Utopia e Realidade

Sou um realista utópico. Não acho que utópicos são necessariamente não-realistas. Movo-me na realidade, embora nade para a utopia. Sou um otimista, vez por outra pessimista. Aliás, sou um pouco de tudo. Estes conceitos, este dicionário, não cabe no ser. Não cabe definir uma atitude dentro de uma planilha excel para acompanhá-la diariamente. Nunca gostei de coisas E ou E. Somos paradoxos. Somos E e E. O que nos define são nossa realizações, nossos agir no mundo, e é nesse cotidiano que se revela nossa face maior, somos quem quer um mundo melhor, sem desanimar do que vê por aí, influenciando o bem ao redor, ou somos dos que desanimaram com o que viram e ficaram sentados à beira do caminho, só reclamando e numa postura de vítima? Do sistema, da empresa, do gerente, de tudo?
 Para mim, uma postura positiva, uma psicologia cotidiana positiva, ajuda. Mas, ela não significa que não sejamos realistas, racionais, lógicos. Somos homos sapiens demiens. E o real, de que real falamos mesmo? Sobre que perspectiva? Não percebemos o real em sua completude, percebemos, o que nossa historicidade e valores filtram. O espaço do sonho, da fantasia, dos desejos, da esperança, são a subversão da ordem reinante. Eles significam que apesar das condições insalubres, da dureza do dia a dia, crê-se que se avança na compreensão de novos patamares de realidade. Sendo duro, sem perder a ternura, como falou um cara famoso, ou semeando entre lágrimas, como falou um menos famoso. Somos o que somos e o que define nossa postura no mundo é o espelho do outro.  No final, será ele quem julgará o que de fato somos. Agora vou pigar meu gardenal.

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