momentos de paz, em meio às guerras. Existem bons paliativos: atividades físicas, meditação, práticas da espiritualidade, dedicar-se às causas sociais, engajar-se em coisinhas que quando faz sente prazer e paz, consumir muita cultura, e cultivar um monte de bons amigos. Estes itens, não excludentes de outros que tenha, são cada vez mais imprescindíveis ao cuidado com a saúde mental e bem-estar emocional positivo. </p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-74164484121439852042022-01-27T10:14:00.001-03:002022-01-27T10:30:16.357-03:00Uma Mala Sem Alça, é Apenas uma Mala Sem Alça, E Não TE Dominará! ( Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgYuejuPZke4uJpnt0NuE6jsW2ExakXU-hHIBE6giXXpI3JQoJcEwVx8RySPK37UfvX8Ism_0NGHnuEWUVKdELvZiMSSu-g2cGbI4PsalLE0JwqMeJPofyWYmGsKQ5ZkGWPtL7D1-hABxvtHYcW70cTl6TKqsLc4Qt6E7enY6NakcmhykI_d1PtTF2Q=s6016" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="6016" data-original-width="4512" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgYuejuPZke4uJpnt0NuE6jsW2ExakXU-hHIBE6giXXpI3JQoJcEwVx8RySPK37UfvX8Ism_0NGHnuEWUVKdELvZiMSSu-g2cGbI4PsalLE0JwqMeJPofyWYmGsKQ5ZkGWPtL7D1-hABxvtHYcW70cTl6TKqsLc4Qt6E7enY6NakcmhykI_d1PtTF2Q=s320" width="240" /></a></div><br />Pegamos um vôo saindo de João Pessoa para Brasília, daqueles que partem cedinho, e estávamos mortos de cansados, mas um cansaço dos bons, de muitos dias de sol e praia, além do aconchego da família e amigos.<br />Depois de dirigir uns 100 KM até o aeroporto, tudo que eu queria era um soninho reparador, naquele início de manhã de uma segunda ensolarada na Paraíba.<br />Mas, atrás de minha cadeira vinha uma criança, de uns 5 anos, e bem inquieta. Daquelas que a mãe se esforça para ela ficar mais calma e todas as iniciativas se revelam infrutíferas.<br />Eles viajavam sós, mãe e filho.<br />Lembrei das viagens com os meus 4 filhos, e como muitas das vezes não temos controle sobre as situações que ocorrem e precisamos de muita calma.<br />Pois bem, o menino a cada 15 minutos esticava as pernas e batia no encosto de minha poltrona, bem na hora em que eu já deixava me embalar pelo ruído branco (*) que vem dos sons do motor do avião. <br />Depois da terceira tentativa de dormir, desisti e fui deletar fotos em excesso que tirei e que ocupavam significativa memória do celular.<br />Chegando em Brasília, ao pegar as malas despachadas, percebo que a alça de uma delas se fora. Já era, escafedeu-se!<br />Pensei comigo, estou tão cansado, e esta mala de mão custou-me pouquinho, que nem vale a pena entrar nas morosidades burocráticas para tentar resgatar algum valor para o seu conserto.<br />Abro o apartamento e uma sensação boa, de retornar ao lar, me invade. Mas, eis que quando adentro no meu quarto percebo que o ar-condicionado estava ligado. Pensei comigo, eita!!! E fui checar o controle remoto, percebi que a função Timer ficou ativada. Ou seja, ele ligava sozinho. <br />Restabelecido do aborrecimento, que irá pesar na conta de energia, e comprometer mais ainda o saldo bancário pós-férias, quem já tirou férias sabe o do que falo, atendo o telefone.<br />É a neta do Sr. Valdecir dizendo que o meu cachorro voltou do banho e já está pronto pra ser entregue, na sua casa. <br />Eita, mas não seria só amanhã, na terça, que eu iria pegá-lo? Acessei as comunicações e vi que coloquei o dia da segunda, como o dia de pegar. Eu tinha errado. Então, tomei de um restinho de energia que ainda tinha e dirigi mais 50km para ir buscar o Toddy.<br />No retorno, abro a caixa de correspondências e vejo que tem uma dos Correios, informando que fui taxado numa mercadoria que importei, e que se não pagar o imposto ela será retida.<br />Aí, já foi demais para um dia só.<br />Abri a geladeira, peguei uma feijoada que estava no freezer, junto com uma cerveja estupidamente gelada.<br />Botei no youtube uma música que gosto muito chamada Conselho, e finalmente me senti chegando em casa;<br />Na cabeça, as emoções negativas, de um monte de dissabores, minavam dias de felicidade. Ficando remoendo em minha mente.<br />Aí, intervi com a técnica de modulação cerebral.<br />É quando você, de forma consciente e intencional, dá uma dura em si mesmo, ressignificando os desprazeres e aborrecimentos que passou.<br />E comigo funciona assim.<br /><br />Identifico o que está ruminando no meu cérebro, causando uma azia emocional e infeccionando áreas boas.<br /><br />Tomo um gole de cerveja, me delicio com a feijoada, bem apurada em dez dias de freezer, e volto às cenas, reelaborando-as.<br /><br />- O menininho do avião. Ao me deixar acordado, ele me fez fazer algo que esqueço e que enche a memória do celular, apagar fotos em duplicidade. Além disso, minha atitude empática, de não reclamar com a mãe, acabou por ser para ela um lugar de paz. Ela iria ficar mais nervosa ainda com o seu filho. E com um vôo cansativo para crianças, que já estão agoniadas com a máscara. Sim, também me proporcionou poder deitar o JG no meu colo, já que ele estava na cadeira do meio. E eu na janela. <div>Ter estado acordado, deu-me uma chance de melhor cuidar dele. <br /><br />- A alça da mala. Bem, era nessa malinha de mão, que eu a despachei, que estava meu notebook com centenas de aulas nele. E que uma delas já daria no dia seguinte. Então, poderia ter sido pior, poderia ter sido extraviada. Ou ter acontecido na outra mala, a do JG, que é metido a estilosa e bem, mais bem mesmo, mais cara. <br /><br />- O Ar Condicionado. Poderia estar numa temperatura mais baixa, e estava programado para 25 graus. Ou seja, usou menos o compressor e gastou menos energia. E, todos sabemos que aparelhos que ficam ligados por muito tempo podem causar incêndios, o que não ocorreu.<br /><br />- O Cachorro. Bem, ter ido buscar o Toddy, mesmo cansado, me deu fartas doses de afeto canino, e ainda me fez prosear um pouco com meu terapeuta, Sr. Valdecir, energizando-me para o curso que daria no dia seguinte. Sem falar, que antecipar a ida me fez ter uma agenda mais livre, na manhã do outro dia, para fazer os preparativos para uma tarde de aula. Eu sempre mexo nas aulas, horas antes delas começarem. <br /><br />- A Cobrança do Imposto de Importação - Bem, pelo menos foram só 15 reais. E se tratava de um Drone que a fabricante estava repondo para mim, após constatar que o que houvera mandando antes, tinha vindo com defeito de fábrica. O imposto poderia ter sido bem maior, pois um Drone deste tipo custa uns 500 dólares. E, o fato de ter pago a tempo, a fatura que veio para minha correspondência, faltando 5 dias para ele ser retido (por falta de pagamento), já fez com que o mesmo esteja vindo para Brasília, tenha sido despachado. <br /><br />Tomo mais um gole de cerveja, abro um sorrisão, e agradeço a Deus ter uma feijoada amorosa me esperando, além daquela geladinha. Agradeço a Deus ainda poder ficar com o JG mais um dia, pois a mãe autorizou que ele só fosse na boca da noite da terça. <br /><br />Fecho os olhos e volto para praia, para os passeios, para as reuniões com amigos e família, para um dia de lancha, para o prato com Osso-Buco que fiz, para o Esperanto e o Restaurante do Contêiner Bar, em Forte Velho, para o nascer do sol, para o nascer da lua, para a Laís... para tantas coisas que encheram meu coração de ânimo!<div></div></div><div><br /></div><div>Funciona sempre, esta técnica de intervenção nas ondas negativas ruminantes, não!</div><div>Mas, posso te garantir, que pelo menos em 60% das vezes ela funciona, e muito bem.</div><div>E, diga-se de passagem que no cotidiano diário, intervir com 60% de êxito nas coisas que nos fazem ficar remoendo, e sofrendo por terem ocorrido, já nos fará um bem danado de bom.</div><div><br /></div><div>Ser mais feliz é uma escolha, intencional, consciente e possível. E que se faz com a leitura por outras perspectivas, mais otimistas e até lúdicas, do que nos ocorre a cada minuto. </div><div>Se eu não posso mudar determinadas situações que me causaram aperreio, ainda assim eu posso mudar a mim mesmo, pela forma que me deixo abater por elas.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Nota: (*) Ruído Branco - <span style="background-color: white; color: #535353; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px;">O ruído branco, na verdade, </span><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: white; box-sizing: border-box; color: #535353; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px; font-weight: bolder;">é um som que emite</span><span style="background-color: white; color: #535353; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px;"> </span><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; background-color: white; box-sizing: border-box; color: #535353; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px; font-weight: bolder;">frequências na mesma potência</span><span style="background-color: white; color: #535353; font-family: "Open Sans", sans-serif; font-size: 14px;">. Isso quer dizer que não há variação de intensidade ou altos e baixos. Ele é contínuo e cria uma espécie de barreira sonora para abafar sons vindos de fora. </span></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-51032819548154061222022-01-07T09:03:00.001-03:002022-01-25T11:31:35.755-03:00Faça-se Sombra!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFuBSxHsQusxiSnEnn_U67ZasNS-zPnqDCrJ8x_DPyyGTBykEraXGC9J7WcgyWsXeiUb2Ymi-yJjM_DVVRMmq6U8M6s0nFirbDshiyS8KANXBVl1b6JrHr-Pf5AyaF2z47NlMMjgOk6qWw_s_uW0dB5PLuqaExhMaw3bQ76DDTehUbBl_LiECtseLJ=s587" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="514" data-original-width="587" height="293" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjFuBSxHsQusxiSnEnn_U67ZasNS-zPnqDCrJ8x_DPyyGTBykEraXGC9J7WcgyWsXeiUb2Ymi-yJjM_DVVRMmq6U8M6s0nFirbDshiyS8KANXBVl1b6JrHr-Pf5AyaF2z47NlMMjgOk6qWw_s_uW0dB5PLuqaExhMaw3bQ76DDTehUbBl_LiECtseLJ=w463-h293" width="463" /></a></div><br />Acordei cedinho para ver o primeiro nascer do sol de 2022. Ver o sol nascer, o sol se pôr e a lua cheia são, para mim, terapias naturais, tônicos para almas. <br />Dei sorte de terem poucas nuvens na barra do horizonte e assim pude vê-lo erguendo-se da noitada no Japão, é já todo majestoso. <br />Focando mais ao centro, após um bom tempo de contemplação, acho que vi um coração sorrindo, chamando-me para o belo café da manhã que Dona Celina com tanto amor nos prepara. <br />Refeito da alma e do corpo, com o coração aquecido pelos efeitos do pão e da beleza, saí pelas 7h para minha caminhada de praia. <br />Na caminhada de ida, dos primeiros 2km, encontrei uma família divertindo-se com uma bebezinha, fazendo piscininha de praia pra ela. <br />Sempre achei esta cena tocante. Acho que quem constrói piscininhas na areia de praia, para refrescar os seus amados, revelam parte do que a humanidade tem de melhor. <br />No retorno, para os 2km da volta, decidi me aproximar delas e perguntar a idade da bebezinha. <br />Ela tem 10 meses e se chama Valentina. <br />E uma cena, desde que eu deles me aproximava, encheu meu coração de ternura e paz. Era a cena do cuidar, brincar e amar. <br />A família eram três pessoas: a mãe da Valentina, a Valentina e a sua vovó (Gisele). <br />A mãe estava dentro da piscina, brincando com a sua cria. <br />E a vovô ficava tomando sol em pé, de modo que fizesse sombra pra Valentina. <br />Perguntei se aquela pose era proposital, incrédulo frente a sensibilidade da cena. <br />Ela falou que sim. Que sempre que eles estão na praia, bem cedinho, ela fica protegendo a Valentina do sol, enquanto bronzeia as costas. Depois que a Valentina volta para casa, pelas 8 horas, ela cuida de bronzear a outra metade do corpo. <br />Elas são de São Luís e estão passando uns dias numa pousada perto da beira-mar aqui em João Pessoa, na praia do Bessa. <br />Despedi-me delas e voltei para casa, para fazer as pequenas tarefas do dia. <br />No caminho, desejei aquela sombra da Vó da Valentina. O sol queimava minha careca, e chegava com força. <br />E me veio à mente a importância do que a mãe e a vó da Valentina estavam fazendo e o quanto aquilo ali nos ensina. <br />Elas não tinham guarda-sol, cadeira de praia, nem piscina inflável. <br />Mas, com o que tinham elas se faziam presentes na maravilha viagem da vida e do viver. <br />Com as mãos, cava-se uma piscina que vira a melhor do mundo. <br />Com morrinhos de areia, feitos nas bordas da piscina, constroem-se torres de um castelo imaginário. <br />E a Valentina vai se entretendo com a sua mamãe a contar-lhe sobre princesas e duendes que no Castelo da Valentina habitavam. <br />Mãe e filha conectadas pela palavra, pela imaginação, pela fantasia do brincar, sem nenhum recurso tecnológico para mediar esta relação. <br />Avó, totalmente engajada em vigiar a sombra, para que de sua projeção o máximo de conforto tivesse sua neta. <br /><br />Como estes gestos nos falam do amor. <br /><br />Na avó da Valentina, o amor do servir, do cuidar, do proteger. Aquele amor gostoso que nos mobiliza a fazer algo pelos outros. A dar de nós mesmos, para melhorar a jornada deles. <br />Que coisa mais linda de meu Deus, é poder ficar à sombra da Vó da Valentina. <br /><br /><div>Tu já fizeste sombra para alguém? Já diminuiu a exposição de uma pessoa aos riscos do viver? <br />Têm muitas pessoas precisando de nossa sombra, para que consigam resistir ao sol inclemente de suas vidas. <br /><br /></div><div>Essa sombra pode ser uma palavra amiga, uma visita, uma ajuda fraterna. Pode ser a solidariedade perante momentos difíceis que ela vive. Ser sombra é ser cuidados para com o outro. É estar permeável e atento às suas necessidades e com empatia fazer o que se pode para ajudá-lo. <br /><br /><div>Cuidar é amar. <br /><br />Já a mãe da Valentina mostrou uma coisa muito bacana para nós. O valor de estar presente, de se interessar, de se conectar com a outra pessoa. <br />Ali eram só elas. Mãe e filha, inteiramente envolvidas na construção da piscina e dos Castelos de Areia. <br />A mãe da Valentina interessou-se pela filha. Estava 100% presente ao mundo lúdico de sua bebê, e envolveu-se com plenitude á aquele momento. <br /><br /><div>Se interessar é amar.</div><div><br /></div><div>A piscina e castelo de areia de praia nos ensinam sobre o se interessar pelo mundo do outro. <br />Interessar-se pelo mundo do outro também é uma das expressões do amor. <br />Precisamos de muitas mães e avós Valentinianas nesta humanidade, capenga de afeto, empatia e tão individualista. <br />Precisamos fazer nossa parte para dar de nossa sombra ao próximo. <br />E para com ele nos conectarmos, despertando interesse e empatia para com a sua jornada. <br />Sempre que estiver se sentindo sozinho, desamparado e meio que perplexo diante da vida, saiba que ainda assim poderá ser sombra para muitas pessoas que de ti necessitam. <br />E, com tuas mãos criar uma ponte de amorosidade e interesse para com elas, construindo com este relacionamento afetuoso um novo amanhã possível.</div></div><div><br /></div><div>=================</div><div>Notas após postagem:</div><div><br /></div><div>===================</div><div>Dias depois desta postagem, a vovó da Valentina fez um comentário no meu blog. Quando eu me apresentei para elas , eu falei que escrevia umas coisinhas e disse o nome do Blog. Mas, como ninguém em leva lápis e papel pra praia, e achei que nunca mais teria contato com a vovó, a mãe e a Valentina. Bode com Farinha. Mas, qual não foi minha surpresa ao chegar das férias e ler isto aqui abaixo. </div><div><br /></div><div>==================</div><div><span style="background-color: white; color: #37474f; font-family: Roboto, RobotoDraft, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.25px;">Ricardo, Quão belas e inspiradoras são suas palavras nesta tocante crônica, onde você com sua imensa sensibilidade e amor pela família, pois só quem vive o amor familiar e a natureza, para deixar fluir tamanha doçura de palavras amorosas e sonhadoras. Ratifico suas palavras, onde dizes que podemos a cada dia a cada gesto sermos útil ao próximo, seja ele familiar ou não. Suas palavras emocionaram toda família. Eu como avó de valentina, a bebêzinha de sua crônica.senti-me honrada com sua delicadeza das palavras. Muito obrigada, que você nunca perca sua sensibilidade no olhar para o outro, no gesto amigo, no seu bom dia com sorriso. Assim também se ilumina o dia de alguém que talvez não tenha recebido um bom dia ainda. Gisele Maria Rabelo Pronk, vó de Valentina.</span></div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-33624409169907848042021-10-27T07:15:00.000-03:002021-10-27T07:15:15.334-03:00Saudade, é arrumar o quarto de quem partiu!<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jRfSa4x2L0o/YXkk8Blw5mI/AAAAAAAC-FI/0j-MDMZrkI8sI01wPYXdpjBjLZ9-BmMOwCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20211027_064935.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-jRfSa4x2L0o/YXkk8Blw5mI/AAAAAAAC-FI/0j-MDMZrkI8sI01wPYXdpjBjLZ9-BmMOwCLcBGAsYHQ/s320/IMG_20211027_064935.jpg" width="180" /></a></div><br />Quando terminei a aula a distancia, pelo meio dia, escutei um barulho vindo do quarto de papai e para lá me conduzi.<div>Vi que minha irmã, mãe, filha e a Guia "derrubaram" o guarda-roupa de papai no chão e estavam selecionando e classificando os seus pertences para doação. </div><div>Montanhas de camisas sociais que ele nunca usou. Papai gostava mesmo era de uma camisa do BB que dei pra ele, e que tinha a expressão ECOA (Equipes de Comunicação e Autodesenvolvimento). </div><div>Calças bonitas, que ainda tinha cheiro de carro zero, pois que ele se afeiçoava com bermudas mais confortáveis. </div><div>Um monte de celulares que ao longo da vida fomos dando para ele. E que os guardava com carinho, mas sem usá-los. Ele gostava mesmo era de um bem velhinho. Daqueles que se o ladrão roubar de nós, vamos levar um cascudo, porque é muito antigo e não tem câmera, nem outros recursos mais sofisticados. </div><div>Papai era da face, e não do Face.</div><div>No maleiro, ele guardava seus tesouros. Era lugar sagrado, só ele mexia.</div><div>Em cada um deles, há papai.</div><div>Todos as lembranças de nossas conquistas ali estavam guardadas, tal qual relíquias. Aquela caneca da formatura do Rodrigo. Aquelas fotos dos netos. Ou a aquela primeira agenda que Tiago recebeu de onde trabalha, na CEF.</div><div>As caixinhas de ferramentas estavam todas lá. Daquelas que damos nos dias dos pais. Estojos multivariados, com um infinidades de chavinhas. Todas ali, guardadas qual joias raras. </div><div>Ferramentas, montadas naqueles estojos, é a cara de papai.</div><div>Sapatos quase nenhum. </div><div>Todos se perguntavam onde estavam. E sorríamos, um sorrir de saudades e elevo na alma, pois sabíamos que ele os doava. </div><div>Papai era das sandálias havaianas. Não era homem de guardar sapatos. </div><div>Mais ao fundo do baú, muitos convites pra nossos bons momentos: batizados, formaturas, casamentos.</div><div>Que tesouro! Confesso-lhes que muitos de nós não tem mais aquelas memórias, por ele guardadas com tanto esmero.</div><div>Meu tesouro foi o relógio de pulso de papai, tão ele. </div><div>Minha irmã pergunta de uma bela mala de ferramentas, daquelas estilosas. Ele a ganhou no dia dos pais, deste ano. Lembro-me dele, ainda consciente, abraçado com ela e saboreando cada uma das mais de cem peças que ali continha. </div><div>E por vários dias. </div><div>A levarei para o meu filho, o Resolvedor de Problemas, o Rodrigo. Ferramentas combinam com ele. </div><div>Aos poucos, as meninas foram organizando as doações, de modo que todos puderam ficar com algo que lembrasse papai. Ou, que ainda tivesse muita serventia.</div><div>Até um notebook achamos, e que vai ficar com a Guia. Para ajudar nas tarefas de seu sobrinho, e nas postagens das vitórias da Raposa (Campinense). Time que ela tanto gosta. </div><div>Acho que papai deu boas risadas lá do céu, vendo nossos comentários com as coisas que ele se apegou e guardou em lugar nobre de seu guarda-roupa. Ou, as que nunca usou, por não combinarem com seu etilo de vida, como as rupas sociais e seus adereços.</div><div>Aos poucos, uma sensação de vazio foi nos tomando. Como se agora fosse verdade mesmo.</div><div>Afinal, quem teria coragem de mexer em suas coisas antes?</div><div>Carreguei o carro com três malas e me dirigi pra casa de Tio Naldo.</div><div>Ali chegando, nos abraçamos e choramos mais uma vez.</div><div>Tio Naldo olhava para cada item com ternura, sem cobiça. Coube a ele receber boa parte das roupas novas.</div><div>Mais o que ele gostou mesmo foram dos DVDs e CDs de papai. Guardados numa caixa de papelão.</div><div>Verdadeiras relíquias musicais. </div><div>Acho que conheci um pouco mais de meu pai pelo que ele guardou. </div><div>Arrumar o quarto do amado que partiu é entrar no templo da saudade, e ali fazer seus ritos de fechamento de ciclos.</div><div>É preciso e necessário passar por este momento. </div><div>Enquanto digito este texto, pelas seis da manhã, escuto mamãe me chamar. Ela tem exames médicos cedinho, quer que eu a leve na clínica. Sendo isto, para ela, mais uma prova de que a vida continua, aos que por aqui pelejam.</div><div>No trajeto, ela me mostra a aliança de papai, que dará para minha irmã. Uma aliança com sessenta anos de história.</div><div>Na volta da sala dos exames, mamãe me conta que quase não dormiu ontem, embalada por lágrimas.</div><div>Respiro fundo e digo que é direito dela, chorar. Para que ela não apresse o rio do sofrer. Ele tem seu próprio fluir e tempo.</div><div>Ligo o carro, para voltarmos, e percebo que estacionei ao lado de Craibeira - toda vestida de amarelo, que nos saúda. É uma árvore irmã gêmea do ipê que talvez esteja nos dizendo que após a arrumação do quarto físico, agora chega o tempo de começar a arrumar o quarto interior. Que ficou todo desmantelado. Uma arrumação geral, peça à peça, emocionalmente falando. E, dia à dia.</div><div>Sem temer se conectar com a saudade e as boas lembranças, além de espantar esvoaçantes culpas, que vez por outros teimam em querer pousar nos galhos do coração.</div><div><br /></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-73911345670828742932021-09-01T19:14:00.002-03:002021-09-01T19:14:13.906-03:00Que Mundo do Trabalho Queremos para Nós? (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="2f1g8-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2f1g8-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2f1g8-2-0" style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-O8IUPeuC90s/YS_7GRUN3zI/AAAAAAAC7Ww/iZ00DAtlgR4gp_k7A5fQjnA3rjGlAj4MQCLcBGAsYHQ/s1280/avalia%25C3%25A7%25C3%25A3o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-O8IUPeuC90s/YS_7GRUN3zI/AAAAAAAC7Ww/iZ00DAtlgR4gp_k7A5fQjnA3rjGlAj4MQCLcBGAsYHQ/w400-h225/avalia%25C3%25A7%25C3%25A3o.png" width="400" /></a></div><br />Recentemente a Ânimo Desenvolvimento Humano, na pessoa de seu proprietário, o Ricardo de Faria Barros, procedeu à uma sondagem, frente a um significativo grupo de trabalhadores ligados à gestão pública e privada sobre um conjunto de situações que geram um desgaste emocional para a saúde do trabalhador quais sejam:</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="doc2f-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="doc2f-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="doc2f-0-0" style="font-family: inherit;">1. Conviver num ambiente com o clima pesado, pessoas tóxicas.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="ado64-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ado64-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ado64-0-0" style="font-family: inherit;">2. Passar por situações que beiravam o assédio moral, ou sexual.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="7vr4c-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7vr4c-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7vr4c-0-0" style="font-family: inherit;">3. Viver relações conflituosas, tensas e sem soluções negociais a curto prazo.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="2gg87-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2gg87-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2gg87-0-0" style="font-family: inherit;">4. Perceber que não foi reconhecido, ou valorizado, no trabalho.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="7lr6r-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7lr6r-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7lr6r-0-0" style="font-family: inherit;">5. Ser objeto e vítima de mentiras, fofocas ou boatos.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="2n242-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2n242-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2n242-0-0" style="font-family: inherit;">6. Sentir-se desconsiderado nas propostas que apresentou.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="e35b1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e35b1-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="e35b1-0-0" style="font-family: inherit;">7. Sentir-se invisível, ou perceber a indiferença de alguém para tuas necessidades.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="a7sso-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="a7sso-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="a7sso-0-0" style="font-family: inherit;">8. Não receber cooperação dos colegas, ou capacitação adequada para o trabalho.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="fqm1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fqm1-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fqm1-0-0" style="font-family: inherit;">9. Desrespeito com a jornada. Sensação de exaustão permanente.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="3298l-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3298l-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="3298l-0-0" style="font-family: inherit;">10. Sentir preconceito, desrespeito, ou falta de empatia.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="3bhmk-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="3bhmk-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="3bhmk-0-0" style="font-family: inherit;">11. Trabalhar com pessoas com comunicação confusa, ou violenta.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="2kc48-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2kc48-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2kc48-0-0" style="font-family: inherit;">12. Trabalhar com líderes com pouca inteligência emocional.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="1hcbo-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1hcbo-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1hcbo-0-0" style="font-family: inherit;">Esta lista de situações poderia ser diferente, a partir do referencial teórico das relações socioprofissionais, ou do modelo estrutural de qualidade de vida no trabalho escolhido. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="d4sj3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d4sj3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="d4sj3-0-0" style="font-family: inherit;">Nesta enquete, e na construção dos itens acima, optou-se pela categorização de relatos de estranhamento laboral, desconforto, ou sofrimento, coletados em Comunidades de Trabalhadores, ancoradas em Redes Sociais, em apanhados em Fóruns de Gestão de Pessoas, e na escuta ativa do pesquisador, no âmbito de sua carreira profissional. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="4lrll-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4lrll-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="4lrll-0-0" style="font-family: inherit;">Deliberadamente, corremos algum risco de indução na construção dos itens (presente em qualquer tipo de enquete), ou de exclusão de elementos importantes, sendo de qualquer forma um olhar instigante sobre temas importantes para encaminhamento nas ações de desenvolvimento humano e profissional. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="8gspa-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8gspa-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="8gspa-0-0" style="font-family: inherit;">Na primeira enquete, conforme a figura que ilustra esta reflexão, o foco foi na vivência da situação. Ancorado na afirmação imperativa: “Já passei”. Os mais votados foram:</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="7j4nj-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7j4nj-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7j4nj-0-0" style="font-family: inherit;">Conviver num ambiente com o clima pesado, pessoas tóxicas </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="fertc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fertc-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fertc-0-0" style="font-family: inherit;">Impacto na Dinâmica Laboral – Degradação do Ambiente Laboral</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="1uc73-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1uc73-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1uc73-0-0" style="font-family: inherit;">De fato, quem já trabalhou num ambiente de clima pesado sabe o quanto vamos adoecendo, dia a dia. E não dá a mínima vontade de ir trabalhar. Cai a inovação, cai a produtividade e as relações ficam pautadas num clima de desconfiança e pouca colaboração social. É o famoso “Em rio que tem jacaré, peixe nada de costas...” É, mas nadar de costas por um longo tempo, não só cansa, como cega qualquer perspectiva de horizonte. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="d856g-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d856g-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="d856g-0-0" style="font-family: inherit;">Cuidar do clima repercute na saúde ocupacional, na excelência do atendimento e na geração de valor pelas entregas de resultados. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="8dl3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8dl3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="8dl3-0-0" style="font-family: inherit;">Salta aos olhos ser, das doze situações, a mais comum nos ambientes de trabalho. Não sek razão, muitas pessoas sofrem da Neurose do Domingo, pelas 22h, ao lembrarem-se que no outro dia irão trabalhar naquele inferno. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="clttc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="clttc-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="clttc-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="12db1-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="12db1-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="12db1-0-0" style="font-family: inherit;">Perceber que não foi reconhecido, ou valorizado, no trabalho.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="5tqj9-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5tqj9-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5tqj9-0-0" style="font-family: inherit;">Impacto na Dinâmica Laboral – Desvalorização Profissional </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="dl5th-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dl5th-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="dl5th-0-0" style="font-family: inherit;">Temos necessidades de sermos reconhecidos. Isto nos legitima, cria pertencimento e, como efeito colateral, nos mobiliza-engaja para novos desafios. Mas, vive-se tempos muito pobres de reconhecimento. Como os líderes não são reconhecidos, pelos seus segmentos superiores, acaba-se por reproduzirem este comportamento com seus liderados. Criando um jogo de soma zero, no qual todos perdem. Várias pesquisas apontam que das emoções positivas a que menos vem se expressando é a gratidão. Na Sociedade do Cansaço, na Sociedade do Eu Que Mereço, e Na Sociedade Narcisista que vivemos, parar e prestar atenção a quem nos ajuda, a quem nos abre portas, a quem se doa é quase uma utopia. Ainda escuto gestores dizendo, mas ele é pago para isso. Sim, minha diarista é paga para limpar o apartamento. Mas, quando entro na cozinha e percebo que ela deixou aquilo lá um brinco, eu sinto e expresso gratidão por ela ter vindo, e ter feito um excelente serviço. Eu a reconheço. Inclusive, por arrumar melhor e de forma mais funcional os objetos da cozinha, indo além de só colocar nos lugares que achou, por mim colocados. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="1d3rh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1d3rh-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1d3rh-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="bh9js-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bh9js-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bh9js-0-0" style="font-family: inherit;">Conviver com pessoas com comunicação confusa, ou violenta.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="2iugp-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2iugp-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="2iugp-0-0" style="font-family: inherit;">Impacto na Dinâmica Laboral – Redes de Conversas Incapacitantes </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="7ie5n-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7ie5n-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="7ie5n-0-0" style="font-family: inherit;">Têm muitas pessoas que praticam um diálogo do tipo Tênis de Mesa, no lugar de jogar Frescobol. Nada contra o Tênis de Mesa. Entendam a metáfora. É que a pessoa não quer arredondar a bola das palavras, gestos e linguagem para o outro. Não quer se esforçar para manter a bola no ar e circulando, a bola da comunicação. São diálogos frios, confusos, ambíguos, e sem o calor, clareza e objetividade, que o mundo do trabalho exige. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="c8glh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c8glh-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="c8glh-0-0" style="font-family: inherit;">Tem gente que quando conversa quer sempre ter a razão. São pessoas que cultivam uma visão de mundo muito fechada, com extremismos de verdades, quase que sagradas. É uma conversa truculenta, arrogante, que adora se colocar como melhor e maior. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="ad9bu-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ad9bu-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ad9bu-0-0" style="font-family: inherit;">Conviver com pessoas assim faz um mal danado. E o pior é que não podemos ir morar numa ilha; e o pior ainda é quando esta pessoa é teu gestor. Aí o bicho pega. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="dmtqh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="dmtqh-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="dmtqh-0-0" style="font-family: inherit;">Se não podemos mudar esta situação, podemos mudar a nós mesmos, criando couraças para não adoecer, por tantos torpedos de palavras que recebe. Tenta olhar a situação com ironia, ou humor-sarcástico, tirar o personalismo dela, afinal não é só contigo que a pessoa é bruta, podem ser válvulas de escape para sobreviver a esta pessoa de comunicação violenta. Mas, não é nada fácil. E isto consome muita energia emocional. Ao final do dia a pessoa está exausta, de tanta patada que levou. Perde o negócio, perdem os clientes, perde o sentido do trabalho e perde-se em saúde, deixar ocorrer este tipo de dinâmica laboral. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="78h8k-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="78h8k-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="78h8k-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="43cd3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="43cd3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="43cd3-0-0" style="font-family: inherit;">Trabalhar com líderes com pouca inteligência emocional.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="41pb4-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="41pb4-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="41pb4-0-0" style="font-family: inherit;">Impacto na Dinâmica Laboral – Analfabetismo Emocional Gerencial </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="5q51g-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5q51g-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5q51g-0-0" style="font-family: inherit;">Sim pessoal, as emoções são como um alfabeto que tem seus dialetos, suas linguagens, seus afetos escondidos e suas dimensões intangíveis, e subjetivas. Fazer uma gestão das emoções de maneira mais eficaz, e produtiva, causa um bem enorme a todo ecossistema laboral. Mas, poucos investem nisso. Pois que exige criar um espaço de escuta do grupo, de autoconhecimento, de busca por outras disciplinas para evolução pessoal e profissional, além das técnicas. E, como são as técnicas que muitas vezes o promovem, a pessoa acha que as socioemocionais não são necessárias. E, botam o grupo a perder. Líderes analfabetos, emocionalmente falando, inviabilizam o crescimento da equipe, e não conseguem gerir times de alto-desempenho, para os quais exige-se sensibilidade, a humanização do cuidar, a criação de vínculos e a coragem de mudar. Um líder sem inteligência emocional não vai saber conduzir o grupo pelos mares tão caóticos, complexos, velozes, incertos e perigosos do mundo do trabalho e dos negócios a ele afeto. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="9ovid-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9ovid-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9ovid-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="f34du-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="f34du-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="f34du-0-0" style="font-family: inherit;">Na segunda enquete, conforme a figura que ilustra esta reflexão, o foco foi projetivo, ancorado na afirmação imperativa: “Não Gostaria de Passar!”</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="javc-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="javc-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="javc-0-0" style="font-family: inherit;">Tendo sido os mais votados os itens:</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="bmajk-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bmajk-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bmajk-0-0" style="font-family: inherit;"> Conviver num ambiente com o clima pesado, pessoas tóxicas.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="d479k-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="d479k-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="d479k-0-0" style="font-family: inherit;"> Passar por situações que beiravam o assédio moral, ou sexual.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="bqtk7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="bqtk7-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="bqtk7-0-0" style="font-family: inherit;"> Sentir preconceito, desrespeito, ou falta de empatia.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="5ghde-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5ghde-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5ghde-0-0" style="font-family: inherit;"> Trabalhar com líderes com pouca inteligência emocional.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="6bpt5-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6bpt5-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6bpt5-0-0" style="font-family: inherit;">Farei o destaque dos mais votados, diferentes da enquete anterior, e que já foram explorados.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="28s0s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="28s0s-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="28s0s-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="8u5ah-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8u5ah-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="8u5ah-0-0" style="font-family: inherit;">Passar por situações que beiravam o assédio moral, ou sexual.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="ap99s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ap99s-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ap99s-0-0" style="font-family: inherit;">Desdobramentos nas Relações de Poder - Assédio</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="cu3ff-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cu3ff-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="cu3ff-0-0" style="font-family: inherit;">Engraçado que para o assediador ele nunca está assediando. Já perceberam este discurso? Para ele, é o jeito dele, é a forma que ele é... Ou, é mentira/besteira do outro. Alguns até dizem que é assim mesmo, que se usar o “chicote” o grupo não produz. Tolinhos, sabem nada sobre equipes de alto-desempenho!</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="6nun4-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6nun4-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6nun4-0-0" style="font-family: inherit;">Quem já se sentiu assediado sabe o quanto isto destrói a pessoa. Assediadores precisam de ações coercitivas consistentes e eficazes. Não podem ser ignorados. E, suas vítimas, não podem ser desconsideradas, ou tidas como não-resilientes. Não se deve romantizar quem passa anos sendo assediado e sobrevive. O custo desta sobrevivência pode gerar sequelas pela vida afora. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="ep49q-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="ep49q-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="ep49q-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="fbc2s-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fbc2s-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fbc2s-0-0" style="font-family: inherit;">Sentir preconceito, desrespeito, ou falta de empatia.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="cdlnl-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cdlnl-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="cdlnl-0-0" style="font-family: inherit;">Desdobramentos nas Relações Sociais – Preconceito </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="58ko6-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="58ko6-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="58ko6-0-0" style="font-family: inherit;">Se existe algo fora de moda é o preconceito. Contudo, nos parece que é mais comum do que se divulga. E ele ocorre de todas as maneiras. Desde a orientação sexual, à idade, ou sotaque, credo religioso ou cor de pele. Não importa. Aos olhos de muitos, a vítima de preconceito está com mimimi. Aos olhos desta pessoa, ela sabe muito bem o que sente com a situação que viveu, e como ela é ultrajante. Toda forma de preconceito é aniquiladora, e inibe o desenvolvimento do potencial humano, criando barreiras à evolução da condição humana e civilidade.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="9of3q-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9of3q-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9of3q-0-0" style="font-family: inherit;">Vamos combinar uma coisa, o lugar da fala de quem se sente vítima de desrespeito, preconceito é desta pessoa. A partir da construção de seus símbolos culturais e de sua percepção. Não é frescura uma mulher dizer que num processo seletivo sentiu que foi tolhida, quando respondeu que por ter filhos nem sempre pode extrapolar a jornada. Isto é uma forma de tirar as mulheres da jogada, com perguntas enviesadas, que desconhecem a realidade da sobrecarga feminina. E que estão fora do contexto. Então, se um dia você escutar esta mulher, é do ponto de vista dela que deve avaliar como ela se sente, tá combinado?</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="6rtsh-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6rtsh-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6rtsh-0-0" style="font-family: inherit;">Este é o pior viés do preconceito, e é um viés de luta de classes. A história é escrita pelos vencedores. E, eles distorcem os fatos e as falas dos vencidos, de modo a desqualificá-las. Todo preconceito tem em sim mesmo uma verdade sagrada, ou crença limitante, para a pessoa que o pratica. Que molda sua percepção sobre o outro, e que vai buscar nele exatamente o que precisa para justificar o que sobre ele tem como tese. Ou seja, todo preconceito e falta de respeito à diversidade é uma janela que se fecha para o outro, é uma redução de multiplicidade de facetas do mundo, a uma só paleta de cores. A que o preconceituoso usa. O que é de uma pobreza de espírito e falta de respeito sem limites. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="fc7e2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fc7e2-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fc7e2-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="6gkkt-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6gkkt-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6gkkt-0-0" style="font-family: inherit;">A conclusão que ambas as sondagens remetem é a necessidade de abrir este tipo de temática na educação corporativa, e na forma de reconhecimento em processos seletivos, reforçando condutas, atitudes e práticas que mitiguem os riscos destas seis situações de agravo à saúde mental, qualidade de vida e sentido do trabalho, com severos impactos nos negócios, resultados e gestão de processos e pessoas. </span></div><div><span data-offset-key="6gkkt-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="a507h" data-offset-key="e9an4-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-71156418732251496042021-05-05T10:45:00.007-03:002021-05-05T16:21:29.193-03:00Lágrimas Pauliettes (Autor Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2rOxFLIu18c/YJKiOuyY17I/AAAAAAACysc/6AV8_Ysu9eYH-lmzJkL3yZhCLQmeGX4ZACLcBGAsYHQ/s2048/A.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" src="https://1.bp.blogspot.com/-2rOxFLIu18c/YJKiOuyY17I/AAAAAAACysc/6AV8_Ysu9eYH-lmzJkL3yZhCLQmeGX4ZACLcBGAsYHQ/s320/A.jpg" width="320" /></a></div><br />Nessa manhã, boa parte do Brasileiros acordou com olheiras, após chorarem as mil lágrimas.<br />Foram lágrimas de mel e de fel. Lágrimas Juliette e lágrimas Paulo Gustavo. <br /><br />Lágrimas <b>Pauliettes</b>. <br /><br />Paulo Gustavo, faleceu ontem, ele e a nossa querida personagem a Dona Hermínia, tão bem interpretada por ele. <br />Já a Juliette, ontem também chegou à final do BBB21, talvez o de maior audiência da história, dado que virou passatempo dos insones-quarentênicos dias. As lágrimas foram pela vitória da Juliette, que cativou o Brasil com seu jeito de ser, e obteve índices inimagináveis de engajamento. <br />Paulo e Juliette fizeram-nos chorar. E, para um povo que estava banalizando a morte, e mediocrizando a vida, estas mil lágrimas fizeram muito bem ao brasileiro. <br />Acho que andávamos precisando chorar, nos conectar às emoções mais profundas, seja da dor da perda, seja da alegria da conquista. <br /><br />O Brasil chorou, e isto é bom. <br /><br />Juliette e Paulo Gustavo representam o melhor do brasileiro. E, por isso, suas imagens são tão admiradas. <br />Juliette não se curvou ao preconceito, não deixou de ser quem é, só para agradar e ser aceita. Também não pisou em ninguém, mesmo quando tinha que votar em eliminações, pelas regras do jogo. <br /><br />Soube acolher os mais fracos, e conviver de igual para igual com os mais fortes. Sem tinha um tempo para uma palavra amiga, para se colocar, e sem ser piegas, nem pregar o que não viveu, ou crer, somente para aparecer bacana nas filmagens. <br /><br />A pessoa pode até conseguir fazer isto às vezes. Mas, por cem dias, e sob intensa pressão, e 24 horas filmado..., se a pessoa está fingindo ser quem não é, em algum momento vai se denunciar. E, a Juliette não se denunciou. Ela é aquela ali mesma. A casa não a transformou. <br /><br />Ela é aquela filha amorosa, aquela irmã cuidadosa, aquela amiga pra o que der e vier. E aquela cidadã que tem consciência do outro e de seus direitos. <br /><br />Ela é aquela que ajuda, sem tirar a autonomia. Que acolhe, sem querer algo em troca. Que consegue ser feliz, criando um mundo interior rico e fecundo, mesmo isolada e sofrendo perseguições. <br /><br />Ela é aquela que consegue sorrir de si mesma, e que consegue chorar com o outro. De sonhos simples, não nega seu existir a ninguém. E sabe ser luz, sem ser arrogante. <br /><br />Creio que na Juliette cada um de nós se espelha um pouco. Desde aqueles que precisam fazer virações para sobreviver, aos que o projeto maior é ajudar aos seus familiares. <br /><br />Paulo Gustavo é daqueles caras que queremos ter ao nosso lado. Um pai exemplar, um marido idem. Uma pessoa do bem, ligada em causas maiores, e que enfrentou o luto da perda dos primeiros filhos, ainda na barriga de aluguel – eles eram gêmeos, com uma coragem e resiliência digna dos mais fortes. <br /><br />Paulo é aquela pessoa que com o cotidiano faz graça, que nos transporta para a dimensão do humor, que nos faz esquecer, por uns minutos, qualquer drama de nossa Vida Severina, e com ele sorrir das peripécias de sua mãe.<div><br /></div><div>Recentemente, o Paulo Gustavo nos deu a melhor vacina contra o ódio, a intolerância e a maldade, ele nos falou que é o Amor. Só o amor pode sarar, restaurar, reinventar o sentido das coisas, da vida e da gente.</div><div><br /></div><div>Paulo Gustavo sabia ser grande, sem ser orgulhoso. Sabia ser farol, sem apagar a luz de ninguém. Era o tipo de pessoa que fez o preconceito sobre uniões homoafetivas se dissiparem.</div><div><br /></div><div>A coisa mais legal do mundo era ver o carinho dele pelo marido, e como se amavam!</div><div><br /></div><div>Ele nos ensinou que o amor excede, e transmuta.</div><div><br /></div><div>Nos seus personagens, estavam nós mesmos, nossos amigos e família. Que, ao tão bem interpretá-los, como numa viagem projetiva, todos nós saíamos melhores. Os risos frouxos, azeitavam nossa alma, e nos faziam crescer humanidade. </div><div><br /></div><div>Fica uma lacuna imensa, como se cada brasileiro perdesse um parente próximo da família pelo Covid. </div><div><br />Eu creio no poder libertador de fazer contato com as emoções mais profundas que neste dia 5 de maio de 2021 muitos brasileiros estão fazendo. <br /><br />Embora díspares, e em extremos opostos, a emoções com a Juliette e com o Paulo Gustavo, nos fazem amarrar o nosso arado a uma estrela. Como diz a canção. <br /><br />Amarrar o arado a uma estrela é ter a capacidade de sentir, de ter empatia, de sonhar, de se emocionar, de se solidarizar. É acreditar na poesia de cada encontro, despedidas e descobertas. <br /><br />Milhões de brasileiros amarraram seus arados a duas estrelas, neste dia. <br /><br />Estrelas que nos lembram que é possível ser gente, mesmo sob estresse e sofrendo influências negativas. É possível não se corromper e continuar pautando-se por valores, mesmo que possa desagradar, o coro afinado dos contentes – com tudo isto aí que se nos coloca como Normal. <br /><br />Estrelas que também nos lembram que não temos controle sobre o dia do amanhã. Que a vida é frágil. Que não podemos apequenar nosso existir, pois que a morte um dia chegará. <br /><br />E, ter a consciência da morte, é ter a urgência da vida. <br /><br />Paulo e Juliette, cada um à sua maneira, nos tornaram melhores nesta manhã. Fizeram com que retornássemos ao nosso lar interior – local onde mora o nosso Eu Maior e Melhor. <br /><br />Paulo e Juliette tiraram a anestesia que nos dopava, em dias tão modorrentos de afetos positivos. E fizeram-nos, novamente, coletividade. <br /><br />Paulo e Juliette nos colocaram em contato com a dor e o prazer de existir, e ativaram em cada um de nós a chama do amor – seja em forma de saudades, seja em forma de gratidão, seja em forma de celebração e irmandade. <br /><br />Paulo e Juliette são o melhor dos brasileiros. E nos revelam que podemos amarrar nossos arados às suas estrelas, e com eles aprender a valorizar o instante em que se vive, e se tornar necessário a alguém. Aos pais, aos filhos, aos amigos... <br /><br />E a fazer, de qualquer momento que seja, um infinito particular de intensa entrega, e apaixonada mística relacional, com todos que cruzam nosso caminhar, tornando-os melhores após sair de nossa presença. <br /><br /><b>“Torna-te Necessário a Alguém”.</b></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-56798734067276605652021-05-04T11:05:00.004-03:002021-05-04T11:05:34.256-03:00De perto, ninguém está normal; e, de longe também! (Autor Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ocGI3K20zDo/YJFUgeR1uHI/AAAAAAACypg/QDA3nrasTD4r8F6PieavflWLlbSNLDIEACLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20210504_110336.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1712" height="232" src="https://1.bp.blogspot.com/-ocGI3K20zDo/YJFUgeR1uHI/AAAAAAACypg/QDA3nrasTD4r8F6PieavflWLlbSNLDIEACLcBGAsYHQ/w235-h232/IMG_20210504_110336.jpg" width="235" /></a></div><br />Começo esta reflexão com um trocadilho de uma frase, retirada da canção Vaca Profana, de Caetano Veloso, que diz: “De perto ninguém é normal”. <br />Eu diria que nestes tempos “Quarentênicos”, e nas cavernas “Covidianas”, ninguém está no seu melhor normal: nem de perto, nem de longe. <br />E, logo para início de conversa, digo pra você que me lê que é normal não estar se sentindo normal. Não estar bem do cabeção, numa época de tantas mutações. <br /><br />- Uma amiga revela que anda tendo crises frequentes de ansiedade, de choro e de palpitação. Inclusive vem contando muitos carneirinhos, todas as noites. <br /><br />- Um outro amigo, conta que sua relação afetiva está bem desgastada, e que andam se irritando por tudo, coisas bobas e rotineiras. E que parece que o apartamento ficou pequeno para eles. <br /><br />- Uma colega psicóloga me diz que a sobrecarga feminina está enorme. E que mulheres do mundo todo tem adoecido querendo bancar as “mulheres-maravilhas” - num cenário de tantas mudanças. <br /><br />- Já meus pais, octogenários, andam se sentindo muito sozinhos e com uma saudade enorme de uma aglomeração. <br /><br />Você deve ter uma história assim para contar. Sem falar nas pessoas que estão passando por processos de luto, ou dificuldades financeiras, ou as incertezas de quando afinal estarão vacinadas. <br />Então pessoal, posto estes reais e contundentes exemplos, para criar um pano de fundo nesta reflexão, na qual apelo para a necessidade de buscarmos nossos espaços de autocuidados emocionais. Para que este: “é legal não estar normal”, não venha a se aprofundar e aumentar nossa vulnerabilidade, nos expondo a sequelas mais sérias da falta da saúde mental. <br />Tem um trecho na Bíblia que fala muito disso, da importância deste cuidado: “Que nenhuma raiz da amargura brote [atitudes, pensamentos e emoções] e cause perturbação, contaminando muitos”. Carta aos Hebreus 12,15 <br />O que a Bíblia chama de raiz da amargura brotando, no Catálogo Internacional de Doenças, CID 10, no item 43.2, chama-se de Transtornos de Adaptação. Que possuem como um de seus gatilhos o enfretamento de situações de mudança existencial, luto, estresse, acontecimentos marcantes, por um certo período. E, pessoas com uma menor vulnerabilidade emocional, expostas a este quadro referencial, poderão vir a adoecer. <br />E, é neste sentido que assume um papel preponderante o autocuidado emocional. Que cada um de nós precisa fazer para enfrentar estes tempos tão difíceis, com um mínimo de sanidade mental. <br />O problema foi que nos ensinaram de tudo, do ponto de vista físico-biológico: higiene, alimentação, primeiros socorros, práticas saudáveis ao físico. Só nos esqueceram de nos ensinar como fazer higiene emocional, primeiros socorros emocionais, alimentos emocionais e práticas saudáveis. E a Pandemia pegou a Humanidade de calças curtas, sem saber como se cuidar. E a raiz da amargura tem brotado em muitos corações, tem causado perturbação e contaminando todas as áreas de vida da pessoa. <br />Gostaria de compartilhar algumas boas práticas de Gestão das Emoções que poderão te ajudar neste momento. <br /><br />Higiene Emocional <br /><br />1. Lute conta a “Síndrome do Impostor”. Ela se manifesta por uma autocobrança enorme, por se sentir não merecedora do sucesso, por querer agradar a todos. E nunca estar em paz com o que de fato entrega de resultados e é. Carregue, portanto menos pesos. Pare de querer ser um Super-Homem ou uma Mulher Maravilha, a um custo emocional tão alto. É legal também a casa não estar sempre arrumada, ou o relatório que precisará ser entregue não atingir a nota máxima em perfeição. Pare de se exigir perfeição em tudo, de ser tão rígida(o) para consigo mesma(o). <br /><br />2. Faça de teu lar um Infinito Particular. Encontre espaços na agenda para ritualizar teu lar. Seja num banho gostoso, seja tomando um café sem acessar celular. Seja vendo um belo filme, ou ouvindo música, e até numa leitura gostosa de 3 minutos. Os prisioneiros, ou o pessoal de expedições da NASA e Ártico, que passaram grandes períodos reclusos e em pequenas áreas, que não adoeceram criaram rituais ao longo do dia, para preenchê-los de um sentido possível, mínimo e energizador. <br /><br />3. Evite a Criação de Emoções Negativas de Estimação. Como não está fácil para ninguém é normal você se deparar com pessoas mais irritadiças, rabugentas, reclamonas, menos gratas, mais egoístas. Estas pessoas vão deixando em você uma espécie de sujeira emotiva. Cuidado para não ficar alimentando-as, tal qual cuidamos de um bichinho de estimação. Uma dica, você não vai esquecer uma mágoa, pensando na mágoa. Não se diminui a força das emoções negativas: mágoa, desgosto, decepção, rejeição, medo, ódio, desesperança... pensando nelas. Cultive as emoções positivas, que elas por si só vão fazer as outras perderem a força e abrangência. Cultive o perdão, a compaixão, a bondade, a doação, a mansidão, o amor, a esperança, a gratidão... E verá como isto limpa o coração. <br /><br />4. Diário Apreciativo. Todos os dias tenha uma meta de anotar três coisas boas que viu, fez, ou sentiu que fizeram para contigo. Antes de dormir, faça uma revisão do dia e registre estas coisas num bloco de notas. Esta intencionalidade em perceber o bom, o belo, ou o virtuoso vai modular tua percepção para este objetivo e coisas muito boas ocorrerão contigo, a partir desta expansão da consciência. <br /><br />5. Carta da Gratidão. Escreva Cartas de Gratidão, e, se puder, encaminhe as mesmas, ou leia para as pessoas que foram nelas retratadas. Degustar nossas boas lembranças ajuda a manter a saturação emocional positiva. <br /><br />6. Combata Teus Sabotadores – Invista pesado em combater pelo menos três deles: o perfeccionista, a vítima e o crítico negativo. Estes sabotadores drenam nossa inteligência emocional e nos colocam numa posição de “desamparo aprendido”, na qual não damos mais respostas à vida, ficando a mercê dos acontecimentos. E, se não pode mudar determinada situação, mude a si mesmo(a); na forma como irá reagir e se adaptar à mesma. <br /><br />7. Tome diariamente um AAASSS. Para muitas situações, é preciso Acolhimento; Aprendizado; Amorosidade, Sintonia, Superação e Sentido. Foram as pessoas mais resilientes que conheci que me ensinam esta fórmula de bem viver. <br /><br />8. Fuja das 3N2T1S - Policie todas as afirmações negativas sobre você mesmo(a), sobre os outros e sobre a vida que começam com o 3N2T1S. Nada; Nunca; Ninguém, Tudo, Todos, Sempre. Sempre que começar a construir uma frase sobre algo de ruim que ocorreu, usando estas expressões, você estará generalizando o problema e dificultando encontrar outras possibilidades. “Eu nunca vou me recuperar disto...” <br /><br />9. Cem Coisas para o Amanhã – Faça um exercício lúdico de cem coisas que pretende fazer num determinado horizonte de tempo. Podem ser das mais simples, às mais complexas. Alimente o sonho dentro de você. Ter algo legal a realizar num amanhã possível e real é algo que gera muita energia positiva. Eu, por exemplo, coloquei como meta conhecer todos os Parques do DF, até o final de 2023. <br /><br />10. Evite a Morte Social – Pessoas curam pessoas. Grupos sociais, idem. E, em termos de afetos positivos, o real e o virtual se misturam. Encontre teu grupo virtual que seja edificador. Faça contato com os amigos e familiares usando as tecnologias. Participe de causas e mutirões virtuais, de ajuda ao próximo. Veja lives, faça cursos, crie eventos pra juntar o povo. Mas, não se isole. <br /><br />11. Desenvolva Atividades Flow – O Flow é um estado de ânimo que ocorre quando empregamos nossas competências em fazer algo que gostamos. Pode ser no jardinar, pode ser no bordar, pintar, dançar. Pode ser no criar, cuidar, acarinhar, trabalhar. O que seja, encontre aquilo que quando faz o tempo para, e um sorrisão abre em tua alma, e invista mais nestas atividades. <br /><br />12. Senso de Sobreviventes – Por último desenvolva a coragem de sobreviventes que relatam que o que fez a diferença, entre a morte e a vida, foi terem dito para si mesmos: “Só por hoje”. Só por hoje resista ficar prostado numa cadeira o dia inteiro; resista a reclamação à toa; resista a descrença em tudo e todos; resista à indiferença pela vida. Só por hoje, cobre-se menos, perdoe mais, tenha menos expectativas sobre os outros e sobre as coisas da vida e do viver. Só por hoje, dispa-se de toda violência, arrogância e insensibilidade, e encontre formas de servir, de se tornar importante para alguém. DE ser presença e apoio amigos.Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-20555192446062261472021-03-13T13:53:00.001-03:002021-03-13T13:53:12.283-03:00Os 4 Portais da Saúde Emocional (Por Ricardo de Faria Barros)<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-DjJXuBNceS4/YEzt0dVjx5I/AAAAAAACvxE/T62_AGBS4E4P_kDRo736wB0_foDQp-R5gCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20210307_170259.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-DjJXuBNceS4/YEzt0dVjx5I/AAAAAAACvxE/T62_AGBS4E4P_kDRo736wB0_foDQp-R5gCLcBGAsYHQ/w480-h640/IMG_20210307_170259.jpg" width="480" /></a></div><br />Era um daqueles dias de sofrência emocional. <br />Sabe quando um monte de coisas chatinhas ocorre ao mesmo tempo? <br />Quem já não teve um dia desses, heim? <br />Contudo, deixando o estado de desânimo de lado, lembrei-me que eu precisava comprar a ração do cachorro. <br />Mas, quando cheguei ao carro, que estava estacionada na área externa do bloco, ao lado de um enorme vão-terraço sob pilotis que os prédios do Plano Piloto de Brasília possuem, não consegui dar partida no motor. <br />Meu cérebro parou um pouco de focar no modo preocupações, desviando a força dos pensamentos e emoções para uma cena de rara beleza, de profunda sensibilidade e intensa amorosidade que à minha frente acontecia. <br />Na mesma hora, registrei a foto, para não perder este momento e poder um dia compartilhar com vocês. <br />E é a fotografia que ilustra esta crônica. <br />Na qual, uma mãe cadeirante aposta corrida com seu filhote, ambos na maior alegria e algazarra. <br />Fiquei alguns minutos, contemplando aquela cena. <br />A mãe tocava potência na cadeira motorizada, e o filho ora corria para pegá-la; ora era a mãe que corria para pegá-lo. <br />Depois, ambos paravam e ficavam gargalhando com o resultado da disputa. <br />Que mãe resiliente e de bem com a vida, apesar das limitações! <br />Que filho amoroso e brincante com a sua mãe! <br />Um show, o show da vida, ali à minha frente! <br />Liguei o carro e parti pra minha agenda do sábado. Mas, não era o mesmo que tinha chegado àquele veículo. <br />Algo em mim mudou a polaridade emocional. Abri um sorrisão, contemplei as flores das Paineiras Rosas, sorvi cada aroma que entrava pelo carro. E, esqueci completamente do estado de sofrência. <br />Eu tinha acessado um dos quatro Portais para restaurar o tecido emocional, o de se alimentar de boas coisas. <br />Como assim, Ricardim? <br />Deixa-me me explicar melhor, usando a metáfora de nosso corpo físico e os cuidados para com ele. <br />Durante nossa vida, desde cedo vamos aprendendo cuidar de nosso biológico-físico. Seja na higiene básica, banho e escovação dos dentes, por exemplo. Ou a também, aprendemos a nos socorrer em dores, traumas, infecções, febres e ferimentos. Por exemplo, muitos têm nem casa um bolsa para compressas, um Band-Aid pertinho, e até analgésicos. Também aprendemos a nos alimentar, para podermos sobreviver adequadamente. Sabemos que precisamos de água, que sal em excesso faz mal, e que ninguém pode comer um prato de sopa cheio de açúcar, e que não se deve tomar um copo de óleo, como se fora um suco. Por último, em algumas situações, aprendemos que chegou a hora de intervir em nosso corpo: malhando em academias, mudando a cor e forma dos penteados, aplicando uma tatuagem, ou até colocando aparelhos ortodônticos. <br /><br />Por que será que também não fomos aprendendo a cuidar da saúde de nossas emoções e pensamentos? <br /><br />Creio que podemos usar a mesma metáfora do biológico e propor um modelo de quatro portais para este aprendizado para uma melhor saúde mental. Vamos a eles. <br /><br /><b>O Portal da Higiene Emocional </b>– Na metáfora com nosso corpo, são nossos cuidados básicos de higiene pessoal. Este é um Portal muito legal que precisamos aprender a acessá-lo. Todos os dias vamos entrando em contato com sujeirinhas emocionais que vão se acumulando. Qual as sujeirinhas em nosso corpo. É um ressentimento ali, é uma ingratidão acolá. É uma palavra sobre nós que entrou errado, que não digerimos. É um medo sobre algo que tomamos conhecimento. Ou uma insegurança sobre alguém que conosco se relaciona. A Higiene Emocional ajuda a zerar esta conta de coisinhas chatas e não as deixar virarem "grude" em nossa alma. Quais são algumas habilidades e atitudes que fazem esta limpeza? <br /><br />a) Não levar tudo a ferro e fogo. Dá um desconto, ter mais compaixão e empatia com o imperfeito, com o que não é o que esperava ser. Permite-se ao auto-perdão e se acolher como é, e com menos rigor. Intervir na criação de mágoas de estimação e não as deixar crescer. <br /><br />b) Ter coisinhas que limpam as emoções e pensamentos sempre por perto. Bons livros, fotos, fé, amigos, músicas e filmes. Evocar estas coisinhas com regularidade. <br /><br />c) Permitir-se a um banho de alma. Vez por outra. A, de forma ritualizada, dá uma incensada em si mesmo(a), levar-se para passear, colecionar pôr do sol, escrever algo bacana para alguém. Doar tempo e recursos para uma causa. <br /><br /><b>O Portal dos Primeiros Socorros Emocionais</b> – Na metáfora que tenho usado, com o nosso corpo, são os cuidados que temos com ele quando algo o traumatiza, ou fere. Têm horas, na vida e no viver, que algo dá errado e nos fere. E, feridos que estamos, acabamos por ter nossas energias emocionais drenadas. Perdemos vitalidade e saúde mental. Todos os processos de luto e perdas causam ferimentos. Maiores, ou menores, mas causam. Expectativas mal resolvidas, também causam a ferida da frustação. Entregas não realizadas, do jeito que combinamos, causam a ferida da decepção. Ser passado para trás, em situações amorosas, pessoais, ou profissionais, podem causar a ferida do abandono. Ser desconsiderado, ou não valorizado, pode causar a chaga da rejeição. Ter feito algo, ou não feito algo, pode causar corte na alma que se chama culpa, ou arrependimento. Quais são as habilidades e atitudes emocionais podemos executar que ajudam a não infecionar estas feridas? <br /><br />a. Apoio social. Quando estamos passando por um ferimento emocional, tendemos ao isolamento. Nós fechamos para todos e todas, e achamos que o tudo gira em torno de nós e para nos fazer mal. Então, nada como colocar nestas feridas uns band-aids de amigos e pessoal da família em quem confiamos. Procurar o apoio social. <br /><br />b. Cura interior. Buscar instâncias terapêuticas de cura interior. Seja em apoio especializado, na área de saúde mental, seja nos processos de fé. Participar de retiros existenciais, fazer uma viagem de autoconhecimento, iniciar um novo projeto. Tudo isto pode abrir um espaço de cura interior. <br /><br />c. Cutuque não! Temos a tendência de ficar remoendo o sofrimento, "catucando" a ferida. Se a dor é de amor, ficamos lendo velhas cartas, tão belas. Se a dor é de alguém ter pisado na bola para conosco, ficamos falando daquilo por semanas a fio, postamos nas redes sociais. E vamos alimentando o desejo de vingança e ódio. Faça isto não. Só vai ampliar, enrizar e reverberar mais ainda a intensidade da dor. Evite a ruminação do que deu ruim (Congeminação), intervenha em teus pensamentos e emoções. Brigue consigo mesmo(a), se ajude. <br /><br /><b>O Portal do Alimentar Saudável </b>– Na metáfora que uso com nosso corpo, são os alimentos que consumimos que irão definir a qualidade de nossa vida, crescimento e energia vital. Em alguns momentos vamos consumindo muitas coisas ruins da vida. Notícias, fofocas, histórias de vida que deram errado. Tanto nos alimentamos do negativo, como vamos tendo uma predileção por este tipo de pauta, e até de pessoas. Consumimos coisas ruins, ouvimos coisas ruins, vemos coisas ruins e falamos de nossas vivências destacando o ruim. Então, a nossa alimentação emocional e dos pensamentos fica doente. E de tanto operar nas coisas erradas da vida e do viver vamos ficando murchos, a nos expor a tantas coisas pesada. Quais atitudes e habilidades podem nos alimentar melhor, do ponto de vista emocional e dos pensamentos, e nos fazer crescer - emocionalmente falando? <br /><br />a. Seja um vigia da qualidade do que roda na tua mente. Fique de olho nela. Faça intervenções em si mesmo evitando a construção de crenças sobre si mesmo, sobre os outros e sobre a vida que comecem com as palavras Nada, Nunca, Ninguém, Tudo, Todos e Sempre, e os seus sinônimos. Permita-se ao contraditório do que anda pensando e sentindo. Se coloque em xeque. Pratique o que está contido no livro dos Filipenses, 4,8: "Tudo que é bom, amável, justo e digno de louvor, habite os teus pensamentos." <br /><br />b. Tenha uma dieta de coisas boas pra consumir, fazer ou ver. Boas leituras, boas músicas, bons vídeos, amigos e grupos edificantes. Um pouco de poesia, uma boa fotografia. Ou momentos de contemplação, relaxamento e meditação, tal o que vivi ao ver a corrida de cadeira de rodas. <br /><br />c. Faça um diário de três coisas boas a realizar, a ver, ou a sentir que fizeram para contigo, relembrando estas coisas antes de dormir. Pode até anotá-las. Module tua percepção seletiva para isto, tal qual uma meta de crescimento interior. <br /><br /><b>O Portal das Mudanças Estruturai</b>s – Na metáfora com o corpo, é quando fazemos uma intervenção radical nele, seja na cor do cabelo, seja na colocação de um aparelho dental. Em alguns momentos de nossa vida a roda gira. Entramos no carrossel do destino e sentimos que algo nos ocorre para o qual a vida de nós espera uma resposta. Muitas vezes nosso estilo de vida não faz mais sentido. Coisas que antes valorizávamos, que por elas mobilizámos recursos, hoje pode não ter mais sentido. Pode ser quanto à relação a dois. Na relação com filhos e amigos. Na relação profissional, ou familiar. São situações que pedem muita força de mudança, que “não dão mais para continuarem a acontecer, ou explode o coração...” Quais atitudes e habilidades podem nos ajudar a mudar, de forma estrutural? <br /><br />a) Mude, mas mude devagar e sem perder o ritmo à frente. Toda a vida é feita de mudanças. Muitas coisas em nosso estado emocional, e na qualidade dos pensamentos, que nos aperreiam é derivada de mudanças que estão sendo adiadas. Faça um inventário de ônus e bônus da mudança que se quer e se mexa. No limite, só a você mesmo(a) é que deve satisfações.<br /><br /><div>b) Questione seus hábitos, e pesos que carrega, achando que os outros precisam dele. Muita coisa em nosso estilo de vida justificamos que fazemos pelos outros. Sem combinar com eles, sem saber se realmente eles querem isto. Ou se passariam sem aquilo. Então, terceirizamos para eles nossas escolhas, e com eles, acabamos por justificá-las. “A minha família não pode passar sem este almoço de final de semana que preparo para eles...”. Será? Quantos hábitos vamos inserindo em nossas vidas que são pesos, que são até como que prisões. E que podemos romper com eles e ser mais leve e feliz. <br /><br />c) Rompa com o modelo de vida consumista e materialista, que torna tudo descartável e produtivo, fugindo de um contato e experiência mais intensa para consigo mesmo(a). Invista em temas e práticas de paz, ternura, amorosidade e emoções positivas. Participe de grupos com esta pauta, faça cursos. Saia de um modo de vida autocentrado, individualista, para um a proposta mais sustentável, mais coletiva, contribuindo para um bem maior. Seja participando da turma do pedal, da caminhada, do trabalho na Igreja, ou da ação solidária. Há mais vida ocorrendo lá fora, dos que a teimam, e insistem em querer que a vida gravite em torno deles mesmos(as). <br /><br /> <br /><br />São estes os quatro Portais para uma maior qualidade de vida emocional, que no meu entender funcionam muito bem. Cada um de vocês, que me leem ,devem ter outras dicas e práticas, neste sentido. E, o que funciona pra um, nem sempre funciona para o outro. <br /><br />Mas, o importante mesmo, é começar efetivamente a também cuidar de nossa mente, assim como fazemos com nosso físico-biológico.
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 13.5pt;"> </span></p><div><br /></div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-12224600630584656412021-02-08T16:00:00.016-03:002021-08-12T13:21:07.330-03:00Os Cinco Capitais para uma Aposentadoria Mais Plena de Sentido. (Por Ricardo de Faria Barros *)<div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Htkt0-c_NtQ/YRVKbMXV37I/AAAAAAAC6W4/wqR3m7sp5GwVWpIVzfPTra_r6X3f63yfwCLcBGAsYHQ/s1440/119183051_10217166699583900_6191568782048395674_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Htkt0-c_NtQ/YRVKbMXV37I/AAAAAAAC6W4/wqR3m7sp5GwVWpIVzfPTra_r6X3f63yfwCLcBGAsYHQ/s320/119183051_10217166699583900_6191568782048395674_o.jpg" width="320" /></a></div><br /></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">Os Cinco Capitais para uma Aposentadoria Plena de Sentido. (Por Ricardo de Faria Barros *)</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b>Capital Biológico</b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">1. O exame periódico agora é por tua conta. Não relaxe nele. Doenças silenciosas avançam com a idade, e, se forem descobertas a tempo, as chances aumentam em muito de serem tratadas com eficácia. Sim, antes que me esqueça, vacine-se!</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">2. Alimentos mais saudáveis são muito importantes para esta etapa da vida. Fuja das gorduras, açucares, carboidratos, álcool e fumo. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">3. Encontre teu próprio ritmo de atividades físicas. Movimente-se diariamente.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">4. A expectativa de vida tem crescido anualmente, então prepare-se para os cem anos, e mantenha a mente ativa. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">5. Tome muito sol cedinho. E reaprenda a brincar, sonhar, contemplar e amar. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b>Capital Econômico-Financeiro</b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">6. Não saia distribuindo pela família tudo que recebeu nos acertos da aposentadoria e FGTS. Fuja desta tentação de querer socorrer a todos. Lembre-se que precisará desta renda pelos próximos 50 anos. Inclusive para custear tua autonomia na velhice e demandas de saúde.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">7. Não use suas reservas financeiras para amealhar migalhas de afeto e de atenção. E, você não é responsável pelos gastos de seus filhos, ou parentes, e nem pelas aventuras financeiras nas quais eles se metem. Estabeleça limites.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">8. Não compre nada antes de um ano de aposentado. Se dê um sabático financeiro. Você terá uma febre, um júbilo, que poderá induzir péssimas aquisições, tipo comprar uma chácara ou uma lancha. Sem ter vocação para isto.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">9. Muitos aposentados voltam a trabalhar. E isto não é nenhum demérito. Mas, não fique triste se as oportunidades não aparecerem logo. Então vá fazendo cursos de empreendedorismo ou de novos ofícios. O Sebrae, Senai e o Sesc têm vários. Cuidado em querer torrar o dinheiro em novos negócios, sem fazer um bom plano de mercado antes. E sem emocionalismo. Nada de querer voltar a tocar o negócio de teu pai. Só faça isto se for economicamente viável.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">10. Ajuste o teu estilo de vida a uma renda que será 20% menor após aposentado. Não saia torrando os cartões de crédito e a poupança em viagens pelo mundo, investimentos duvidosos, ou no consumo desenfreado. Isto pode ser uma fuga de si mesmo, algo para compensar tua angustia. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b>Capital Social</b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">11. Participe da vida cultural de tua cidade. Muitas coisas "de grátis' acontecem nela. E a cultura é um grande continente a ser conquistado com a aposentadoria.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">12. Afilie-se a grupos, de qualquer objetivo e origem deles: religiosos, voluntários, esportivos, culturais... Volto a dizer, envolva-se e participe de tudo, até da quermesse da igreja. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">13. Exercite a capacidade de fazer novas amizades. Tem muita gente legal que ainda não conhece e que poderá lhe proporcionar bons momentos juntos. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">14. Não se isole. Evite a morte social, há vida para além da empresa que se aposenta. Promova encontros com a família e amigos, mesmo que nem todos possam participar. Reaprenda a festar a vida e a celebrar tudo, inclusive o nada. Sim, volte a namorar caso tenha relacionamento estável com alguém, pois que o mundo do trabalho limitou muito as noites de vinho, vela e volúpia. E, caso não tenha relacionamento afetivo, sempre é tempo de arrumar uma boa tampa pra tua panela. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">15. Uma das boas formas de encontrar pessoas é descobrir onde elas se juntam. Pode ser a turma do pedal, do teatro, do futebol, da pescaria, da caminhada, da dança, do baralho, do grupo de oração, do estudo de línguas, ou outros. Pessoas amigas são o oxigênio da aposentadoria. Lembre-se sempre disso. </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b>Capital Humano</b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">16. Continue aprendendo algo. Não perca a curiosidade pela vida, pelas descobertas, por novas experiências. Não é tarde para tocar aquele projeto acadêmico que adiou ao entrar na empresa. E, muitos cursos podem ser feitos a distância.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">17. Encontre algo que lhe dê prazer para ocupar o tempo com significado: jardinagem, hobbies, artesanato. Cursos de gastronomia, artesanato, fotografia, vinhos e cervejas, também são prazerosas ocupações do tempo.</span><span style="font-size: large;"> </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">18. Crie valor com o que sabe, viveu e aprendeu. Quem sabe assumir outra profissão. Ou abrir um blog para contar suas histórias. Ou ensinar na academia e ensino médio. Ou criar cursos e ofertá-los no mercado. Muito conhecimento há em você para ficar estacionado.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">19. Crie objetivos de autodesenvolvimento, inclusive em espaços que promovam o autoconhecimento. Tais como fazer cursos de yoga, mindfulness, tai-chi-chuam, arteterapia e capoeira.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">20. Não deixe que ninguém diminua seus sonhos em adquirir e aplicar novas atitudes, habilidades e conhecimentos. Há preconceito contra gente de cabelo grisalho que continua ativa, não ligue para isto. E, se quiser, aprenda até a surfar. A juventude é uma conquista do avançar da idade. Pense nisso! </span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><b>Capital Espiritual-Existencial</b></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">21. Compre uma agenda. E vá colocando nela coisas bacanas que fará todos os dias. Tipo, visitarei um amigo, conhecerei melhor meu bairro, irei na academia, escreverei uma crônica. Nesta agenda, escreva com as tintas da esperança, do otimismo, da resiliência e da gratidão.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">22. Alguém precisa de tua liderança. Não deixe de ser líder ao se aposentar. Continue inspirando pessoas. Continue transformando situações, ambientes e pessoas, e para o melhor.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">23. Escreva um diário com as </span><span style="font-size: large;"><b>cem</b></span><span style="font-size: medium;"> coisas que irá realizar como aposentado. Este diário é flexível. Você poderá repensar alguns itens, e substituí-los por outros. Mas, faça seu plano de vida para este momento.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">24. Cuidado com as emoções negativas que podem tornar tua aposentadoria um inferno. São elas, as mágoas de estimação, a negatividade extrema, a rabugice rancorosa, a falta de perdão e gratidão, e o saudosismo mórbido.</span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-size: medium;">25. Cuide do tempo como um recurso maravilhoso que recebe todos os dias. Haverá tempo do não fazer nada. Tempo do fazer algo. Tempo de ficar consigo mesmo, silencioso. Tempo de se aventurar em algo novo. Tempo de ler. Tempo de descobrir novos prazeres. Não deixe que a ausência do tempo, antes ocupado com a produtividade laboral, te enlouquecer. Pessoas ficam agoniadas, após as férias da aposentadoria, porque acham que o tempo livre precisa ser ocupado. Como se ainda estivessem trabalhando. Chegam a ficar com culpa. Esqueça isto. Pinte o tempo de teus dias com coisas legais pra fazer diariamente. Que não precisam ser difíceis, caras ou que exijam grande esforço. </span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">26. Tenha paciência com a família e com seu cônjuge (caso tenha). Principalmente se eles não se aposentaram ainda. Não queira suprir teu vazio com a presença deles. Isto pode sufocá-los. E é preciso respeitar também a agenda de vida deles, com a sua própria dinâmica de vida. Não atrapalhe o casamento de teus filhos.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">27. Entenda que a fila anda. Desapegue-se de muita coisa. E não vá ao antigo local de trabalho para rever amigos, nem para matar o tempo. Será normal não ser convidado para alguns happy-hours e não foi por mal. Ou não ser lembrado no aniversário.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">28. Quando tiver que resolver algo, na empresa em que se aposentou, </span><span style="font-size: large;">trate bem todo mundo. Tenha respeito e cortesia por quem está na linha de frente.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">29. Uma vez por mês escreva uma carta de gratidão, relembrando pessoas importantes na tua trajetória de vida, ou fatos marcantes, pelos quais sente e na carta expressa gratidão. </span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">30. Cultive a espiritualidade. Se professar algum credo religioso participe dele com mais frequência. A oração é um bálsamo na vida. Mas, existem também outras formas de espiritualidade: a poesia, a música, as pinturas, ou colecionar pôr do sol, lua cheia, abraços encantados, empatias engajadas, flores e pássaros da cidade. Encontre maneiras de se conectar a algo maior do que a si mesmo. <br /><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">-------------------------------------------------<br />1, O autor é aposentado do BB, escritor, psicólogo, mestre em gestão social e trabalho, especialista em gestão de pessoas e em psicologia positiva. Ele publica conteúdos no seu blog e canal do youtube em: <a href="http://www.bodecomfarinha.blogspot.com.br">http://www.bodecomfarinha.blogspot.com.br</a> e <a href="http://www.youtube.com/user/mrricardim">http://www.youtube.com/user/mrricardim</a></span></div><div><span style="font-size: medium;">2. Para comprar o livro impresso, sobre aposentadoria, e que é a capa deste texto, entre na loja virtual do site do autor em: <a href="https://www.animodh.com.br/online-store">https://www.animodh.com.br/online-store</a></span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-82199474820707376542021-02-05T11:42:00.001-03:002021-02-05T11:42:16.810-03:00Contemplar pode. Mas, não avance o sinal! (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="7noof-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="7noof-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-RjHVqKTtr18/YB1ZL3XydWI/AAAAAAACtsU/-Lj72RSrFKgLRoWYp5V1nTcYcKxEBpItACLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20200711_094855.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-RjHVqKTtr18/YB1ZL3XydWI/AAAAAAACtsU/-Lj72RSrFKgLRoWYp5V1nTcYcKxEBpItACLcBGAsYHQ/s320/IMG_20200711_094855.jpg" /></a></div><br />Quem deu o direito a algumas pessoas de se acharem superiores às outras por conta da cor da pele, da opção sexual, do sotaque, da cultura em que nasceu, ou do gênero?</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="c2gja-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c2gja-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="c2gja-0-0" style="font-family: inherit;">Acho tão pobre uma pessoa que desqualifica negros, nordestinos, mulheres, gays, ou que acha que o local em que vive é superior aos demais, colocando-os todos na conta de inferiores e ruins.
Que tipo de influência sobre a vida e o viver move-se dentro deste ser humano?</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="6v993-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6v993-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6v993-0-0" style="font-family: inherit;">Pessoas arrogantes, aprendizes de autoritários, pequenos tiranos que devem tem um profundo vazio interior. Um dia, quando estiverem num leito de um hospital, sendo cuidadas justamente por quem despreza, será que estas pessoas terão uma iluminação interior, e crescerão?
Não sei. Quando começou esta pandemia eu disse em vários eventos de que participei de que haveria uma lente sobre o bom e sobre o mal. Que não acreditava que a humanidade teria uma segunda chance de se redimir do que vem se tornando. E que os ruins continuariam ruins, e os bons, idem.
Essas pessoas sempre existiram, mas não tinha palanques digitais para se projetarem, com toda carga de ódio, intolerância e antipatia ao que ela tem como diferente.
Hoje, estão soltos e ativos. E sem pudor algum. Quem os critica recebe a alcunha de estarem com mimimi, de serem os chatos, e de não saberem "brincar".
Então, é necessário que eduquemos nossos mais próximos noutros valores, para que este povo do mal não continue a reproduzir tanta violência atitudinal. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="b48h7-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="b48h7-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="b48h7-0-0" style="font-family: inherit;">Também se faz necessário que falemos sobre o assunto. Que mostremos nossa indignação e que estas pessoas comecem a responder juridicamente pelos atos, "brincadeiras", ou toda uma merda mental que produzem e disseminam sem piedade.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="qt12-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="qt12-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="qt12-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="6sba6-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6sba6-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6sba6-0-0" style="font-family: inherit;">O que dá direito a alguém a achar que uma mulher que toma um chope sozinha é sua presa, para investidas nada classudas? Chegando ao ponto de incomodá-la?</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="46uas-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="46uas-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="46uas-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="fr164-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fr164-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="fr164-0-0" style="font-family: inherit;">O que dá direito a alguém a achar que pode "pegar" uma mulher, dá uma encoxada nela, porque avalia a roupa que ela usa como "chamativa"?
Por que na estética do corpo feminino a mulher não tem a liberdade de vestir o que bem quer, sem ficar sendo assediadas por pessoas que acham que "se ela se veste assim é porque quer dá..."?
O que pensa um gestor que usa o poder do cargo para se lançar sobre as que trabalham na empresa dele?
O que pensa um homem ao ver um decote, um lance de pernas, uma traseira torneada feminina? Ele acha que pode avançar o sinal, que tem direito? Será que o fato de mostrar as pernas, os peitos, ou o que venha a ser, é um indicativo de "pode chegar que a casa é sua...?"
Escrevo este texto puto de raiva. Isto não era mais pra ocorrer em pleno Século XXI. Não era pra existir pessoas que discriminam negros, gays, nordestinos, mulheres...
Mas, elas existem e aos montes. E, são nem sempre são pessoas sem formação e conhecimento, ou chamados ignorantes funcionais. Muitas destas pessoas são letradas e defensoras da moral e dos bons costumes. E até possuem trabalhos bem legais na sociedade. Só que não valem nada. São podres e pobres.
Tenho 4 filhos, uma moça e três rapazes. Dois netos, uma bebezinha e um bebê. Cabe a mim educá-los, e com veemência, para que não reproduzam este germe do mal que tá solto por aí.</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="1eukl-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1eukl-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1eukl-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="9faps-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9faps-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9faps-0-0" style="font-family: inherit;">Lembro quando o meu pequeno JG, de onze anos, nascido em Brasília, falou que achava estranho o sotaque paraibano. Ele falou na inocência, sem maldade, numa recente ida nossa à Paraíba, meu estado natal. Na mesma hora eu perguntei o que era estranho? E que para nós, paraibanos, também seria estranho o sotaque brasiliense. E que os sotaques são o dna musical da língua de um povo que habita determinada região. Expliquei para ele que até nos EUA, dependendo do estado natal, a pronuncia, as expressões idiomáticas, e a ênfase das palavras em inglês mudam. E que isto não os tornam menos americanos que os outros. Ele abriu um sorriso e entendeu. Então, prometi-lhe levar ao Ceará, em 2022, para ele ter a oportunidade de se deliciar com um povo que fala cantando. Percebem como podemos educar para a convivência?</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="5d506-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="5d506-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="5d506-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="6gtj2-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6gtj2-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="6gtj2-0-0" style="font-family: inherit;">E isto vale para todas as questões para as quais o mundo cria preconceitos: índios, mulheres, pobres, negros, asiáticos, gays...
É preciso que façamos a nossa parte, e que, como sociedade, exijamos respeito às pessoas, e responsabilização criminal de quem assim não o faz. </span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="1uqmu-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1uqmu-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="1uqmu-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="9usj4-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="9usj4-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="9usj4-0-0" style="font-family: inherit;">Não podemos deixar que o mundo volte à idade das trevas!</span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="cv6hb-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="cv6hb-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="cv6hb-0-0" style="font-family: inherit;"><br data-text="true" /></span></div></div><div class="bi6gxh9e" data-block="true" data-editor="9kidt" data-offset-key="c4qug-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-bottom: 8px; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="c4qug-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="c4qug-0-0" style="font-family: inherit;">Pronto, desabafei.
<br /></span></div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-17774206349455488682021-01-17T18:08:00.003-03:002021-01-17T18:08:39.979-03:00Carta para Laís - Hakuna Matata (Do vovô Ricardo de Faria Barros)<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FzSDWjraZbc/YASmzhm_W9I/AAAAAAACssY/HeTOAR3k-BULtan6DMYD4Plj7rQVanFYQCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20210117_101851.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="246" src="https://1.bp.blogspot.com/-FzSDWjraZbc/YASmzhm_W9I/AAAAAAACssY/HeTOAR3k-BULtan6DMYD4Plj7rQVanFYQCLcBGAsYHQ/w400-h246/IMG_20210117_101851.jpg" width="400" /></a></div><br /></div><span style="font-size: medium;">Acordei cedinho e agitado. Pois que era um dia de domingo, mas não um domingo qualquer, daqueles que já são muito bons. <br />Este era o Domingo! Aquele que ficaria na história. <br />Uma manhã de domingo na qual eu estaria saindo de iria de casa para te conhecer, querida Laís, minha neta amada. <br />Neste dia, tu estavas com três dias de nascida. <br />Fazendo a barba já imaginava tua carinha, e como iria reagir ao vovô. <br />Sabe Laís, vovô parecia adolescente apaixonado. Caprichei no banho, barba e perfume. Escolhi roupa que gosto. E, saí com bastante tempo, a ponto de poder mandar lavar o carro. <br />Vovô não podia chegar pra te ver com o carro sujo. <br />Olhei no relógio e ainda tinha muito tempo de sair em busca de tua árvore, pelos arredores de Brasília. <br />Mas, não se preocupe, eu não atrasei o combinado com Rodrigo e Andreza de chegar 10h30. <br />Vovô costuma chegar na hora, e até antes um pouco. Vovô não se atrasa! <br />Então, sempre conte comigo para levá-la em compromissos com hora marcada. Nunca vai atrasar. <br />Em busca da tua mudinha, escutava Hakuna Matata e um sentimento de júbilo invadiu meu ser. <br />Como a muito não sentia neste 2020-2021 tão diferente que a Humanidade vivencia. <br />A letra desta música é uma grande lição pra tua vida, amada neta. <br />Um dia, ao ler esta crônica escute e veja que bela, a tradução do refrão diz assim: <br /><b><i>“HaKuna Matata, HaKuna Matata, HaKuna Matata... <br />Os seus problemas você deve esquecer<br /> Isso é viver, é aprender...”</i></b><br /> Sim, preciosa Laís, os problemas também farão parte do pacote de tua vida. <br />Quem ne sempre será um peito gostoso pra mamar. <br />Mas, se ficar remoendo apenas neles não viverá. <br />Tu terá que encontrar um jeito de colocá-los numa gaveta, para que eles não saiam contaminando toda em tua vida, inclusive as áreas não-problemáticas. <br />É isto que a canção nos ensina, e isto é um aprendizado para o resto da vida. <br />Então, Hakuna Matata pra ti! <br />Parei na loja de plantas e achei o que queria, um belo Bambu da Felicidade, num vaso arrodeado de pedrinhas brancas e com uma suculenta cactácea de amiguinha dele. <br />Os Bambus e as Suculentas são boas fontes de inspiração pra tua vida. Mire-se neles. Os bambus são pura serenidade e resiliência. Pois que são resistentes, flexíveis, centenários. Deles se extraem mil possibilidades. <br />As suculentas são pura fecundidade e vitalidade, independente das condições que lhes são impostas. Em suas mais de 1000 espécies, elas adoram o sol, o vento e pouca água. <br />E aguentam cuidadores menos capacitados para plantas. E, as cactáceas lembram a terra de teus pais e avós, a Paraíba. <br />Agarrado no vaso, acesso a portaria de teu prédio, e digo ao porteiro, e todo orgulhoso: - “estou vindo visitar minha neta.” <br />Foi a primeira vez que te apresentei a terceiros, a “minha neta”. <br />De tão imponente que estava, o porteiro nem interfonou para teus papais, abrindo logo a porta. <br />Cheguei no teu quarto e tu estava linda. Acordada e com uma roupinha amarela, com uns bichinhos nela impressos. <br />Rodrigo coloco-lhe nos meus braços e uma sensação de êxtase me invadiu. <br />Tão pequenininha tu era. Tão frágil. E ao mesmo tempo, forte ao reclamar a hora de mamar. <br />Numa linguagem que erroneamente dizem ser choro. Não é choro. Vovô sabe. <br />É uma forma de diálogo conosco. <br />Te ninei mais um pouco, enquanto tua mamãe preparava teu lanchinho da manhã. <br />Saciada, tu dormiste novamente, parecendo uma anjinha. <br />Despedi-me de meu filho e nora. E voltei para casa, sem tocar os pés no chão. <br />Chegando em casa, vejo uma foto que minha filha postou, de teu primo Lucas, agora com um ano e dois meses. <br />Ele fazia pose na fita métrica, impressa na parede para ter suas medidas registrada. <br />E, como cresceu. Um dia desses ele estava do teu tamanho. <br />Agora é um rapazinho, que até ajudar os pais a desmontar a árvore de natal já sabe. <br />Assim será contigo, minha neta. Tu, assim como meu neto amado Lucas, também crescerá em sabedoria e graça. <br />Mas, também em ousadia e firmeza para ser uma menina diferente. <br />Daquelas que jogam futebol, que possam brincar de subir em árvore e que usem azul, verde, ou rosa, e que quiser. <br />Não é fácil ser mulher. A pressão para você será maior. Infelizmente. <br />Pressão para casar, para ter filhos. Para “se comportar como mocinha”. <br />E para exercer um papel que desempenha uma sobrecarga feminina cruel e injusta. <br />Subverta tudo isto, minha neta. Faça parte da revolução feminina e não aceite papéis historicamente e culturalmente ultrapassados. <br />Teu primo te ajudará neste crescer em protagonismo e autonomia. Seja muito amiga dele. Irmãos, primos, cachorros e gatos são bênçãos! <br />Sabe minha neta, nesta boquinha da tarde, ainda estou com o coração marejado de tua presença. <br />Acesso as fotos que junto tiramos, centenas de vezes. <br />Como se fosse possível, nosso domingo ficou melhor ainda, é que a enfermeira Mônica Calazans, tornou-se a primeira pessoa a ser vacinada contra o Coronavírus no Brasil. <br />Fiquei muito feliz e aliviado, com a chegada desta vacina. Um dia tu saberás sobre isto nos livros de história. <br />Agora vovô e vovó vão poder ir pra rua, e te levar pra passear bem muito, de mãos dadas com o teu primo, e meu outro neto, o Lucas. <br />E olha que gostamos de “ruar” a vida! Ahh, se gostamos!!! <br />É que aprendemos a praticar o Hakuna Matata. <br />Aprenda também, e isto fará toda a diferença na tua vida, amada Laís.</span>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-7561994559547040912020-12-08T08:46:00.002-03:002020-12-08T10:06:18.797-03:00E assim se passaram nove meses... (Por Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/--epJZdo3qWI/X89m4xSAywI/AAAAAAACpa0/wC56r0pNlGEIQnjolcRQh86jA6NSZ6UMgCLcBGAsYHQ/s2048/resultdo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1180" data-original-width="2048" height="368" src="https://1.bp.blogspot.com/--epJZdo3qWI/X89m4xSAywI/AAAAAAACpa0/wC56r0pNlGEIQnjolcRQh86jA6NSZ6UMgCLcBGAsYHQ/w640-h368/resultdo.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-size: medium;"><br />Recentemente, apliquei uma enquete nas redes sociais pedindo para que as pessoas revelassem o que estão sentindo, após 9 meses de Pandemia, expressando este sentimento em cinco palavras. <br /><br />Dentre as 660 palavras coletadas, doze delas estão mais presentes nas narrativas expressas nesta enquete, inclusive em seus sinônimos. <br /><br />Abaixo, a listagem das doze palavras mais citadas que expressam um sentir coletivo, ordenadas por frequência de citação: <br /><br />1. Esperança <br /><br />2. Solidão <br /><br />3. Saudades <br /><br />4. Cansaço <br /><br />5. Medo <br /><br />6. Ansiedade <br /><br />7. Família <br /><br />8. Resiliência <br /><br />9. Gratidão <br /><br />10. Empatia <br /><br />11. Saúde <br /><br />12. Tristeza <br /><br />Confesso-lhes que não esperava que a Esperança estivesse no topo das narrativas. E foi uma grata surpresa. E isto é muito bom para dar ânimo e condições melhores de enfrentamento das situações estressantes que a Pandemia tem feito. Precisamos de algo a ancorar nas estrelas do amanhã. Movendo-nos no hoje em função disto, que é o que a esperança provoca em nosso ser. <br /><br />Precisamos de uma data no futuro para algo fazer, algo realizar, algo sonhar, algo acontecer, algo decidir, algo cuidar, algo nascer, e por que não dizer, algo morrer (no sentido de nos livrarmos daquilo que nos faz mal). <br /><br />A esperança é esta espécie de GPS interior que motiva e mobiliza nossa existência. Então, fiquei muito feliz em ver que ela foi a palavra mais citada. Pois que é muito bom saber que a esperança está no centro de nossa orientação de sentido, neste momento tão difícil pelo qual a humanidade passa. <br /><br />Uma outra revelação da enquete é a coabitação de sentimentos numa mesma narrativa. É como se em nós estivesse manifestando-se sentimentos que podem até ser contraditórios, mas que fazem parte de nossa melhor essência, nossa parte luz e sombra, outono e primavera. <br /><br />Percebe-se bem isto ao analisar a natureza das doze palavras mais citadas. <br /><br />É como se para com cada uma das palavras-sombra, estivesse uma palavra-luz. <br /><br />Como se em nós carregássemos a morte e a vida. A doença e a cura. Tente reagrupar as doze palavras nesta perspectiva de luz e sombra, agrupando-as em pares. Abaixo meu exercício: <br /><br />Para momentos de cansaço (4), evoco a resiliência (8). <br /><br />Para instantes de saudades (3), evoco as lembranças da família (7). <br /><br />Para situações de medo (5), lanço mão da esperança (1). <br /><br />Para aqueles dias de tristeza (12), movo-me pela gratidão (9). <br /><br />Para dias de solidão (2), desenvolvo a empatia (10). <br /><br />Para crises de ansiedade (6), cuido da saúde (11). <br /><br /> Você que está me lendo também pode ser uma palavra de luz para o outro com o qual convive. Ele pode estar ansioso, amedrontado, cansado, se sentido só e triste. E pode encontrar em você a paz, a confiança, a força, a presença amiga e a felicidade pelo simples fato de existir, sendo grato em tudo e por tudo. <br /><br /> Esta enquete revela também, como um de seus achados, boas posturas diante deste temendo estresse pós-traumático pelo qual a sociedade passa, talvez único na História, pelo tamanho, intensidade e profundidade de seus danos. <br /><br /> Valorização da Família – A família também pode ser um espaço de encontro e de geração de apoio e afetos quentinhos positivos. Nossas famílias e lares foram ressignificados, e em toda a sua complexa teia de sentimentos e relacionamentos. Passamos a sentir falta deles, dos nossos amados, e a falta revelou a preciosidade do que temos e nem sempre estávamos dando o devido valor. Nunca filhos conversaram tanto com seus pais como nesta Pandemia, mesmo que pelos canais digitais. <br /><br />Cultivar a Empatia – É o colocar-se pelas lentes do outro, procurando captar o mundo pela sua própria perspectiva. Compreender suas necessidades, expectativas e visão de mundo. <br /><br />A Pandemia nos aproximou de pessoas que sempre estiveram ali, mas que nem sempre eram percebidas em suas necessidades. De vizinhos que não podem se expor em compras nos mercados, ao pessoal da portaria dos prédios, aos anjos profissionais da saúde. Nos fez mais próximos a atuantes a quem perdeu renda, a quem perdeu entes queridos. Nos tornamos Nós! E, aprender a ser Nós, é algo que ajuda a enfrentar situações delicadas. <br /><br />Sentir e Expressar a Gratidão – A gratidão é um potente imunizante emocional. Quando conseguimos senti-la e expressá-la a vida deixa de ser apenas um local de pelejas e aflições, para transformar-se em espaço de agradecimento, acolhimento e doação. Quando sentimos gratidão por algo, ou alguém, deslocamos nosso “Narciso” da cena e damos espaço para o outros e as situações serem reconhecidas e valorizadas. Como dádivas, oportunidades e bênçãos que a cada instante nos ocorre e que nem sempre as percebemos. <br /><br />Esperançar a Vida – Que palavra mágica, mística e macia é a Esperança. Ela nos torna combatentes, do bom combate. Nos dar ânimo e vigor, faz-nos caminhar mais um passo, viver mais um dia, e acreditar na luta, mesmo que todos ao nosso redor já tenha desistido. <br /><br />Promover Resiliência – A pessoa resiliente acolhe, adapta-se, aprende, supera e segue, diante das situações que lhes tiram o sossego. Talvez seja a postura que mais esteja sendo exigida nos nove meses de Pandemia e isolamento social. Desde para os que perderam emprego, ou renda, aos que perderam parentes. Desde aos que estão isolados em casa, ou assoberbados com uma sobrecarga imensa, em grande parte feminina, pelo acúmulo de papéis no lar. Ou até os que enfrentam as sequelas da doença, ou tratam os doentes. A resiliência é aquela vozinha que diz, muitas das vezes, que quando eu não puder mudar uma situação, ainda assim eu poderei mudar a mesmo, diante dela. <br /><br /><br />Cuidar da Saúde - Gosto muito da definição de saúde da OMS que a coloca como um estado de bem-estar nas dimensões biológica, social e psicológica do Ser Humano. E não simplesmente como uma ausência de doenças. Todos estamos vendo o quanto tem sido necessário cuidar da saúde mental. Encontrar paliativos emocionais para melhor atravessar estes tempos tão duros. Pois, afinal como diz a canção, “tudo é uma questão de manter <br />a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.” Nossos amigos, grupos e familiares são remédios. Nosso alimentar e exercitar, são remédios. Nossos propósitos de vida, emoções e pensamentos positivos, são remédios. Nossa espiritualidade, seja em que dimensão você a proclame, também pode ser remédio.<br /><br />Então pessoal, neste turbilhão de emoções que estão vindo à tona, potencializadas pelas do Natal e Ano-Novo, é bom caprichar na dosagem destas seis posturas, ou atitudes perante a vida, muito expressas pelos respondentes da enquete: Esperança; Família; Gratidão; Empatia; Resiliência e Saúde. </span>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-25694526934210364422020-09-08T09:46:00.003-03:002020-09-08T09:54:51.767-03:00Prevenção ao Riscos à Saúde Mental na Pandemia<div><span> </span><span> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-mmUJJa31lJ4/X1d7Xp5UHyI/AAAAAAACkUo/bj5eSNrwr1kZrUKGjRr2MKWIicUuVMQmgCPcBGAsYHg/s6016/IMG_20200906_062743.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="6016" data-original-width="4512" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-mmUJJa31lJ4/X1d7Xp5UHyI/AAAAAAACkUo/bj5eSNrwr1kZrUKGjRr2MKWIicUuVMQmgCPcBGAsYHg/s320/IMG_20200906_062743.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span> </span><span> </span><span> </span>Já ouviu falar da doença 43.2? </span><span style="text-align: left;">Pera que te explico. </span></div></span><div style="text-align: justify;"> No Catálogo Internacional das Doenças (CID), a 43.2 diz respeito aos Transtornos de Adaptação que podem causar dificuldades de adaptação às novas realidades e situações que a pessoa passa a enfrentar, que gera uma sobrecarga emocional e podem afetar a própria saúde mental. Mesmo sendo longa, vale a pena conferir a definição da 43.2, do próprio CID:</div></div><div><br /></div><div><span style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px;"><i><span> </span><span> </span>(CID-10) 43.2 Transtornos de Adaptação: Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que entravam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais. Ocorrendo no curso de um período de adaptação a uma <b>mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante</b>. O fator de “stress” pode afetar a integridade do ambiente social do sujeito (luto, experiências de separação...) ou seu sistema global de suporte social e de valor social (imigração, estado de refugiado...); ou ainda representado por uma etapa da vida ou por uma crise do desenvolvimento (escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria...). A <b>predisposição e a vulnerabilidade individuais</b> desempenham um papel importante na ocorrência e na sintomatologia de um transtorno de adaptação; admite-se, contudo, que o transtorno <b>não teria ocorrido na ausência do fator de “stress”</b> considerado. As manifestações, variáveis, compreendem: humor depressivo, ansiedade, inquietude (ou uma combinação dos precedentes), sentimento de <b>incapacidade de enfrentar, fazer projetos ou a continuar na situação atual, assim como certa alteração do funcionamento cotidiano</b>. Estes transtornos podem consistir de uma reação depressiva, ou de uma outra perturbação das emoções e das condutas, de curta ou longa duração. </i></span><span style="background-color: white; font-family: Verdana; font-size: 12px;">Fonte: </span><a href="http://www2.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f40_f48.htm">http://www2.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f40_f48.htm</a> <span style="color: red;">(Grifos meus)</span></div><div><br /></div><div><span> </span><span> </span>Vocês devem estar se perguntando onde quero chegar com a apresentação da 43.2. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span> </span>Bem, eu e um grupo enorme de profissionais da saúde, do mundo todo, inclusive da OMS, acreditamos que a reboque do Covid-19 vem chegando uma epidemia de Doenças Mentais. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span> </span>E, assim como na Covid-19, temos os grupos de risco em termos de saúde mental, e que estão mais expostos: que são as pessoas que estão passando episódios de luto (morte, fortes mudanças na rotina da vida, doença, separação,crise econômica, ou desemprego) ou que convivem diariamente com as fortes expectativas, demandas e desafios no trabalho: tais como os profissionais da saúde, da assistência social, da educação, da segurança pública, e os funcionários de Instituições Governamentais que atuam na linha de frente do atendimento ao público. </div><div><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span> </span><span> Em termos destes trabalhadores, acima relatados, o Transtorno de Adaptação 43.2 pode evoluir para o que chamamos de Síndrome de Burnout. Que é caracterizada por uma sensação de exaustão emocional, despersonalização e sentimento de baixa realização profissional, com sintomas como irritabilidade, apatia, rigidez emocional, esgotamento e estresse agudo: frente ao trabalho, em seus componentes interpessoais, de sentido, satisfação e de desempenho. </span></div><div><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span> <span>Então, o que tenho percebido é que em maior ou menor grau este tal de "Novo Normal" não poupará ninguém de mudanças importantes no sentido existencial, ou de vivenciar acontecimentos estressantes.</span></span></div><div><span><span><br /></span></span></div><div><span><span><span> Quem não passou por alguma mudança importante nestes meses de enfrentamento da Pandemia?</span></span></span></div><div><br /></div><div><span> Seja na educação dos filhos, seja na forma como o trabalho passou a ser feito, seja na dinâmica dos relacionamentos presenciais, seja no aperto da renda familiar, seja na relação a dois, seja nos projetos para com o futuro, ou na sensação de incerteza perante o amanhã. Ninguém está 100% livre de se expor aos gatilhos da 43.2.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span><span> Então, precisamos urgentemente que todas as Instituições Humanas, sejam as de natureza familiar, social, política, governamental, laboral e religiosa se irmanem em medidas preventivas ao adoecimento mental e promotoras do bem-estar emocional subjetivo.</span></span></div><div><span><span><span><br /></span></span></span></div><div><span><span><span> Estas medidas são as Vacinas contra a 43.2.</span></span></span></div><div><span><span><span><br /></span></span></span></div><div><span> Citarei algumas delas que podem ser ministradas pelas Instituições acima relatadas:</span></div><div><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><b><u>1. Abrir espaços para a fala</u></b>. Para que as pessoas elaborem suas narrativas de estranhamento, sofrer, medo e angústia. Processando-as de forma mais saudável. Isto pode ser feito de forma lúdica, vivencial, a distancia e com criatividade. É preciso se manifestar sobre o que nos ocorre. Pintar, escrever, desenhar, representar... é preciso que os sentimentos sejam colocados pra fora. Sabe aquela pessoa próxima de ti? Se achegue nela. Ela pode tá com muita coisa guardada, frente a este momento que vive, e que não tem coragem de colocar pra fora. Ou que acha que se o fizer será tida como fraca. Diga pra esta pessoa que é normal não se sentir bem todos os dias. Que é normal está se sentindo estranha ao que vem enfrentando. E que ela não está sozinha. Ofereça apoio, e se coloque diante dela com compaixão, sem julgamentos e críticas. E nunca compare tua fortaleza de enfrentar situações similares com a dela. NUNCA! As pessoas podem reagir de forma diferente aos mesmos estímulos e situações. Então, não queira usar a si mesmo(a) como exemplo de superação. Isto só a fará se sentir mais deslocada ainda. Apenas acolha a fala dela, se interesse pela narrativa, busque compreender as razões do que ela sente, pensa e fala, pelos olhos e mundo dela, e não pelos teus. </span></div><div><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><b><u>2. Fomentar Resiliências.</u></b> A resiliência é a capacidade de se adaptar, aprender e crescer com as situações de tensão, mantendo o desempenho em níveis aceitáveis, dado a realidade difícil pela qual se passa. E isto pode ser ensinado. Quando as pessoas evocam situações passadas para as quais foi corajoso e as superou, ela está trazendo à memória quem ela pode ser, em relação ao que se vive no presente. Quando tomamos a consciência do porque nos afetamos tanto com determinadas situações, para as quais nada que façamos poderá mudá-las, aprendemos a mudar a nós mesmos(as) diante delas. E não mais ficar numa posição de enfrentamento desgastante, que drena nossa energia emocional. Entramos no "modo acolher" que não significa concordar. </span></div><div><span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span><b><u>3. Perceber-se Dentro de um Todo Maior </u></b>- Quando estamos em momentos estressantes tendemos a personalizá-lo. Como se aquilo fosse só conosco que ocorrer. E passamos a nos culpar, ou agredir nossa autoestima com aquele fato que nos causou um mal estar. Quando nos vemos dentro do coletivo, de um coletivo que também enfrenta as mesmas situações, passamos a relativizar as ondas de tensão, colocando-as em perspectivas para com um todo maior. Por exemplo, pensar que não foi só você que ficou desempregado. E que não foi pessoal. Ajuda no processo de sobrevivência a esta dura realidade.</span></div><div><span><br /></span></div><div><span style="text-align: justify;"><b><u>4. Buscar Alternativas Paliativas de Bem-Estar</u></b> - É preciso proteger a ferida emocional com uma espécie de band-aid, para que não infecione. E quais são estes band-aids que podemos ativar? A fé é um deles, a oração e contemplação, caso seja religioso. Mas, existem outros, encontrar o sentido nos pequenos prazeres que se proporciona, tais como ler, ouvir uma canção, buscar apoio com um (a) amigo(a) querido (a), fazer algum trabalho manual, criar rituais de bem-estar, ajudar alguém, jardinar, escrever, meditar, fazer yoga, fazer uma lista de gratidão diária, caminhar, e "colecionar entardeceres e canto de pássaros"... É preciso que tenhamos estes espaços band-aid para que a ferida emocional, ocasionada por algo de ruim que passamos, ou estamos passando, não se alastre. E, alguns destes band-aids você vai aplicar em si mesmo sem querer. Sem ânimo. Não se sentirá motivado para reagir. Se sentirá sem gás. Mas, te digo, faça como quem tem que tomar aquele remédio diário. Faça mesmo sem estar querendo fazer. Engane teu cérebro que entrou no modo reptiliano. Um pequeno gesto band-aid, que introduza na tua rotina diária, mesmos endo feito com esforço hercúleo, poderá causar um excelente resultado no fortalecimento de teus recursos pessoais de enfrentamento dos eventos da 43.2. </span></div><div><br /></div><div><span style="text-align: justify;"><b><u>5. "Esperançar" o Viver </u></b>- Marque algo na agenda de 2021 pra realizar. Tenha pequenas metas diárias para atingir. Fixe objetivos de mudança. Mova-se com a força da esperança. A esperança não é de esperar. A esperança é de esperançar. De acreditar que a vida é muito maior e melhor do que um conjunto de experiências negativas a que fomos sujeitos. É acreditar num outro amanha possível. Não deixe que o quarteto do mal: o Reclamão, o Rabugento, Pessimista e Desanimado passe a orientar - tal qual um GPS, o teu olhar sobre a vida e as tuas vivências cotidianas. Ajude a fomentar uma cultura de esperança, encontrando e evitando consumir aquilo que em ti provoca uma onda de emoções negativas. Cuidado, elas podem ser toxicas e viciantes. Então, encontre e ensine às pessoas que lhes são próximas, os fatores a que estão expostas que roubam a esperança. Talvez você tenham que se afastar de algumas pessoas, que só lhe diminuem. Talvez tenha que consumir um outro tipo de informações. Ou até dar um tempo em determinados grupos cujo discurso é eivado de negatividade. É preciso proteger as razões de nossa esperança. Que são equilibristas e frágeis. </span></div><div><br />São estas cinco recomendações as que faço para comigo mesmo e que têm funcionado. E que quis compartilhar para com vocês. </div><div><br /></div><div>Pois que é preciso desenvolver um "couro grosso" para diminuir nossa vulnerabilidade, ao sermos expostos à uma realidade com tantos fatores estressores. E precisamos urgentemente ensinar isto em todas as organizações humanas do trabalho, da família e sociedade.</div><div><br /></div><div>Converse com as pessoas mais próximas sobre como elas estão se colocando neste momento, talvez você possa ajudá-las a refletir sobre o momento delas, como se fortalecer, utilizando algum dos cinco passos acima. </div><div><br /></div><div>Vamos lá gente, ninguém solta a mão de ninguém!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-30733609461896092962020-08-17T08:34:00.001-03:002020-08-17T08:53:49.253-03:002020 – O Ano em que Voltamos para Casa! (Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-n7kPi3U-7n0/Xzpq-ruwa5I/AAAAAAACif4/PHaWQQRQn_obqfRSfqRDvb0Ong17048BACLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20200817_083109.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="384" src="https://1.bp.blogspot.com/-n7kPi3U-7n0/Xzpq-ruwa5I/AAAAAAACif4/PHaWQQRQn_obqfRSfqRDvb0Ong17048BACLcBGAsYHQ/w512-h384/IMG_20200817_083109.jpg" width="512" /></a></div><br />Numa manhã de segunda, planejo abrir uma caixa de restos de mudanças que fui fazendo ao longo da vida. Ela esteve sempre ali, bem guardada no fundo do depósito, mas eu não tinha tempo para vê-la.<br />Nem tampouco para conferir o que guardei por tanto tempo dentro dela. e se ainda necessitava daquilo.<br />Agora, neste ano de 2020, tempo é coisa que não falta.<br />Eu poderia falar do ano de 2020 sobre muitos aspectos. E, com certeza, você também. Não há um ser humano, dos bilhões que somos, que não tenha sido atingido de alguma forma pelas coisas que ocorreram em 2020.<br />Mas, seu eu pudesse fazer um destaque, como que escrevendo para meus netos: Lucas e Laís, um ainda bebê de 9 meses, e a outra ainda morando na barriga da minha nora, eu diria que 2020 foi o ano que voltamos pra casa. Lucas e Laís, acreditem em vovô, 2020 foi o ano em que voltamos pra casa!<br /><br />Para mim, este será um dos legados que o enfrentamento desta pandemia deixou para a humanidade. O retorno ao lar.<br />E, seja de que forma você dê o nome a isto que chamamos de lar, e como ele em teu viver esteja estruturado. <br />Voltamos pra casa!<br />Tente imaginar como era a vida antes de 2020, em relação ao teu lar.<br />Nossas casas tinham virado um ponto de passagem, nunca uma linha de chegada. <br />Um lugar para descansar, banhar, dormir, limpar e se alimentar, e não um lugar para se estar.<br />Muitos saiam pra trabalhar 5 horas da manhã, de uma segunda, e só voltavam para casa no sábado, ou final da sexta. Falo um voltar efetivo. E não um dormir - morto de cansado, pra ir trabalhar novamente. <br />E, ao nela chegarem, eram tantas coisas para providenciar, para arrumar, para preparar para mais uma semana que se iniciaria, que a casa não era percebida como lugar de se estar.<br />Era lugar de passagem, de lida, de recuperação das energias para uma nova semana que chegava - logo ali no domingo à noite, que vinha mais rápido que notícia ruim. <br />Em maior ou menor grau, todos passamos por uma redescoberta de nossas casas. <br />Agora é nela que trabalhamos, que ensinamos as tarefas para as crianças, que encontramos formas de nos divertir e de interagir com a comunidade local.<br />Descobrimos seus cantinhos não mais olhados. Descobrimos suas possibilidades. Passamos a gostar até dos outros sons que passamos a ouvir, dentro delas, fruto do silêncio externo que se fez.<br />Se no começo ficávamos inquietos, ansiosos, querendo ir para a rua. Se no começo parecia que nossa relação com a casa estava como a de duas pessoas que moram juntas, mas são solitárias. <br />Agora se faz uma relação de enamoramento. Queremos cuidar dela. Investir um pouco pra melhorar aquele cômodo. Trazer umas plantas, que agora tenho tempo para regá-las.<br />Ver como melhoro a conexão da internet, sem gastar muito. Fazer aquele prato que vi a receita no youtube.<br />Criar opções para a criançada se divertir, transformando espaços - antes impensados, em verdadeiros playgrounds para a molecada brincar.<br />Sim, a casa devolveu o brincar. O querer preencher os relacionamentos, dos que habitam naquele mesmo espaço, com coisas legais para se fazer juntos.<br />Jogos de tabuleiro, ver uma live. Se conectar com os amigos e fazer um sarau cultural pela rede. <br />Eu aprendi a fazer cuscuz, nestes tempos em casa. Também passei a criar um cachorro, que comigo vai descobrindo muitos lugares deste apartamento de 60m2 que eu ainda não conhecia. <br />Tipo, embaixo da cama. rsrs<br />Com esforço, tirei a caixa do armário da área de serviço. Pela nota fiscal, afixada no papelão, era algo de 2015. A Nota Fiscal revelava ser algo de material de escritório, num valor R$ 120,00.<br />O que seria? E porque deixei fechada por cinco anos, e até me acompanhando em três mudanças, desde então. <br />Sabem o que tinha dentro?<br />Umas 100 capinhas plásticas de DVD. Lembrei que meus DVDs estavam com as capas em frangalhos, e queria dar uma geral neles.<br />E fui adiando, adiando, adiando e agora não faz mais sentido. Já não tenho mais a imensa coleção que tinha de DVDs, que fui doando ao longo destes anos, até por falta de uso. <br />E hoje, já não compro mais DVDs, uma vez que muitas coisas deles estão na nuvem, na web.<br />Então, nesta segunda, pergunto-me para que me servirão estas caixinhas? <br />Portanto, ativei o modo Desapego, e "Bela Ciao" para elas!<br />E sobrou mais espaço na estante da área de serviço. <br /><br />Com este retorno ao lar, não só descobrimos nossas caixas que já não nos servem mais.<br />Descobrimos o que realmente nos importa.<br />Descobrimos que não precisamos de muitas das coisas que achávamos que sem elas não seríamos felizes. <br />Descobrimos que podemos fazer do lar um local de se ficar, de crescer, de prazer... E não apenas sendo um dormitório e um carregador de bateria vital, que ele vinha se tornando.<br />Descobrimos que brincar é bom. Que as crianças pedem presença. Que o outro importa.<br />Descobrimos muitas coisas pela falta que elas nos fazem. Por exemplo, de como foi bom aquele passeio que fizemos com a família ou com amigos.<br />Descobrimos que coisas que adiamos para depois, ou que não a vivemos intensamente, agora se tornaram mais difíceis de ocorre.<div>Descobrimos que todo viver vale a pena, desde que a alma não seja pequena. <br />Descobrimos um monte de possibilidades de aprender coisas novas, e de mudança de nosso estilo de vida.<br />Descobrimos estratégias para aquecer corações da pessoa amada, da família, filhos e amigos.<br />Descobrimos que ficar em casa pode ser bom. <br />Descobrimos os vizinhos.<br />Descobrimos que estar sozinho, não é estar solitário. <br />Descobrimos a presença da ausência, de tantas coisas, antes despercebidas, ou não valorizadas, que agora os assombram, em sua negação de se fazer presente.<br />Descobrimos que a vida é um sopro. Portanto, aprendemos que não se tem certeza de nada. Que o amanhã é uma previsão de riscos.<br /><br />Sendo assim, e por não sabermos quando algo do tipo ocorrerá novamente, mais nunca vamos deixar de fazer aquele último passeio, ao chegarmos no quarto do hotel cansados. <br />É tomar um belo banho, trocar a muda de roupa, e se permitir a um novo passeio, pois que ainda dará tempo de curtir outras coisas do local em que estivermos. <div><br />Descobrimos que aquela visita que adiamos, agora dói... Descobrimos a presença da falta.<br />E do quanto fomos deixando para um depois qualquer, para um dia à frente, coisas que podíamos ter feito, no momento em que as vivíamos.<br />Mas, que não as fizemos por nos achar imorríveis, eternos demais para ter que viver o presente. <br />E, com um pé no passado, e outro no futuro, quem consegue viver as maravilhas e possibilidades do presente?<br />2020, o ano que voltamos pra casa e nela nos refizemos como humanidade. O ano que fomos forçados a parar, a diminuir o ritmo, a encontrar a paz e o prazer, dentro de nós mesmos, só pelo fato de existir.<br />2020, o ano em que a humanidade se irmana um único pedido de Natal, a vacina! <br />E, quando toda a humanidade se enlaça num único desejo, parece que o mundo se torna menor. Parece que nos vendo pertencendo a este mesmo propósito.<br />E, neste dia será uma festa tão linda. Com tantos reencontros, abraços apertados, e o enxugar das mil lágrimas, pelo luto dos que partiriam.<br />Mas, não abandonaremos mais nossas casas. Nosso lar, pedaço de nós mesmos em cada um de seus recantos, nunca mais será deixado de lado. <br />Ele terá sido para nós o ninho que nos ajudou a enfrentar este turbilhão de sentimentos e situações.</div></div>Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3655646527879472302.post-30805667205460030842020-07-06T10:14:00.003-03:002020-07-06T12:35:38.625-03:00É live, pode parar! (Autor Ricardo de Faria Barros)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Kr6B14rscH8/XwMLRC2wF4I/AAAAAAACgBE/t1oIT61T2UEXI9H-YKyw1DFCmhKC71q1wCLcBGAsYHQ/s1600/%25C3%25A9%2Blive.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-Kr6B14rscH8/XwMLRC2wF4I/AAAAAAACgBE/t1oIT61T2UEXI9H-YKyw1DFCmhKC71q1wCLcBGAsYHQ/s400/%25C3%25A9%2Blive.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Ontem tive o prazer de ver meu primeiro show da série: O Grande Encontro.<br />
Nunca consegui ver pessoalmente este show. <br />
Mas, ontem tive a satisfação de pelo menos vê-los, em sua versão digital, numa live. <br />
Preparei a pipoca e uma Stella geladinha, arrumei o som da TV.<br />
Chamei a namorada pra ver, ela lá e eu cá, isolados como se deve.<br />
E ficamos no frisson danado de bom, esperando o começo. Contando os segundos.<br />
E aí ouvimos aquele sininho que toca nos teatros. <br />
Aquele que diz que o show irá começar em breve.<br />
E eles entraram no palco e estava feita a festa.<br />
Nos primeiros dez minutos, eu já estava extasiado com tanta beleza, na forma de canções que marcaram minha vida. Cujas letras dizem muito das coisas em que acredito. <br />
No Brasil, naquele momento, eu me sentia conectado com milhares de pessoas que também acompanhavam o histórico, e inédito, show; seja pela TV, seja pelo youtube. <br />
Após duas horas e meia de show, "voltamos enamorados para casa", deixando aquele teatro muito ricos de emoções compartilhadas, a cada canção que ouvíamos.<br />
E, por que não dizer, mais curados. A arte nos cura.<br />
No caminho ela me perguntou do que mais gostei, e falei que foi da parada aos 11 minutos. <br />
Veja a parada de que falo neste texto aqui: https://youtu.be/__wGzZu6HuU?t=650<br />
Foi algo tão bonito que gostaria de compartilhar com vocês o que disse pra ela, justificando meu gostar.<br />
<br />
Aos 11 minutos, o trio Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, cantava a bela canção Sabiá. <br />
E, quando Geraldinho passou a bola para Alceu, ele travou.<br />
Durante alguns segundos ele ficou sem reação. A voz não saia de sua boca. <br />
Aí ele reagiu e falou assim:<br />
<br />
"É live... É live! <br />
Volta!<br />
Ei, para aí! É live...<br />
Para aí.<br />
Vamos voltar...bora!<br />
Vamos voltar!"<br />
<br />
Elba Ramalho fez uma expressão de quem estava sem entender nada.<br />
Geraldo Azevedo, fez cara de que não gostou.<br />
Mas, Alceu insistia em repetir, dizendo quase numa súplica: <br />
<br />
- É Live!<br />
<br />
E, eles entenderam a riqueza do momento, repetiram a música, e Alceu entrou na sua vez sem mais travar, e dando um show de interpretação.<br />
<br />
É live!!!<br />
<br />
A vida é live. A vida não cabe numa planilha de excel. Nem numa apresentação de power-point. <br />
<br />
Viver é live.<br />
<br />
Quantas das vezes também precisamos parar algo. Voltar ao início e recomeçar?<br />
Nos permitir retomar a vida e não seguir o erro, com aquela sensação de que poderíamos ter feito melhor, caso tivéssemos desistido de insistir na canção errada.<br />
Mesmo que para isto, tivéssemos que voltar uns passos atrás.<br />
É live.<br />
Alceu suplicava aos seus pares para retornar a canção.<br />
Querendo dizer que podiam se cobrar menos, ser menos formais, menos inflexíveis, e que o improviso e coisas que não saem legais, nas lives são mais aceitas. <br />
Quanto ensinamento Alceu nos deu.<br />
Ele poderia ter deixado seguir. E convivido por um bom tempo com aquela sensação de frustração, de desgosto para consigo mesmo, e até culpa por não ter pedido uma segunda chance para fazer direito a sua parte na melodia.<br />
Alceu nos ensinou muito. <br />
Pedir uma segunda chance, para fazer novamente algo que não deu correto não é sinal de fraqueza.<br />
É de coragem! Coragem em ser verdadeiro, em querer apresentar o seu melhor Eu, a sua melhor versão.<br />
Exige humildade, exige autoestima, exige a esperança equilibrista. Aquela que diz que da próxima vez as coisas poderão ser melhores, e que vai passar.<br />
Uauuuu!!! É live.<br />
Viver é live. Podemos nos cobrar menos. Podemos aprender com os erros. Podemos recomeçar um novo esboço de nós mesmos.<br />
Ei, pode parar? É live!<br />
Você não precisa continuar fazendo algo, só para agradar alguém. O show pode parar.<br />
Ou, desafinar no coro dos contentes.<br />
Viver é live.<br />
E não tem manual. O que funcionou pra um, pode não funcionar pra você.<br />
Mas, cobre teu espaço no acontecer. E não tenha vergonha, nem receio, em se colocar pedindo pra retomar sua parte em algo, que teu próprio desempenho produziu um mau resultado.<br />
E, quando voltar, vá com gosto. Sem ficar se lembrando que vai falhar novamente. <br />
Abra teu ser à nova experiência. E sem ficar olhando-se pelo retrovisor, e com medo de errar.<br />
E, caso as pessoas queiram negar-lhe o direito ao recomeço, insista com elas. <br />
Sem medo, pois o medo nos apequena ao mundo dos outros. <br />
E, de tanta pequenez vamos deixando de ser nós mesmos, ao nos moldar ao que os outros pensam, querem e esperam de nosso existir.<br />
<br />
Recomece relacionamentos em cuja entrada em cena, tu tenha causado tristeza, ou sofrimento, em pessoas amigas.<br />
<br />
Recomece aquele desafio no trabalho, que ao tentar atingi-lo não conseguiu.<br />
<br />
Recomece sonhos que foram ficando esquecidos, nas gavetas de teu ser.<br />
<br />
Recomece crenças limitantes, daquelas que sopravam em teu ouvido de que jamais amaria novamente, ou de que não seria capaz de conseguir algo.<br />
<br />
Recomece a criança curiosa, alegre, aventureira e amiga que já foi um dia.<br />
<br />
Recomece a cultura de perdão, paz e respeito que já teve.<br />
<br />
Recomece a autoestima e amor próprio que já teve. <br />
<br />
Recomece de pessoas que te diminuíram e te fizeram sofrer.<br />
<br />
Recomece dos lutos que te levaram junto. <br />
<br />
A vida é uma live, na qual se pode recomeçar, e a cada manhã, e em cada instante.<br />
Agora, sem errar mais naquela parte. Pelo menos naquela parte!<br />
E, caso esteja no palco com alguém que errou o tom.<br />
Aprenda o segundo ensinamento, aos onze minutos deste show. <br />
Dê a esta pessoa a chance de fazer novamente, de se recriar e de tentar mais uma vez. A estimule e apoie neste reinventar-se.<br />
Não a coloque na profecia realizadora, tão comuns em nossos julgamentos, de que "daquela mata não sairá coelho". <br />
<br />
Afinal, na live da vida, pessoas podem nos surpreender. Coelhos não!Ricardo de Faria Barros http://www.blogger.com/profile/01912488591691919899noreply@blogger.com5