Ciclos


Caem as brumas e a noite avança. Lá fora, casais enamorados juram eterno amor. Nas casas mais singelas, uma sopa, um pão, um pedaço de família. Nos shoppings, um burburinho gostoso, tal sons de pássaros grasnando. Nos altares, promessas de dias melhores. No silêncio de uma enfermaria, após a hora da visita, um ou outro gemido. A vida segue seu curso, renova-se a cada domingo. Como sementes sequiosas, ávidas da chuva benfazeja, cada ser carrega em si propósitos a realizar na semana que inicia. Desabrocha a esperança, contida em cada coração. Esculpe-se assim - em argila vital, o coletivo de sonhos, com traços marcantes de dedicação, suor e perseverança em ser, fazer e acontecer.

Um comentário:

  1. Ciclos, a vida é feita deles e eles (os ciclos) a definem. Começar, terminar, e começar de novo e depois, novamente, e outra vez. Graças a eles, não há chuva que não passe, nem deserto que não se acabe. Dias se findam, e depois da escuridão da noite a luz traz nova esperança para os desesperados. Os mesmo desesperados que amanhecem o dia na contagem da agonia de mais um dia, ou menos um. Talvez os ciclos sejam, junto com a morte, as duas únicas certezas dessa vida, já que ela (a vida), é definida por eles. Bons ciclos o levem Ricardim.

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