Em quem nos tornaremos ao dobrar as esquinas do tempo?
Qual o tempo necessário para germinar o amanhã?
De quanto tempo precisamos para entender o valor do hoje?
Qual é o tempo da graça, por nós tão ansiado?
E o que conosco ocorrerá, e aos que amamos?
Quanto tempo precisamos para reagir e enfrentar nossos medos?
Quando alteraremos o destino das coisas, agindo no tempo presente?
Quem poderá dizer onde estará, e como, num futuro não tão distante?
Esse misterioso tempo só pode ser compreendido, em toda sua vitalidade, esvaziando-nos de nós mesmos.
E nos deixando conduzir, pela batuta de seu maestro principal, Aquele que toca os sons do silêncio.
E é no nada, ao ouvir a canção do silêncio, aquela da presença da ausência, na mais completa falta de ruídos, que o tempo rege suas notas. E nos fala. E nos renova. E nos faz outros. E nos anima a perseguir nossos sonhos, só por mais um dia.
E ele pode ser um bálsamo, para corações enlutados.
Pode ser uma tormenta, para gravidezes de esperas, e de qualquer tipo do que se gesta.
Às vezes é mágico, ao elastecer as horas do encontro de enamorados.
E pode ser místico, ao fazer passar os dias como se fossem minutos, pela intensidade do vivido.
Pode ser cruel, ao esperar febre baixar.
Para ouvi-lo, temos que escancarar as portas de nosso coração.
E sintonizarmos nas suas estações.
As estações do tempo têm a frequência do amor. Em qualquer que seja sua mais bonita expressão.
São nelas que esse compositor genial tece suas notas. Produzindo a música do que seremos amanhã.
Quem éramos nós?
Em que nos tornamos?
O que nos aconteceu?
Para responder a estas questões, e até degustá-las em nosso ser, precisamos de enfrentamentos, não se degusta o tempo sem maturidade.
E sem a coragem de olhar para trás e aprender com os minutos que passaram por nossos dedos e nada fizemos com eles, para eternizá-los.
Como se pudessem aparecer mais à frente.
E o tempo ri de nós. De nossa vã filosofia de achar que ele se repetirá. E nos julga bobos.
E ele pode ser juiz implacável. Pois, ao desperdiçá-lo, presos em nossas circunstâncias, justificativas e em condicionantes, acabamos por destruí-lo, no seu valor de construir um novo amanhã. (Ricardo F. Barros)
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