Educação para Aposentadoria

Recentemente, a Secretaria de Gestão de Pessoas, do Serviço Público Federal, lançou a Portaria n.12 que regula, orienta, estimula e monitora ações de promoção à educação para uma melhor adaptação à aposentadoria. Show!
Destaco, a título de uma provinha, partes deste documento tão importante à responsabilidade e cidadania empresarial:

Diretrizes:

I, Instituir programas, projetos e ações de gestão de pessoas que contemplem os objetivos e metas institucionais, que promovam a gestão do conhecimento, a saúde e a qualidade de vida do servidor público federal; [...]

VI. possibilitar aos servidores a identificação dos seus recursos pessoais, familiares, institucionais e
sociais de modo a facilitar a tomada de decisão consciente e segura sobre o melhor momento para se aposentar; [...]

VII. promover o autoconhecimento dos servidores, ou seja, permitir que eles conheçam os comportamentos que devem ser mantidos e aqueles que devem ser modificados em prol de um envelhecimento ativo e de uma transição saudável à aposentadoria.

Vale a pena conhecer este documento como um todo. Super bem escrito e alinhado ás boas práticas do tema longevidade. E é bem por aí que podemos fazer algo diferente .
Este ano tive a honra de palestrar em eventos neste sentido capitaneados pela ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar). E pela Sistel (Fundação Sistel de Seguridade Social).
Foram experiências maravilhosas que vivi. E esta discussão precisa ingressar também na agenda da instituições privadas e sociais. Há algo de novo ocorrendo e que não podemos nos omitir.

Quem de vocês que me leem conhece alguém com mais de 80 anos?
Acredito que muitos. E, quando acessarem este blog (http://www.bodecomfarinha.blogspot.com.br), lá pelos anos 2038, a pergunta será:

Quem de vocês que me leem conhece alguém com mais de 80 anos?
E, a resposta, a mesma: "conheço muitos".

A expectativa de vida para quem nascia na década de 40 era de 45 anos.
Hoje, saltou para 76 anos, e subindo a cada ano.
A ideia de uma terceira idade fadada à inatividade, ao "retorno aos aposentos", cada vez encontra menos eco, nos valores vivenciais e comportamentais dos envelhescentes.
Sim, envelhescentes. Pessoas que assumem esta etapa da vida como mais uma etapa, com seus ônus e bônus, assim como na adolescência. Mas, não mais como uma etapa do tipo "descendo a ladeira para a morte..."
Uma verdadeira revolução está ocorrendo em todo mundo, a dos Novos Velhos.

Engraçado que foram eles mesmos quem puxaram a revolução social do final dos anos 60 e início dos anos 70, com bandeiras contra o preconceito e por igualdade de direitos civis: voto, trabalho, educação, transporte e saúde.

Agora, eles estão nas ruas novamente.

Hoje, do alto de seus 70-80 anos puxam, pela segunda vez, esta tão significativa mudança dialética no paradigma cultural da velhice.

Não querem mais ser vistos como "encostados", "malas sem alças", "gente rabugenta e sem energia".

Pelo contrário, este povo revolucionário está subvertendo a ordem reinante, ao negá-la em suas representações sociais da velhice, e agora voltam a trabalhar, estudar, namorar, se divertir, praticar esportes, socializar, assumir bandeiras sociais e buscar novas aventuras e aprenderes da vida e do viver.

Então, venha conosco para esta revolução. É hora de se despir das velhas roupas dos preconceitos sobre a tal da terceira idade, aquelas que já não nos cabem mais, e de começar a pensá-la como uma época de renascimento: necessários, satisfatórios, possíveis e urgentes.

Quais meus objetivos de vida para a etapa dos 80 anos aos 100 anos?
Esta pergunta não é mais uma doce utopia, ou obra de ficção.

Assim sendo, cuidemos já de começar a construir, tijolo a tijolo, um projeto de vida para atingi-lo até o nosso centenário.
Quanto mais cedo pensarmos nas questões da longevidade, com melhores condições chegaremos nela, para usufrui-la em todo o seu potencial de autonomia e gozo. 

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