Coragem de andar em ônibus e metrô sem ser molestada.
Coragem de chorar em reunião da firma, frente a decisões que impactarão a vida de muitos.
Coragem de brincar com os meninos, sem ser tida como masculina.
Coragem para arrumar o quarto de um filho que se foi
Coragem de vestir azul, ou não gostar de rosa.
Coragem em não querer assumir qualquer dos papeis esperados dela pela sociedade machista e patriarcal, inclusive o de ser mãe.
Coragem de se reinventar, após romances nos quais se entregou de corpo e alma, terem ido para o brejo.
Coragem em chamar atenção para os aspectos subjetivos da gestão, em meio à tanta racionalidade fria e desumana no gerenciamento.
Coragem de criar os filhotes, e tocar lida do lar, sem a justa divisão de tarefas com o cônjuge.
Coragem de trabalhar em funções similares, porém ganhando menos.
Coragem para dizer que às vezes cansa ser mãe, e que ela precisa de seu próprio espaço.
Coragem em levar o carro na oficina, e não ser ludibriada.
Coragem em tirar "a burca" e reivindicar direitos civis, sofrendo ameaças de morte.
Coragem de receber em seu apartamento e não ser tida como fácil.
Coragem de sair na noite sem perseguida como caça sexual.
Coragem de discutir a relação sem ser agredida.
Coragem em continuar sendo sensível num mundo de tanta insensibilidade.Coragem de denunciar todo tipo de violência ou exploração que sofre.
Coragem de lutar por melhores condições de trabalho nas senzalas urbanas, com seus minúsculos quartos de empregadas.
Coragem de se erguer após ser violentada, muitas das vezes por pessoas que gravitam perto do ecossistema familiar.
Coragem de buscar a ascensão profissional, sem ser assediada pelos detentores do poder.
Coragem de usar a roupa que quer, a maquiagem que quer, sem se importunar com gente que a quer encarcerar em suas próprias prisões comportamentais.
Coragem em estimular e apoiar os filhos, quando todos já negaram-lhes o apoio.
Coragem de dizer que o não é não.
Coragem de soprar uma brisa azul refrescante e rejuvenescedora, em meio ao deserto emocional dos tempos atuais.
Coragem em teimar amar, teimar ter esperança, teimar perdoar, teimar ter gratidão e delicadeza, olhando a vida com um olhar de poesia, em meio à aridez de valores atuais da contemporaneidade.
Coragem de ser feminina e vaidosa, mesmo cansada após uma manhã de trabalho, ao pedir para repetir a foto: "Agora sem os óculos, para eu parecer mais bonita". Como falou a Carla, a da foto, que nos atende tão bem no estacionamento do Deck Sul, na QI 11 em Brasília-DF, ao nos brindar com sua visão positiva, otimista e bem-humorada da vida. Ela vende mais que café, vende esperança!
E são assim as mulheres avós, mães, filhas, tias, parceiras afetivas e trabalhadoras, são portais da coragem e com esperança elas estão na batalha ousando subverter a ordem reinante!
Como sempre, textos maravilhosos!! Parabéns!!!!
ResponderExcluirSensacional o texto..
ResponderExcluirParabéns Ricardinho.
Abs
Muito bom Ricardo! Obrigada por compartilhar lindas palavras conosco.
ResponderExcluirQue texto! Gratidão!
ResponderExcluirLindo
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