1. Da faringite, diarreia, gripe, ou ter outras mazelas de saúde durante uma atuação.
2. De não aplicar os conceitos de construtivismo, multirreferencialidade e complexidade.
3. De tudo que me impeça de chegar no horário do curso.
4. De textos ruins, atividades mal descritas e do excesso de power-point.
Salva-me, Senhor!
5. De leituras longas, após o almoço, e do conteúdos apostilas-de-cursinhos.
6. De aplicar as dinâmicas de grupo como “brincadeiras”.
7. De alunos apáticos e perturbando na sala.
8. De estourar tempos e não alcançar os objetivos das atividades.
Livra-me, Senhor!
9. De ter sempre a melhor “resposta” e não se permitir às outras vistas de um ponto.
10. De não aceitar e reagir defensivamente aos feedbacks recebidos.
11. De ter uma recaída e achar que ser educador é despejar conhecimentos nos outros.
12. De ter um branco e esquecer parte do conteúdo expresso oralmente.
Cura-me, Senhor!
13. Do luto com um curso mal avaliado.
14. Dos preconceitos encanecidos ou adormecidos.
15. Das atuações sem pique e ânimo. E, ao atuar em dupla, de não formar uma liga.
16. Da falta de práxis pedagógica transformadora e cidadã.
Liberta-me, Senhor!
17. De cursos com textos mal escritos, ou de conteúdo duvidoso.
18. De não criar uma comunidade de aprendizagem, criadora de conhecimentos.
19. De não receber a digna remuneração pela labuta educacional.
20. De faltarem recursos para algumas atividades do curso.
Proteja-me, Senhor!
21. Dos convidados, em aberturas de curso, extrapolarem o tempo ou antecipar temas.
22. De participantes saindo da sala com frequência.
23. Na hora em que falte o sabor e o prazer em educar.
24. Quando cometer ou presenciar algum deslize ético em sala de aula.
Intervenha, Senhor!
25. Quando perder o assombro, o encantamento e a amorosidade nas atuações.
26. Quando tiver apresentando sintomas da Síndrome de Burnout.
27. Quando precisar de um sonrisal-pedagógico para digerir os “sapos da realidade”.
28. Quando não relacionar os temas à vida dos participantes e da sociedade.
Ajuda-me, Senhor!
29. De não ser passar muito tempo fora da sala de aula.
30. De participantes quebrando o barraco entre si.
31. De cursos fast-food com redução de carga horária em detrimento de sua qualidade.
32. Da falta de energia e de participantes vindo obrigados ao curso.
Faz um milagre, Senhor!
33. De querer desistir de ser educador.
34. De tornar um descrente da educação.
35. De nivelar a atuação à de educadores-pilotos-automáticos.
36. De achar que não preciso mais continuar aprendendo e renovando-me a cada curso.
Acampa teus anjos Senhor e me repreenda!
Às vezes penso estar na contramão dos fatos.
ResponderExcluirNão pela ausência de desafios. Enfrento meu leões todos os dias - uma tarefa árdua. Porém há algo dentro de mim que me acompanha desde criança. Um sentimento que nasceu com os elogios dos meus professores e os comentários comedidos da minha mãe: autoestima.
Por isso, quando vejo uma pessoa falar para uma criança que ela não é ninguém, que ela não se manda, que é muito pequena para entender as coisas e os vários "não pode" sem explicação, fico pensando quantos "não" essa pessoa deve ter recebido e que agora os distribui gratuitamente?
Na minha vida recebi vários não. E depois de recebê-los, perguntava por quê? Sim, eu não fui fácil. Algumas explicações vinham acompanhadas de termos cujo significado não compreendia. Lembro a primeira vez que vi a palavra "enteada". Inesquecível foi o castigo que levei por perguntar aquilo que não deveria saber.
A curiosidade tem seu preço. Lição aprendida, não desisti. Foi então que descobri e construí meu mundo, que nos versos de Clarice compartilho:
"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz." (Clarice Lispector)
Que lindo vou botar no meu livro este trecho de C. Lispector
ResponderExcluir"Por isso, quando vejo uma pessoa falar para uma criança que ela não é ninguém, que ela não se manda, que é muito pequena para entender as coisas e os vários "não pode" sem explicação, fico pensando quantos "não" essa pessoa deve ter recebido e que agora os distribui gratuitamente?" O pior é que estes não são reprododuzidos na educação e não a tornamos saborosa e signtificativa.
ResponderExcluirEducar é uma arte que exige paciência, cuja recompensa é incalculável. Não há tesouro no mundo que pague, não há herança maior.
ResponderExcluirAss.: P.R.
Educar é a prática do amor. Do amor exigente que acredita em transformação.
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