Eles não apenas envelheceram — evoluíram. Conheça os longelescentes, protagonistas de uma revolução silenciosa, vibrante e necessária.
Alguns dos longeslescentes que conheço:
👩🎨 Dona Lourdes, 74 anos, está aprendendo aquarela depois de uma vida como professora de história. Toda terça, ela dá aulas de cidadania para jovens em situação de vulnerabilidade.
🚴 Seu Mário, 68 anos, pedala 20 km três vezes por semana e lidera um grupo de cicloturismo na zona rural. Já completou cinco viagens intermunicipais sobre duas rodas.
🎭 Neuza, 70 anos, faz teatro, cuida da horta comunitária e iniciou um podcast sobre sexualidade na maturidade chamado “Desejos Grisalhos”.
Esses são apenas três rostos da geração longelescentes — um termo inédito que tive a alegria de criar para dar nome a um fenômeno real e transformador: um novo jeito de viver, pensar e representar a velhice. Esqueça a imagem da velhice como um fim de linha, marcada por silêncios e salas de estar eternamente ligadas à TV. Os longelescentes assumem o controle remoto da vida e recusam o papel de coadjuvantes.
💡 Quem são os longelescentes?
São aqueles que:
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Cuidam do corpo e da mente com intenção e disciplina.
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Aprendem novas habilidades constantemente.
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Reivindicam seu espaço no debate público e nas redes sociais.
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Vivem sua sexualidade com autenticidade.
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Têm hobbies, causas e projetos.
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Planejam o futuro com entusiasmo.
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Questionam estereótipos etários.
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Cuidam de suas redes de afeto.
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Participam ativamente da sociedade, como voluntários ou empreendedores.
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Praticam o autocuidado e o autoconhecimento como estilo de vida.
Mas mesmo esses protagonistas são frequentemente silenciados por atitudes sutis, quase imperceptíveis, como:
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Serem interrompidos em conversas com “você não entende isso”.
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Terem suas decisões revistas ou ignoradas pelos filhos.
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Receberem presentes e convites que pressupõem limitação (como pantufas ou bingo).
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Não serem incluídos em discussões familiares sobre o futuro.
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Serem chamados de “fofos” em tom infantilizante.
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Terem suas dores emocionais minimizadas como “coisa da idade”.
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Serem ignorados em ambientes de tecnologia.
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Não serem estimulados a aprender ou a criar.
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Terem seus corpos tratados como frágeis, mesmo sendo ativos.
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Ouvir “na sua idade, não precisa disso” como forma de desestímulo.
❌ A sociedade ainda quer empacotar essas pessoas em estereótipos ultrapassados: frágeis, cansados, ultrapassados. E pior — o faz com a conivência de instituições públicas que ainda não criaram políticas decentes para apoiar esse novo idoso. A violência contra os longelescentes não é apenas física — é psicológica, simbólica, estrutural.
CRÍTICA SOCIAL: O MUNDO AINDA QUER NOSSOS VELHOS ENGAVETADOS
Empresas que demitem aos 50+. Planos de saúde que cobram fortunas como se envelhecer fosse pecado. Filmes que só mostram idosos como figuras frágeis ou cômicas. Famílias que os tratam como móveis antigos – “até quebram, mas dói jogar fora”. O Brasil não está preparado para os Longelescentes. Falta política pública, falta emprego, falta representação. Mas sobra ageísmo – o preconceito mais normalizado do mundo. Aos que insistem em vê-los como “porcelanas frágeis”: cuidado. Porque essa geração já quebrou o vaso. E está plantando flores no caco.
🎓 Como psicólogo com mais de 20 anos de atuação com aposentados, com especializações em Psicologia Positiva, e em Gestão de Pessoas, e mestrado em Gestão Social e Trabalho, eu, Ricardo de Faria Barros, proponho: chegou a hora de reconhecer, respeitar e celebrar os longelescentes.
Porque a velhice, quando vivida com propósito, pode ser a fase mais potente da existência. Repito, 🌱 Eles não apenas envelheceram — evoluíram.
Na foto, minha mãe e irmãos, que integram a revolução da longelescência!
🔁 Compartilhe este manifesto. Espalhe o termo. Dê voz aos longelescentes.
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