Perversa Sociedade Pós-Moderna


Resolve tudo a seu jeito com violência emocional, arrogância, prepotência e intolerância à menor frustração.

Quer ir "pra janelinha e ficar no corredor", ao mesmo tempo, e, em ambos casos, sem fazer esforço. Sem disciplina e propósito.

Passa o dia com tédio, achando que nasceu para ser mais, achando que tudo ao redor, inclusive no que trabalha é pequeno, pobre e medíocre.

Não ama ninguém com profundidade. Vive no verniz.

Ao se olhar no espelho não se vê realmente. Vê um ego inflado, com uma persona distorcida para projetar sua fantasia e desejo de dominação, ou manipulação, de tudo e todos ao seu redor.

Desiste fácil, ou se desmotiva, caso não receba estímulos diários.

Nenhuma autocrítica ou Semancol. A culpa por tudo que lhe ocorre sempre será do Sistema, da escola, dos pais, amigos, chefe, empresa...

Vive na provisoriedade e ansiedade mil, sempre com a mala feita. Nunca relaxa, desfaz as malas e é feliz com o que possui, no aqui e agora.

Aliás, não valoriza o que possui. O gramado do vizinho é sempre melhor que o de sua casa.

Sua ambição é mórbida. E a vontade de crescer, a qualquer custo, o faz focar sua carreira apenas em ascensão.

Compara-se constantemente com os outros, mas ele é que é o cara.

Nunca pede ajuda, ou um feedback de omo está. Não precisa.

Tem um Deus, ou todos os Deuses, mas não tem compaixão pelo próximo, nenhuma.

Na infância foi super-mimado.

Todos diziam que ele era um menino prodígio. Tirava excelentes notas, dominava vários idiomas, menino viajado...
E, ele acreditou que era um pequeno Deus. 


Se os pais soubesse o estrago que fariam nele...

Só não foi ensinado a respeitar e conviver com as diferenças. A ser ético, manso e justo de coração.

Tem alto quociente intelectual e fraco quociente emocional.

Fazia birra para conseguir tudo que queria. Seus pais deram-lhe presentes, contudo esqueceram-se de lhe dar limites.

Seus valores são consumo, poder e aparência. 

Altamente individualista.

Tem uma vaidade tremenda, beirando o narcisismo.

Precisam que as pessoas alimentem nele sua autoestima. Por isso, se expõe de todas as maneiras.

Seu Templo, o Shopping. Sua fé as Marcas. Suas preces, o consumo.

Deleta o outro tão fácil de sua vida, quanto mudam de fases ou adquirem vidas nos videogames.

Se basta sozinho.

Como amante é um eterno masturbador solitário. Não aprendeu a trocar.

No diálogo, é só monólogo.

Começa mil coisas ao mesmo tempo, mas não termina nenhuma.

Acha que sabe tudo, mas sem o Google se desespera.

Não aprendeu a perder, nem tampouco a pedir desculpas.

Gratidão, não existe em seu vocabulário, afinal tudo gira ao seu redor.

Não aprende com os erros. Pois não erra. Subestima e menospreza todo mundo que pensa diferente.

Seu nome: Grande Parte da Sociedade Pós-Moderna. Com exceções, claro.

E, não me venham com Geração Y, Z...

É todo mundo que está ficando assim, inclusive, eu e você que me lê. Em alguma medida... 


Infelizmente esta é cultura atual em todo canto do mundo. 
De levar vantagem em tudo.
De sempre vencer. De considerar o derrotado como um traste.
De banalizar a dor, de coisificar o outro e de monetarizar a existência.
Não só a cultura de jovens e adolescentes; de todos.
De tanto conviver com isso, vamos incorporando valores pobres, como os acima relatados.
Todos temos que nos policiar, e nos educar para um outro mundo possível.  E é urgente!

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