Encontre seu jeito de fazer a diferença


Todas as manhãs sou abençoado ao cruzar com essa senhora.
Não tenho como não passar por ela e sair melhor.
Torço até para o sinal, na qual ela faz ponto entregando jornal, esteja fechado.
Quando ela me entrega o jornal Metro, agrega ao mesmo, uma farta dose de felicidade e disposição em servir.
Ela achou o sentir no trabalho. E não, como muitos ficam procurando - tal cachorro correndo atrás do próprio rabo, achar trabalho que faça sentido.
Ela trabalha com sentido e isso faz toda a diferença.
Aliás, ela encontrou seu jeito de ser diferente.
Enquanto ela posava para foto, estacionada ao meu lado, uma senhora acenava para ela.
Logo, ela foi ao seu encontro. Tratava-se de um mimo que a senhora do carro ao lado trouxe para ela. Algo numa sacolinha presente, Aquela senhora está retribuindo, os dias a dias, sob sol e chuva, que é brindado com o amor.
Sim, amigos, o trabalho pode ser um grande espaço para expressarmos amor aos nossos clientes.
Após receber o presente ela voltou-se para mim,l sempre correndo e gritou - ao ver o sinal abrindo, hoje ganhei dois presentes. E olhou para mim com olhos de vovó quando ver os netos.
Entendi então que um dos presentes fora a foto que fiz a pouco.
Ela deve ter se sentido bem, ao ser retratada.
Parti com um sorrisão largo no rosto.
Esqueci de todas as preocupações matinais e deixei fluir em mim o amor que dela emanou.
Que coisa linda é acharmos um jeito de fazer as coisas diferentes, nosso jeito de servir, independente do trabalho que executamos.
Servir com atenção, respeito e delicadeza ao outro.
O serviço dela não é fácil. Já vi outro operadores do mesmo trabalho que ligam o piloto automático e mais parecem máquinas dispensadoras de panfletos.
Trata-se de um serviço cansativo, tem que correr entre carros e aproveitar a brecha do sinal. E, convive-se com todo tipo de humor e personagem da selva social em que vivemos.
Mas, ela não se cansa. Sempre ativa e correndo entre as fileiras.
Amanhã vou presenteá-la com meus livros e perguntar seu nome.
As pessoas precisam de nomes.
Acho que ela se satisfaz mesmo é em não deixar nenhum cliente sem o jornal.
Chego a pensar que ela se diverte com o trabalho, e deve considerar as carreiras entre as filas a sua ginástica matinal.
Ela positivou sua existência.
Ela não tem medo de cara feia, vidro fechado.
Com seu sorriso, nos desarma.
Flagro vários "clientes" abrindo os vidros, ou deixando o celular de lado e renderem-se ao seu gesto de doação do jornal.
Ela encontrou seu jeito de fazer a diferença.
E, agora, estimula-me mais uma vez a procurar o meu jeito de fazer a diferença.
De bem servir, de encontrar o sentir no trabalho; e de fazer do mesmo uma vocação em transformar o local em que atuo melhor do que encontrei.

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