Perdas Necessárias (Autor Ricardo de Faria Barros)


Cheguei em casa animado, acabara de comprar uma TV, daquelas que pegam de um tudo, e agora era tirá-la da caixa e curtir boas músicas, que cato no youtube.
Fiquei impressionado como essas TVs de agora são leves. Tirei a bichinha da caixa, e percebi que precisaria montar os pés.
Confesso-lhes que montar não é meu forte, nem tampouco compreender manuais de montagem. Ainda bem que filhos vem sem eles.
Mas, a ocasião pedia. E a ocasião faz o Homem.
Olhei para aquelas peças, com olhar de cachorro pidão, como que quisesse que elas falassem comigo, facilitando o trabalho.
Mas, eram mudas tal qual alguns expectadores de rede social.
Após rodá-las de todo jeito, consegui inseri-las no buraco, mas vi que não ornou. Ficou sobrando pra fora.
A peça era maior do que o buraco. E, como elas se encaixariam se não tinham o mesmo tamanho?
Fiquei que nem aquela música, "perdido em mil pensamentos." E me senti muito ignorante.
Aí notei que o problema era alinhar os furos da peça, com os da TV, para que o parafuso fizesse a mágica do encontro entre eles, e os conectassem juntado-os numa só peça, como casais que se amam.
Os furos da peça, quando eu botava na base, ficavam 0,5cm distantes dos furos da TV.
Como aparafusar algo assim?
Li o manual trocentas vezes, e ali tudo parecia tão fácil, tal qual esses programas de culinária da TV, tipo o Rodrigo Hilbert .
Confesso-lhe que bateu uma vontade de abrir outros furos, para que o encaixe entre eles e o parafuso fosse perfeito. Mas, abrir com que? Com faca. Esquentando uma chave de fenda?
Entrei na WEB, à procura de alguém com o mesmo problema, e nada. Todo mundo soube botar os pés da TV.
Me senti estranho, deslocado, diante do impasse. Acho que esse DNA bem masculino, que adora caixas de ferramentas e montar, ou desmontar, de um tudo, não veio na minha programação original.
Fui na cozinha, fiz um cappuccino, liguei o rádio para relaxar.
E pensei, vou ter que voltar na loja, colocar tudo outra vez na caixa, e será que eles vão trocar?
Ou apelar para os filhos mais velhos, que coisa!
Voltei para a bancada, na qual a TV jazia deitada, olhando para mim com olhos lânguidos e desejosos, e eu nada. Impotente diante dela.
Pensei comigo, vou botar algo embaixo da base, tipo um apoio, e essa gambiarra funcionará. Mas, e quando Priscila ver? Priscila é minha personal estilista, minha filhota de 30 anos.
Relaxei, lembrei que poderia comprar aquele troços que afixam na parede. Coisa para o Rodrigo resolver. Rodrigo, meu filho de 28 anos, é o que tem o melhor DNA de consertador, furador de parede, leitor de manual e montador. Pode ser!
Percebi que o que impossibilitava o ajuste era uma pequena saliência, na ponta do treco. De uns 0,5 cm.Olhei no encaixe da TV, e não vi nenhum buraco no qual aquilo penetrasse. Então, tomado de súbita coragem, peguei um alicate e quebrei aquela saliência.
Muito ansioso, inseri o pé no buraco da base da TV e vi que os furos se alinharam. Aparafusei a ambos, que agora eram um. Repeti o procedimento com o outro pé. Ergui a TV, nos abraçamos e ao som de Paz do Meu Amor, dançamos juntinhos.

Quantas coisas em nossa vida existem, para as quais apelar para os manuais de qualquer tipo de ajuda: auto, baixo, coletivo, ou amigos-ajuda, não adiantará muita coisa.
Não está no manual o que ocorre conosco. E, mesmo que outros tenham vivido algo parecido, ainda assim o nosso problema, os nossos furos existenciais que não se encaixam, serão só nosso.
É como aquela canção que diz: "Se ela me deixou, a dor é minha só, não é de mais ninguém!"

Chamo a esses problemas de problemas disruptivos. Disrupção é um termo que chega com força, oriundo da evolução da tecnologia. Um salto disruptivo é quando se cria algo que muda o padrão, a forma de uso, a ordem e a natureza das coisas, oriundo de processos de inovação.
Por exemplo, o Uber, Airbnb, Netfix, Spotfy e o WhatsApp são saltos disruptivos no uso que fazíamos do Taxi, Hotel, TV, Música e Celular.

Em nossas vidas passaremos por situações que vão exigir coragem e ousadia.
A coragem de quebrar em nós mesmos aquilo que está dificultando o nosso encaixe, com o que queremos que afinal aconteça.
E doerá. Aliás, crescer dói. Mas, sem se permitir à quebra desse pino, que agora em teu viver aparenta que está sobrando, como realizar o encaixe perfeito com outras conexões de sentido?
Descobrir o que está impedindo a realização do sentido de tua vida, e sobre isto operar, retirando-o do caminho, é decisão disruptiva.
Depois dela, nada será como antes, pelo menos no que diz respeito ao tema ou desafio de teu viver que não está se encaixando, por pedir algum tipo de atitude tua, que sem ela as coisas ficaram como são, não haverá conexão possível.
E a vida passará, sem realizar-se plenamente. E tua TV interior poderá até funcionar, ao ficar encostada em algo, mas sempre ao olhar para ela saberá que os pés estão em falso. Que há algo que não se realizou plenamente, por falta de ação sobre a vida, por falta de respostas, no lugar de justificativas.

São escolhas necessárias para dar prosseguimento ao nosso processo evolutivo, em nossa busca pelo sentido de nossas vidas. Busca para a qual não existe manual. Precisa experimentar e ousar ser feliz, mesmo que dando eventuais cabeçadas.

E, não se engane, para cada escolha haverá sempre um monte de renúncias.

Assim como renunciei à pequena protuberância da peça, aquele pino, que após retirada do mecanismo, só servirá mesmo para o lixo.

Ou, como fiz com a meu, guardando-o numa caixinha. Para que sempre eu me lembre dele, quando algumas situações em minha vida pedirem coragem e o discernimento de trapezistas, e exigirem desapego emocional e atitude comportamental corajosa para as mudanças, mesmo com perdas - para lá de necessárias, e algumas urgentes.


Não deixe para amanhã. (Autor Ricardo de Faria Barros)

Era a última das nove aulas ministradas, na turma de Pós Graduação Gestão em RH 2017, na UNIP-DF, disciplina Qualidade de Vida no Trabalho e Desenvolvimento Profissional.

A cada aula, uma emoção diferente, em ver a entrega dos meus alunos na condução das atividades, por eles planejadas com tanto esmero.  Uma turma para lá de especial.

O texto da aula de ontem, 21/08/2017, foi o Regador de Luz (veja em Um Regador de Luz  ).
Trata-se de um texto sobre meu primeiro encontro com o Sr. Valdecir (75), um anjo entre nós.
A aula foi preparada com muito carinho. 
Os alunos doarem-se por inteiro, eles queriam que a turma experimentasse o amor, e conseguiram, aliás, superaram todas as expectativas.
Sabe o que eles fizeram para que expressássemos e sentíssemos o amor?
Em primeiro lugar, após a reflexão do texto, feita com mutia participação, eles entregaram uma folha em branco para cada aluno, e para mim.
Depois, pediram-nos que escrevêssemos uma carta de amor, perdão, reconhecimento ou gratidão para uma pessoa ainda viva.
Botaram uma música inspiradora e nos deram uns 10 minutos para a tarefa.
Depois, pediram-nos que fossemos compartilhando a leitura, com a tura, carta a carta.
Confesso-lhe que se fosse nas primeiras aulas seria muito ousado esse pedido.
Mas, após dois meses de intensos encontros, e de muitas emoções vividas e trabalhadas, o pedido foi moleza.
E, cada leitura era seguida de choro, mas choro de alegria.
Alegria de poder testemunhar para a turma toda sobre aquele, ou aquela, cuja presença em nossas vidas nos torna melhores, maiores e mais fortes.
E, aqueles dezoito alunos, mostraram na prática que sabem sentir e expressar: amor, gratidão, perdão e reconhecimento.
E foi tudo tão bonito, que eu mal me continha sem chorar também.
Num determinado momento das leituras, que até então todas foram para pessoas externas à sala de aula, um rapaz ler sua carta para um outro, que está na mesma turma. 
Era uma carta tão bonita, tão cheia de cumplicidade, companheirismo, amor, que todos ficaram emocionados.
Na vez do outro, ele também escreveu para o que tinha lido. E o texto era mais carregado ainda de emoção, era quase uma declaração de amor. 
Entre eles houve reciprocidade, uma vez que ambos não sabiam para quem o outro estava escrevendo.
Não é sorte...
Um aroma de amor impregnou nossos corações. O rapaz não se conteve, de tão agradecido por ter aquele amor em sua vida, que caiu em lágrimas. E a turma toda socorreu-lhe com um abraço de urso.
Aquele abraço foi melhor do que qualquer curso de Ética e Respeito às Diferenças.  Foi a prática da coletivo vivência.
Cheios de emoção estávamos, quando os alunos que conduziam a atividade pediram-nos para colocar nossas cadeiras como se estivéssemos num cinema. 
Apagaram as luzes, e UAUUUU!!!!

Sabe o que eles fizeram?

Deixa eu explicar melhor o contexto. Na aula anterior, eles pediram aos alunos o nome e celular de alguma pessoa querida, sob o pretexto de sortearem na aula deles (a de ontem) um de meus livros, o que fizeram.
Mas, era pretexto. O que eles fizeram mesmo foi contactarem com cada pessoa e pedirem-na que gravasse uma vídeo sobre o que representava o aluno, o que deu o número do celular dele, para sua vida.
Depois,  eles coletaram todos os 18 vídeos e fizeram com ele um único filme.  quem entende de mídias digitais sabe que isso dá um trabalhão. Imagine os contatos, os formatos, as pessoas querendo saber como gravarem. Quanta dedicação! E não faltou nenhuma homenagem.  Todos gravaram.
Gente, se eu vi coisa mais bonita em sala de aula, não me lembro. E olha que já vivi cada cena magnífica em sala de aula, daquelas de arrepiar, de derreter o mais gélido dos corações.
As pessoas que gravavam os vídeos chamavam para contribui mais pessoas. Então era mãe, com pai e irmãos. Era mulher com filhos. Era amigos do trabalho. 
Eram crianças com declarações tão lindas para seus pais. Como a que meus filhos fizeram para mim.
Foi uma noite para ficar na história.
Olhem o que meus filhos, representados por Priscila, escreveram para mim:

Painho,

"Que missão mais complicada escrever sobre você. Tudo que já foi dito e vivido parece tanto que mais uma linha nunca é suficiente. E que dias intensos de aprendizado estamos vivendo! Nós, os cinco de sempre. Que só foram quatro porque você foi um. Somos o resultado das suas vitórias e renúncias. Somos uma família porque você decidiu que não haveria almoço grátis, que não se daria ao luxo da lamentação. Decidindo ser protagonista, fez da resiliência um estilo de vida. Persista em olhar os ipês verdes das ruas! Continue a nos ensinar a lutar o bom combate! Há muito mais vida a ser vivida, então desejamos que esse teu braseiro nunca se apague! Aos teus alunos, desejamos que tuas aulas inspirem o exercício apaixonado de suas profissões. Somente profissionais como você dão significado ao acumulado de pontos batidos. Que como você, vistam lentes para enxergar o capital humano onde ninguém mais o viu. Nosso orgulho e apoio são constantes! Estaremos sempre te aplaudindo na fileira da frente. Te amamos!  Tiago, Priscila, Rodrigo e João Gabriel  (JG)"

Quanta entrega, doação e generosidade daqueles jovens!
Como é bom de vez em quando poder colocar no papel e expressar o que sentimos pelo outro.
Como é bom ver em vídeos os nossos amados dizendo-nos como nos amam. 
Eu sei que muitos de nós já sabem disso, mas o que meus alunos proporcionaram foi mais uma possibilidade de explicitar isso.
E foi lindo. Gravações amadoras, sem nenhum roteiro, sem qualquer rebuscado de técnica. Era pessoas comuns, falando coisas incomuns, e para quem ama.
Deveríamos nos permitir a fazer mais dessas coisas. Deveria ter um dia do mês para que nele escrevêssemos cartas de carinho, perdão, gratidão ou reconhecimento, que em todas está implícito o amor. E, fazer isso enquanto estão vivos, sem esperar uma aula para que isto aconteça.

Nos permitir a amar bobamente, sem medos de ser ridículo, sem temer o amanhã.
Cada vídeo gravado, cada carta escrita, produziu um eco que lá no infinito de nossas vidas vai falar de quem somos, em nossa melhor essência.

Desse material, ontem produzido, fizemos compotas emocionais para degustação em tempos futuros de menor riqueza emocional. 

O que que pode acontecer quando damos o nosso melhor?  Quando nos entregamos por inteiro a uma causa, como a que aqueles três alunos se entregaram:  a de não medir esforços em regar luz em nossos corações, para que tivéssemos uma rara possibilidade, diga-se de passagem, para expressar e sentir amor. 
Eles sim, foram os verdadeiros regadores de luz daquela noite! E que luz!
Como diz a canção, "deixa fluir o amor... a paz na Terra!"
E foi o que vivi ontem á noite e com meus amados, nesse mundo virtual, compartilho.
Sim, antes que me esqueça, amo vocês meus filhos. 
E faria tudo outra vez e com o mesmo prazer! Vocês são estímulo e esperança, e na veia, e todos os dias.

Cartas ao JG - Não eram apenas cards. (Por Ricardo de Faria Barros, pai do João Gabriel, 8 anos)


Sabe amado filho, hoje falamos muito sobre umas cartinhas que estou lhe presenteando, vez por outra, que estão na foto dessa crônica. São cards simples, de 1,99, mas que você ama. temos cenas você ficou tão contente quando te peguei no colégio.

E a cena, com esses cards que ilustram essa crônica, se deu em três atos.

Ato 1 - A monitora que veio te trazer, à saída da escola e me entregar, acabou por passar um sabão em mim. E na tua frente. E tu ficou morto de vergonha, e eu querendo mandá-la à La Merdê, mas não posso ensinar-lhe a ser rude. Então, aguentei o tranco, com cara de "querida!".

Ela reclamou que tu levou os cards para a escola, e que não podia levá-los, nem brinquedos algum.
Eu nem acreditei no que ouvia, mas relaxei, aliás relaxamos.
Olhei para ti, pisquei o olho, te abracei, e dei as costas para a monitora, deixando-a falando sozinha.

Foi meu gesto de subversão à ordem e natureza das coisas, no atual mundo pedagógico infantil.

Que mundo é este que estamos criando que crianças de 7-8 anos não podem levar brinquedos para a
escola?

Que mundo é este que nós pais, e sisudos educadores, estamos criando para nossos tão jovens filhos que lhes privam de brincar?

Com agendas atoladas de tarefas, com "projetos para casa", com revisões e mais revisões para provas semanais, no teu caso, às quartas.

Nos dias que antecedem essa quarta de prova, inclusive nos sagrados finais de semana, tu ainda estuda umas 4 horas, fazendo revisões e soletrando decorebas.

Nas segundas e quintas tu faz o Kumon, após as aulas, que em nosso entender ia desenvolver tua lógica e senso de organização. De fato, está fazendo milagres, mas a que custo?

Pergunto eu, olhando para esse estonteante pôr do sol do DF.

Qual o custo para a saúde emocional adulta que pagaremos, por permitir por uma educação infantil tão puxada, desde a tenra idade?

Qual espaço tu tem para ser o JG?

Para sorrir, fazer nada, brincar, socializar-se e aprender a fantasiar a existência?

Um problema ocular que tu teve, já sanado com óculos, fez-nos procurar uma renomada psicopedagoga e psicanalista em Brasilia, Dra. Ione Silva.

Ela fez um contundente desabafo. As crianças estão ficando velhas antes do tempo, e pulando fases importantíssimas para seu desenvolvimento sócio-afetivo, a do brincar, do imaginar, do fantasiar sua existência.

Pois a tecnologia, as agendas cheias de compromissos, pretensamente tidas por "brincadeiras", mas que são assumidos sem prazer, pela forma como elas funcionam, exigindo dos pequenos uma disciplina e rigor que tiram todo o encanto do brincar: de jogar futebol, de aprender um instrumento, de praticar um esporte, ou cantar num jogral.

As práticas do mundo corporativo chegam á infância entupindo-lhes de metas, objetivos, planejamentos estratégicos e coisas do ramo, até nos espaços do "brincar", nos badalados turnos integrais.

Voltamos para o carro, abraçados, e tu me perguntou se eu comprei cartas novas. cacaca

Não é que tinha levado, mais 3 pacotes.  Tu fez festa com elas, esquecendo-se da monitora carrancuda, como se tirasse na loteria.

Ficou tao feliz ao abri-las que nem liguei o motor do carro, para degustar daquele teu momento.

Que tempos bons os que com simples cartas de 1,99 nos alegramos como se nada mais tivesse valor!!!

Como é bom se alegrar com as coisinhas simples da vida e do viver! Como um cafezinho que tomei, a pouco, na guarita com o caseiro Adalfran, que de forma tão simpática ofereceu-me o apetitoso líquido.

Lógico que parei, degustei, e saudei a vida e à amizade.

Seguimos viagem pra tua casa. Uns 30 KM.   Fazia calor e o ar-condicionado estava ligado, no som antigas canções de mes tempos de faculdade.

Lá de trás tu ia narrando-me quem era quem nas cartas que conseguiu.

Próximo da chegada, uns 5 km,  o trânsito melhora bastante e atrevo-me a abrir os vidros, para tomar o ar fresco de fim de tarde.

Eis que um vento transverso entra pelos vidros traseiros do carro e carregam tuas cartas, que estavam sentadas no banco, olhando-te jogar no meu celular.

Tu grita de desespero!  Eu peço para que se acalme,  é impossível parar naquela estradinha vicinal sem acostamento, pois os carros que não terão como desviar do meu.

Você se emociona. Eu me emociono. E faço-lhe juras eternas de compra-lhes novamente as cartas, e as repor.

Aí você me pergunta se conseguirá as mesmas, falo que não, mas que com certeza serão melhores, pois terão o gosto do amanhã, e o amanhã será sempre melhor, é preciso acreditar.

E como ele mostrou capacidade de amar aquelas cartas, ele vai amar as outras. Afinal, é disse que se faz uma boa vida, de amar, sofrer, chorar, sorrir, brincar e recomeçar, sempre!

Ele fica mais confortado, já esperando a surpresa de abrir os oito novos pacotinhos de figurinhas.

Então, deixei-lhe em casa e rodei 50 KM, até Sobradinho-DF, para comprar-lhes novos cards, esses da foto.

Afinal, qual pai não fica feliz em vez os filhos dormirem mais aliviados, foi isso que te proporcionei nessa noite.

É isso que todos os dias o meu Tiago, a minha Priscila e o meu Rodrigo azem para comigo. Só estou retribuindo.

Durma em paz meu filhos, teus novos cards estão na cabeceira de tua cama.

Da arte de pedalar sem uma das pernas. (Por Ricardo de Faria Barros)

Naquela quinta, 10/08/2017, tudo falava saudades. Era o dia de deixar meus pais no aeroporto, após um mês que passara em meu lar.
À medida em que envelhecemos vamos dando mais valor a ser amados por nossos pais.
Aliás, acho até mesmo que vamos nos permitindo às suas formas de expressar o amor, sejam quais forem, saciando-nos plenamente com elas.
Meu pai expressa amor arrumando minha caixa de ferramentas.
Mamãe, perguntando se fui à missa.
No trajeto ao aeroporto, uma dupla de ciclistas pedala em alta velocidade, na ciclovia ao nosso lado, ora passando por nós, ora nós passando por eles, dado o lento trânsito naquele horário da manhã.
De tanto olhar para eles, e só assim, noto que um deles não tem a perna esquerda. Que sua roupa de ciclista está vazia, na coxa e perna que deveriam ali estar. Ele pedala com uma perna apenas, e não perde em nada em velocidade e equilíbrio para seu colega que ao seu lado segue.
Fiquei estupefato com tamanha destreza, mas o trânsito não recomendava foto de celular, e perdi a belezura daquela cena de sobrevivência.
À tarde, ainda com sintomas de saudades, tenho súbita vontade de entrar na Igreja da Esperança, no caminho para buscar JG.
E ali, aos pés da Santinha, eu rezo meu terço. Coisa que não fazia há uns 35 anos.
Sigo para a Ânimo, é que tenho atendimento na boca da noite, uma sessão de coaching, na qual posso influenciar no carrossel do destino de pessoas e de mim mesmo.
Ele chega ansioso, pede que não façamos a avaliação a semana anterior, dos avanços do que nela ela tinha se proposto.
Ele me diz que vive uma semana difícil, após uma separação de mais de dez anos ao lado dela.
E que coisas banais chegam ao seu coração e mente, atormentando seu espírito. Como por exemplo ter ouvido na manhã de hoje saltos altos batendo no chão.
Ele acordou com a súbita presença de ser ela quem entrava no quarto, após se arrumar no WC para ir trabalhar. E não era. Ele estava num flat, para onde foram morar. O som vinha do quarto ao lado, que pelo silêncio reinante no local, ecoou na sua vida.
Ele me conta que já não a amava, mas que essas lembranças são de um cotidiano que embora não houvesse amor, também não era entre tapas e beijos, não havia animosidade entre eles. Só amizade, fruto ácido de amores que se vão.
Bem emocionado ele me diz que saiu com os amigos, na noite de sábado, dois dias após receber o cartão vermelho dela, e que no barzinho tocava samba.
Então, ele pegou seu copo para fazer costumeira percussão, batendo a aliança contra sua borda, e não saiu som. Aí ele percebeu que estava sem.
Ele sofria, reconheço, e contei-lhe do ciclista.
Se eu tivesse presenciado o acidente ou doença que decepou a perna dele, à época, e sua luta pela reabilitação motora, agora só com uma das pernas, eu poderia dizer que o que vi hoje era um sonho, uma ilusão, uma fantasia.
Desde seu acidente era impossível prever que ele conseguiria dar uma resposta à vida, e de forma tão satisfatória.
Durante a reabilitação aquele ciclista deve ter passado por maus momentos, por uma angústia profunda, por raiva, frustração, e deve ter acordado muitas vezes sentindo ainda sua perna, que mesmo arrancada, ainda enviava sinais para o cérebro, em hábitos neles moldados.
Eu imagino que se alguém dissesse àquele jovem, dias após ter sido amputado, que no futuro ele pedalaria pelo Lago Sul, com uma das pernas, e na mesma velocidade de outro sem pernas algum, ele olharia incrédulo para a pessoa, ou até com raiva, de desqualificar o sofrimento dele, naquela hora.
Só haveria um jeito de mostrar-lhe que sua vida se reinventaria, lá nas esquinas do futuro, e ele acreditar: mostrando-lhe uma bola de cristal.
De resto, qualquer “conselho” desse tipo seria percebido como uma vã ilusão, como uma forçada de barra, para que ele se sentisse melhor.
Não sabemos o que a vida nos oferecerá, após grandes choques pelos quais passamos.
Só sei que se continuarmos dando o nosso melhor, sobrevivendo um dia de cada vez, nos esforçando, buscando nossas verdades, não ficando na posição de vítima, culpa, ou naquela de quem desiste de lutar, ficando sentado à beira do caminho, ela, a vida, vai se restaurando novamente, em outros tons e formas.
Mas, tem que ter paciência com o luto e seus processos profundamente asfixiantes e agoniados, em todos eles, o sofrer, culpa e desorganização emocional, podem se fazer presente, como nos abaixo, por exemplo:
Luto de pais que perderam seu bebê, ainda na barriga da mãe.
Luto pelo enfrentamento de uma doença, ou trauma incapacitante.
Luto por amor não correspondido.
Luto por um filho desaparecido, ou morte de ente querido.
Luto da separação de amantes.
Luto pelo desemprego, ou aposentadoria.
Luto pela migração geográfica, por fatores não desejados.
E por aí vai. Na escala de luto, não há luto menor ou maior, embora alguns estudiosos do tema adorem categorizá-los assim.
Eu creio que para quem está enlutado, como meu cliente, o dele será sempre o maior.
E, não há receitas fáceis. Não há autoajuda que dê conta.
Amigos ajudam, apoio psicológico também, chá de camomila, reza, malhar, viajar, meditar, etc.
Mas o luto é amigo do tempo.
Ele pede um tempo para se recolher em si mesmo. Ele pede uma profunda pausa, quase que colocando a pessoa em “Standy By” .
Afinal, que passou por um desse processo de luto sabe que é como uma quase-morte, ainda vivo.
Mas, o tempo opera milagres. Assim como a fé e amigos, o tempo atua nas profundezas do luto, diminuindo sua intensidade mórbida.
Ele, o Senhor do Tempo, vai remodelando o luto,
transformando-o em algo pelo menos aceitável, mesmo que dolorido.
Em algo que não sequestrará toda a vida do enlutado, tirando-lhe energias para tocar novos ou velhos projetos, e até a rotina do dia a dia.
Com compaixão, falei ao amigo que ele precisa deixar o rio correr sozinho, não o apressar.
Precisa entender que muitas rotinas e hábitos ficaram impregnadas até o talo em seu corpo, e que doentio seria se ele não estivesse sentindo nada.
Ele olha para mim com olhos suplicantes, e pergunta quando ficará bom, qual dia, mês e ano?
Digo-lhe, que não sei, mas que se ele fizer como aquele ciclista, no futuro estarei cruzando por ele, que mesmo ainda decepado, sem um membro que o luto levou, já consegue ânimo para pedalar, numa quinta qualquer, sem dever nada aos menos amputados que ao lado dele caminham. Aliás, creio que ele está pedalando com um sorriso enorme no rosto, o sorriso que só sabe do que falo quem já passou por um perrengue na vida e tempos depois conseguiu se recuperar, retomando o curso e fluxo da vida.
Sem se cobrar ser forte, mais do que o necessário, sem ter vergonha de chorar, pedir ajuda, desabafar por mil vezes, sobre o mesmo tema. Não adianta apressar o tempo, e cada um tem o seu próprio relógio interior do tempo que para ele será necessário. Não há comparações em tempos de luto.
Mas, há de se evitar ficar criando o luto numa gaiola, dando-lhe comida, remédios e proteção, como a um animal de estimação, correndo o risco de ir habitar nessa mesma gaiola, e dela será bem mais difícil de sair.
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Obs: Na foto Um atleta famoso que sempre pedala forte em todas as trilhas e competições, mesmo com uma perna só, é Alarico Moura, o Alá. Depois de ter uma das pernas amputada há 30 anos é ele foi conhecer o prazer de pedalar e o próprio potencial. Descobriu também que ele poderia ser (e, de fato, é) um grande artista plástico. Veja em:

Alarico Moura - Clique aqui!

Futuro, onde anda você que não chega logo?

Se tem algo que mobiliza e canaliza a energia emocional do ser humano, quase que vampirizando-o, é a espera por um resultado que poderá mudar sua vida.

Imagine, a espera por notícias de parentes, que ficaram sem comunicação, após algum desastre natural na região em que estavam.

Imagine a espera pelo dia em que sairá o resultado de um exame de saúde, cujo diagnóstico poderá alterar profundamente a natureza das coisas e da vida. .

Imagine jovens namorados esperando que a menstruação dela, finalmente chegue, afastando o risco de uma gravidez não planejada, com toda mudança que dela virá.

Imagine a espera pelo resultado de um concurso, uma seleção. 

Imagine, imagine, imagine...

Todas essas esperas têm algo em comum: elas possuem uma data limite no futuro, para que seja "sim", ou "não".

São esperas para as quais não cabem um "talvez".

Elas têm prazo de validade futuro para ocorrerem.

Mas, parece que o tempo, esse ardiloso objeto do desejo de muitos, quando não os têm, e desperdiçado por muitos, quando os têm de sobra, vinga-se do futuro da espera, eternizando o presente.

E as horas se arrastam, e o objeto esperado invade tudo, tira a força para tocar outros projetos, anestesia sentimentos, e coloca o ser esperante no modo "pause": para tudo que não diga respeito à coisa esperada.

Ela, a coisa, vira tema de inúmeras pensamentos, de previsões - ora otimistas, ora trágicas, ora catastróficas, ora vigorosas.

E a emoção positiva vai sendo drenada. A alma cambaleia, o corpo fadiga-se, tudo parece que não acontece, impregnado pelo excesso de ansiedade, temor e estresse, o corpo produz mais e mais o hormônio Cortisol, que só agrava a situação.

Ontem atendi um caso assim.  Ele espera uma decisão para início de setembro. E se consome, em aflições e preocupações antecipatórias. 

Também já vivi as minhas. Os meus "imagine". E sei de onde meu paciente estava falando.

Compreendo-o profundamente e tenho uma intensa compaixão de sua história de vida, e espera, que agora é um pouco minha também.

Bem, como não podemos antecipar o futuro, temos que aprender a beber "desse cálice" da espera, protegendo áreas que poderão servir como terapia ocupacional, apoio, ou entretenimento, que ajudarão a diminuir a percepção de que o tempo não passa. 

Meter a cabeça no trabalho, ou estudos, ajuda.  Conversar com os amigos, sobre outros temas, ajuda.  Fazer uma viagem, enquanto espera, ajuda. Orar ao bom Deus, ajuda. Encontrar um espaço de paz, em meio ao turbilhão de emoções, ajuda. Caminhar, meditar, contemplar, ajuda.  Tomar um chá de camomila, ajuda.  

Fazer um exercício de ganhos e perdas, com os possíveis resultados: caso Sim, ou caso Não, também ajuda a objetivar o futuro, veja o exemplo com o resultado de um processo seletivo:

O ganho se passar na seleção?             O que perco se não passar na seleção?
O que perco se passar na seleção?       O que ganho se não passar na seleção?

O que deverei fazer, como agir, caso uma das perdas se realizem em meu viver?

Como melhor aproveitarei o que ganharei, no caso de Sim, ou Não, para recuperar as forças e prosseguir lutando pelos meus sonhos? 

Mas, o que fará toda a diferença é a coragem de enfrentar o que virá a ser.

É ir cultivando a coragem, caso o resultado não seja aquele esperado. A coragem de oferecer respostas  à vida, a partir do trágico resultado recebido.

Não adianta acionar o modo "Culpa", ou "Vítima". Aliás, nem adianta, nem dá mais tempo, nem funcionará. Só vai atrapalhar as respostas, deixando a pessoa se auto-flagelando, sentando à margem da calçada do viver. 

A vida pedirá respostas rápidas, pedirá força, atitudes de adaptação, de mudança. 
Compreender-se na agonia da espera, como passando por um sentimento profundamente humano, de quem ainda tem coração, é fundamental.  
Não querer antecipar agendas, apressar o rio, também!  

Afinal, o futuro será um prato servido e degustado no amanhã, porém cozido nas panelas e ingredientes do presente, e no tempo da chama.

E quem ainda não passou por alguns "Imagines", pelo coração angustiado e apertado de uma espera, ainda não sabe o que é viver!

A vida é feita também de momentos de deserto existencial, momentos de complexas dores emocionais, medos quanto ao amanhã, ansiedade por notícias boas, para as quais, só ele, o próprio tempo, dirá o que delas brotará. 

Mas,  independente dele - o Tempo, se em tudo o amor estiver presente, ele, o próprio amor, se encarregará de dar um sentido, ao mais caótico dos resultados.  

E, quem passou por essa espera sairá dela mais forte,  e até mais feliz, quem sabe!

Sinta-se Melhor (De Jeconias Júnior)

Gosto de quem escreve, de forma complexa, sobre o simples do cotidiano.
Meu amigo Júnior, o JEC, tem esse dom.

Raramente reposto textos no meu blog, pelo caráter autoral do mesmo.
Contudo, fiz hoje uma exceção.
É que tempos atrás eu também fiquei agradavelmente surpreso, ao ver os inscritos daquele saquinho de avião. Na ocasião, fiz a foto dele, e a guardei para fazer uma crônica.

Mas, acabei esquecendo, ou outras tomaram-na à frente.

A crônica que o Juninho fez, representa o que queria escrever.

Então, por que reinventar a roda?

Espero que o degustem com prazer. E, aproveitando a visita, visitem a Blogdega do Jec, nela tem muitas coisas boas.  Sinta-se Melhor!

Caminhe entre pétalas. (Autor Ricardo de Faria Barros)


Era noite de segunda e havia um clima de tensão na turma.
Afinal, seria a primeira das minhas nove aulas a ser dividida, com duplas de alunos, previamente selecionadas.
O texto utilizado foi o "Atitudes Florezinhas Amarelas", um dos mais acessados no meu blog, o Bode com Farinha.
Nele, falo de pessoas comuns com comportamentos incomuns. Pessoas que fazem com o simples, a beleza do complexo. Gente com posturas cotidianas de encantamentos e assombros, perante a mágica e mística de viver.
Gente que trilha seu caminho entre pétalas, como as dessa foto, e que aromatiza a vida de quem com eles convive, só pela sua presença amorosa entre nós.
E a aula foi avançando. A cada atividade, uma surpresa, e das boas, daquelas do tipo florezinhas amarelas.
Tudo feito com muito amor, entrega e generosidade.
Quando os debates começaram, coisas lindas eu ouvi, cuja as quais compartilho.
Um aluno falou de como trata os mais simples de seu trabalho. Do quanto os respeita e acolhe, interagindo com eles.
Uma outra, falou que tem sido flor amarela junto ao marido. Estimulando-o a resgatar o relacionamento com o pai dele.
E por aí seguiram os testemunhos, cada um mais lindo que o outro.
Quando já estávamos saciados, emocionalmente falando, um aluno pediu a palavra.
Ele contou que há três anos levou os pais para a primeira viagem internacional deles, numa promoção de passagens que pegou para o Uruguai.
E a viagem foi tão boa que logo quando voltaram já planejaram a próxima, para visitar Portugal.
Afinal, sua mãe é neta de portugueses e nunca foi visitar a parentada por lá.
Ele contou que no dia em que entregou o passaporte para eles, a emoção tomou conta de todos.
A mãe segurava aquele documento como se fosse uma joia rara e preciosa. E ela disse que iria bordar toalhinhas de rosto com o nome de todos seus parentes vivos e residentes em Portugal, uns 30.
E passou a bordá-las.
Mas, nem sempre as coisas saem como planejamos. Têm horas nas quais o carrossel do destino roda, e a vida se apresenta em cenas trágicas. E só nos resta pedir que seja apenas um pesadelo acordado. Mas não era.
Sua mãe sentiu dores, fez exames, e constatou-se que tinha uma séria doença, e que teria pouca chances de uma vida mais longa.
A partir daí, meu aluno passou a visitá-la mensalmente. Ele contou que em cada visita era uma despedida, pois não saberia se a veria novamente na próxima vez.
Ela mora em Belo Horizonte e ele em Brasília. Ele disse que uma forma de manter a esperança, de a encontrar viva na próxima visita era a de comprar sempre passagens para pelos menos dois meses à frente.
Sempre que ele ia visitá-la, já tinha as passagens compradas para os meses subsequentes.
E, a cada visita ele vivia a despedida. Nelas, sua mãe pedia perdão, e desculpas por coisas que achava que tinha feito, ou não feito, na infância e juventude dele, às quais ele nem se lembrava e pedia que a mãe parasse com aquilo, e dizia-lhe que a amava de montão.
Nesse trecho da aula a turma toda, inclusive eu, estava profundamente emocionada.
Que relato de vida!
Aí, ele continuou nos dizendo que de mês em mês, de despedida em despedida, ela ainda resistiu por três anos, contrariando os melhores prognósticos da doença, que lhe davam poucos meses de vida.
E que ela nunca parou de bordar as toalhinhas. Falou emocionado que o dia da partida dela coincidiu com uma de suas visitas. E que esse era o seu maior desejo, estar presente na partida da mãe.
O pai dele, no dia do enterro, falava que os bordados tinham sido em vão e que o sonho dela não pudera ser realizado pela doença.
Aí ele, abraçado ao pai, falou que em dois meses os dois iriam à Portugal, entregarem pessoalmente as toalhinhas, parente à parente, realizando o sonho dela.
E de fato foram.
Nesse momento da aula não havia mais o que falar, só sentir. Sentir a força do amor. Sentir como o amor faz-nos maiores e melhores.
Sentir como o amor nos faz caminhar entre pétalas de rosas, espalhando nosso perfume por onde passamos, em nossa jornada peregrina.
Sim, amigos e amigas que me leem, o amor vence o medo, o amor vence o ódio, o amor vence o destino mais incerto, inseguro e distante que por ventura açoite nosso coração.
O amor é a própria florzinha amarela. Ou a rara borboleta azul.
O amor desse filho, e os outros amores que ouvi nos relatos dos outros alunos - sobre suas práticas florezinhas amarelas, é um testemunho inequívoco de que a humanidade tem salvação.
Não deixe as toalhinhas bordadas, de quem ama, sem serem entregues!
Não temas o que lhe aflige nesse momento.
Prossiga caminhando entre pétalas, acreditando na força do amanhã, doando amor, exalando amor, sentindo amor, mesmo que se sinta eventualmente sem os pés no chão, ou amedrontado, como meu aluno sentiu, não deixe que o medo te imobilize. Abra-se ao amor, será ele quem te fará não desistir de tua melhor essência, de tua maior jornada, a de ser luz na vida dos outros, com os quais convive.
Tão carentes de pessoas amorosas que ao caminhar entre eles é como se caminhassem por entre pétalas perfumadas.

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