CARPE-DIEM








Gosto de cozinhar. Acho uma grande terapia. É prazeiroso fazer comida para uma pessoa querida. Já fiz meu frango na cerveja para pessoas lindas. É um prato simples, fácil de fazer e especial. Mas, não é de culinária que este artigo quer falar. Vou falar do "Bife a Cavalo".

- Puxa, você diz que não é de culinária e sai com este bife!
- Calma que já explico...

Para fazer este prato necessitamos de ovos cozidos e de carne. Ao servi-lo, fazemos uma rodela no interior do bife na qual inserimos pedaços de ovos cozidos e fica uma delícia!

Pois bem, quem se comprometeu e quem se envolveu na relação: o bife ou o ovo?

Uma pergunta um pouco estranha, não é?

O ovo de galinha, como o nome diz, é produzido pela galinha. Se tudo correr bem com dona galinha, ela todo mês produzirá alguns ovos. Num tirual milenar. O bife pode ser produzido da carne bovina, entre outras.

Já dá para perceber a diferença entre comprometer-se e envolver-se?

A galinha, envolveu-se na produção do "Bife a Cavalo". Ela doou algo seu que no outro dia lhe seria reposto, o ovo.

O Boi, ou a vaca , ou algo do gênero de cuja carne pode ser fazer um bife, comprometeu-se. Tirou uma parte de si mesmo que não lhe será reposta.

Ninguém nunca ouviu falar de um boi, pastando, sem um pedaço de seu filé, não é!

O boi comprometeu-se. Doou parte de si mesmo.

Acho que este prato tem muito a nos ensinar. Quantas vezes apenas nos envolvemos com a vida. Somos balançados ao sabor dos ventos e das marés. Criamos uma consciência de onipotência, e, para nós, os dias podem ser vividos sem a mínima graça, pois outros virão, tal como a postura da galinha, se lembra!

Outros de nós, aprenderam a comprometer-se com a vida. E comprometer-se com a vida é vivê-la em sua expressão máxima. A expressão da solidariedade. Do carp-diem, do viva hoje e bem. Damos algo de nós mesmos para que outros possam ser felizes. É mais que um simples verniz. É uma "metanóia" ou seja uma mudança profunda .

Comprometer-se é vibrar, acreditar nas infinitas possibilidades de que dispomos.
Comprometer-se é ser capaz de impregnar-se com uma causa, com uma pessoa ou com um trabalho.
Comprometer-se é agir como de nossa força e luta dependesse o grupo para o alcance da vitória.

É uma pena que muitos não chegam a essência deste comprometer-se. Vão ficando temerosos, frios e calculistas. Suas relações vão revestindo-se de racionalidade e em nada mais mergulham com a alma. Aprendem apenas, e quando muito, a envolver-se com algo, em cenas repetidas e sem energia tais como:.

- E a garota com quem namoras? Vou ficando...
- E a Igreja que freqüentas? Boazinha...
- E como vai no trabalho? Sobrevivendo...
- Tem ajudado alguém? Às vezes...

E assim, vamos banalizando todas nossas participações, neste grande teatro da vida, tornado nossa atuação descartável. Apenas nos envolvendo. Somos atores coadjuvantes, quando apenas envolvidos.

Até quando? Até quando não aprenderemos a dar, de nós mesmos. A tirar do que nos falta. Basta de envolvimentos superficiais e supérfluos. A vida é bem mais grandiosa quando na mínimas coisas aprendermos a nos comprometer.

Precisamos deixar nossa marca pessoal, nesta irrevogável, inalienável e inesgotável missão-nossa-de-cada dia. Afinal, esta é a nossa obra. Portanto, viva o dia! (carpe-diem)

2 comentários:

Seu comentário é uma honra.

Crônicas Anteriores