Caminhando pela feira de Sobradinho, deparei-me com uma bancas de plantas, e nela tinha uma muda de uma plantinha que os beija-flores adoram, chamada de Russélia. Na casa de meu irmão, por exemplo, tem muitas destas plantinhas e eles fazem a festa.
A flor da Russélia, vermelha e atraente, tem um pequeno canudo na sua estrutura, que parece ter sido feito sob medida para o bico do beija-flor, encaixe perfeito, o côncavo e o convexo.
Não contei conversa e comprei uma muda pra mim. Mesmo o jarro pesando horrores, e a vendedora não tirando nem um real, dos R$ 35,00 que cobrou.
Eu precisava de um Plano B, para os beijas-flores voltarem à minha janela. Pois, numa das partes dela, justamente a que tive que fechar para colocar um ar-condicionado, era onde eles iam se alimentar de água de frutose que boto todas as manhãs, naqueles bebedouros plásticos. Assim sendo, após a interdição daquela banda de janela, perdi minha vista matinal deles.
Apostei então que o jarro de Russélia, com flores abundantes e viçosas, iria atraí-los.
Cheguei em casa, e arfando bicas com o jarro, consegui levá-lo até a jardineira de metal, que margeia a banda da janela que ainda abre. Fui me limpar no chuveiro, e ao voltar, já tinha um freguês de flores de Russélia, para meu espanto, era um canário da terra.
A foto desta crônica flagra este momento.
Logo depois chegaram os beija-flores e fizeram a alegria do final de tarde deste domingo.
Lembrei que na noite do sábado para o domingo minha irmã fez o aniversário da sobrinha Bianca, que fez 9 anos, comemorados de forma diferente. No lugar de uma festinha, ela proporcionou às crianças amigas da Bianca uma noitada de pijama, com direito à excussão noturna pelo condomínio, às 23h, seguida de uma algazarra maravilhosa de 19 crianças em suas barracas de acampamento, devidamente armadas no salão de festas, animadas com a sessão de karaokê que rolou, até 1 da manhã.
A mana foi flor de Russélia, para sua filha, e para aquelas crianças, inclusive o meu JG, de 9 anos.
Atraiu coisa boa, atraiu luz, bênção e felicidade. E, a atitude Russélia dela fez com que ninguém quisesse ficar de fora daquela animação de festa. Uma experiência inesquecível para aqueles pequenos.
Podemos ser flor de Russélia, emocional e comportamental, para muitos.
Têm muitas pessoas que andam se sentindo cansadas e desanimadas com a vida e o viver, e podemos alimentá-las em nossa Russélia.
E, quando elas se abastecerem de nosso entusiamo, esperança e vontade de viver, deixarão a nossa presença mais fortes.
Pense nisso!
Se queremos atrair coisas boas, atrair pessoas, cultivar amizades verdadeiras, nos destacar em qualquer profissão em que atuemos, é preciso cultivar nossa Russélia interior.
Muita gente anda reclamando de que ninguém é mais amigo de ninguém. Tem até uma música famosa que fala esta estrofe.
Eu acho que não é bem assim.
Têm muitas Pessoas-Russélias por aí. Pessoas que você tem um prazer danado em conviver com elas, visitá-las, em ficar na sua presença e em ser abraçado por elas.
Pessoas que quando saímos da presença delas não temos como disfarçar o sorriso no rosto, a paz no coração e a energização de nossa alma.
Elas são como aqueles dispositivos que fornecem carga adicional ao nosso celular.
Lembram aquele guardador de carros que fez um ponte com engradados plásticos para uma senhora atravessar a enchente no Rio de Janeiro? Ele foi Russélia.
Então, quando nossa janela estiver sem vida, sem nada que nos faça nos sentir bem, quando nossa auto-estima estiver fraquinha, fraquinha, e sentirmos que as pessoas estão se afastando de nós, quem sabe não seja porque andamos muito rabugentos, reclamões e pessimistas?
Quem sabe não é hora de voltar a florescer!
Polinizando em nossos corações as emoções positivas: paz, esperança, amor, perdão, bondade, ternura e empatia; E os pensamentos positivos: amanhã será melhor, isto também passa, eu sou grato, eu tenho valor, vou conseguir, é só uma fase...
Quem tem um jardim dentro de si costuma ver jardins em todo lugar e atrair coisas boas que retroalimentam o processo.
Belo texto. É tudo tão simples e a gente não para de dificultar os encontros, de complicar os relacionamentos. É só mirar-se na convivência dos pássaros com as flores.
ResponderExcluirÉ a, arte do encontro, embora existam tantos desencontros. É a capacitação do olhar para a ternura do viver.
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