Tangendo a Boiada de Emoções Negativas


Existem sentimentos difíceis de serem processados: a mágoa, a calúnia,o rancor, a intriga, a culpa, a ingratidão e o amor não percebido. São os sete portais da dor emocional. Os livros de autoajuda ensinam, ensinam, ensinam, mas nada funciona. Os orantes idem. Psicólogos de todas as espécies entram em campo, e só tomam de goleada.
Esses tropeços emocionais arranham nosso disco de sentimental. E, por horas, dias, meses, ou até anos, ficamos tocando aquele pedaço só: empacados num trecho melodioso de dor, e em dó maior.
Já comeu algo que te deu indigestão?
Que te fez arrotar por dias?
Que só de lembrar a cabeça dói?
Pois bem, existem as indigestões da alma.
Coisas que entram atravessadas em nosso ser e nos abalam emocionalmente.
Em alguns casos, sugam de nós o viço e a motivação.
Processar esses sentimentos, convertendo-os em algo útil ao nosso crescimento é um desafio, digno de por ele ser vivido.
Mas, nada fácil.
Não é tão fácil virar a página, como os manuais e vídeos motivacionais apregoam.
Quem já foi vítima de uma injustiça sabe bem de que falo, de uma calúnia, de uma armação ou intriga.
Quem foi vítima da vaidade e invejas da corte, quem teve que engolir sapos para sobreviver, idem.
A verdade é que protegemos demais nossa autoimagem. Nos levamos a sério demais, E, não somos capacitados para sobreviver à frustração.
Sempre sofri muito com isso tudo.
Sofro de má digestão emocional.
Tenho azias homéricas de sentimentos mal digeridos.
Nos últimos anos tenho melhorado. Não curei. Ainda sofro mais do que devia com coisas sobre as quais não tenho controle. Mas noto em mim progressos.
Queria compartilhar contigo o que faço e vem dando bons resultados.
Eu virei um aboiador de sentimentos ruins.
Quando percebo que eles estão chegando os tanjo, qual tange-se uma boiada.
Luto contra a baixa autoestima com a razão.
Se vai chegando em mim aquela frequencia de desamor, mudo a estação imediatamente.
Se vai chegando em mim aquela frequencia de uma mágoa, troco a estação.
Como?
Penso racionalmente em outra coisas.
Falo com minha voz interior que está me azucrinando que ela pare. Que tenho mais o que fazer. E boto outros pensamentos pra rodar no meu HD.
Somos o que pensamos.
Não me curo pela emoção, pelo sentimental. Curo-me pela razão. Torno-me presente quando o sentimento ruim vem chegando. Identifico-lhe e, em cima dele, trabalho outros temas. Não querendo mudá-lo. Quem já sofreu, sabe que não adianta nada fingir que não dói. Dói. E a dor invade várias área de nosso ser. Chupa nossa essência. Tira nosso brilho, nos faz definhar.
Então eu luto, não contra a dor, mas desviando sua força para ela mesma. Qual artes marciais.
Luto, remodelando meus pensamentos para áreas que estão legais e que me sinto bem. Se não posso mudar uma situação, posso mudar a forma como por ela me deixo abater. Pense nisso! Aprenda com o acontecido, e, reprograme seus pensamentos para calar a voz interior que fica arranhada nessa cena de dor e melancolia. Salte a faixa arranhada do disco de seu viver. Como? Conscientemente. Coloque outros pensares para processar, assim virão outros agires.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é uma honra.

Crônicas Anteriores