Desviando-se de Torpedos Emocionais

Desviando-se de Torpedos Emocionais By Ricardim
Tem uma arte que nos torna menos tristes, não necessariamente mais felizes. Mas, garanto-lhes, menos tristes sim!
É a de se desviar das balas de coisas ruins, a nós dirigidas: seja pela realidade, seja pelos outros, ou de forma mais doentia, atiradas por nós,
contra nós mesmos.
Saber desviar o curso do rio negativo, quando ele vem descendo de morro abaixo, é um aprendizado sempre em desenvolvimento.
Tal aquele filme Matrix, no qual o ator principal, chamado de Neo, desvia-se das balas, de forma acrobática a ele dirigidas.
Essa acrobacia psicológica é muito importante para a saúde mental.
A primeira competência para esse aprendizado é a de reconhecer a bala.
Reconhecer que, como a ilustração remete, "algo deu errado".
Seja um acontecimento chato, seja uma decepção, ou até uma frustração. Algo que nos tirou do sério. Que nos fez mal.
Você sabe de que estou falando. Quando uma bala da negatividade nos atinge, sangramos emoções boas por todos os poros.
Temos uma hemorragia emocional - frutos dessas balas que penetram em nosso ser, que nos faz piores, ressentidos, resignados ou resmunguentos.
Sangramos esperança por todos os vasos e perdemos a pressão vital que mantém a dinâmica da vida e nos mantem positivos e otimistas, apesar de...
Mas como se desviar das balas? A receita foi publicada num artigo do Journal of Abnormal Psychology, em 1978, de autoria de Seligman, entre outros. E, comprovada 30 anos depois, num dos resultados do maior estudo longitudinal já feito numa população, o estudo Grant, no caso desse resultado, junto a ex-combatentes dos EUAs.
O que eles descobriram, afinal?
E que considero a arte de desviar-se das balas, inclusive daquelas perdidas que acontecem fruto da fatalidade, luto ou digamos "azar".
Que a forma com a qual lidamos com as adversidades faz toda a diferença no stress, imunidade e qualidade de vida emocional.
Adversidade é tudo de ruim que nos percebemos que nos ocorreu.
Desde um arranhão que dão em nosso carro, ou uma reprimenda do chefe, à dor da separação de amantes.
Vivem menos tristes, ansiosos e mofunbáticos aqueles que diante das adversidades possuem três atitudes que se combinam sinergicamente, potencializando resultados uma na outra.
a. Atitude de quem diz: Isso é passageiro. Amanhã será melhor.
b. Atitude de quem diz: Isso de ruim que me ocorreu não é abrangente, ainda têm áreas boas na minha vida.
c. Atitude de quem diz: não foi só por minha culpa que isso aconteceu, há outras variáveis externas que contribuíram com a adversidade.
Os cientistas comportamentais descobriram que os que têm um "estilo explicativo" sobre as adversidades ao contrário do descrito acima estão mais suscetíveis à tristeza, depressão e degradação da qualidade de vida.
Estes, "explicam" e portam-se perante as adversidades assim:
a1. Atitude de quem diz: Isso é permanente. Nunca ficarei melhor. Nunca sararei dessa dor.
b1. Atitude de quem diz: Isso que aconteceu de ruim comigo é abrangente. Não dou certo em nenhuma área na vida. Nada é bom em minha vida. Nada!
c1. Atitude de quem diz: Foi toda a culpa minha. Não há nada no contexto, na conjuntura, no lado de lá que tenha contribuído também. Tudo foi eu quem fez de errado.
Quem explica as adversidades pelo viés das alternativas: a, b ou c são mais resilientes e sobrevivem melhor às crises.
E que os que se portam pelas posturas a1, b1, e c2 desenvolvem um aprendizado perverso e doentio, o do Desamparo.
aprendido.
Aprendem hábito infelizes de ser. Não se desviam mais das balas.
Passam o dia botando pra dentro coisa ruim que poderiam ser relativizadas, não tão valorizadas, vistas de uma perspectiva referencial maior, ou simplesmente ignoradas.
Abrem o peito aberto às balas do pessimismo e perdem a flexibilidade de se desviar de rotas alteradas, ou pessoas.
Podemos aprender e ensinar a arte de se desviar das balas emocionais negativas, ou quando elas nos atingem, nos portar como as alternativas "a,b e c" .
Tudo é treino. Você percebe quando a bala está vindo e até que ponto deixará que ela lhe mate, um pouquinho a cada dia.
Convido-lhe a pensar sobre o assunto e parar de colecionar coisas ruins durante o dia, sem depurá-las, processá-las, ou, E por que não? Dar descarga nelas!

2 comentários:

  1. Estou a tentar visitar todos os seguidores do Peregrino E Servo, pois por uma acção do google meu perfil sumiu e estava a seguir o seu blog sem foto e agora tive de voltar a seguir, com outra foto. Aproveito para deixar um fraterno abraço e muita paz e saúde.
    António Jesus Batalha.

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  2. Muito obrigado amigo, sua presença me estimula a continuar.

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