A Sindrome da Intolerância à Gente (Autor Ricardo de Faria Barros)

Faz parte das conquistas do Século XXI a identificação, cada vez mais precoce, de pessoas com problemas de saúde relacionados à intolerância: ao glúten, ou à lactose.
A partir daí, uma série de condutas preventivas surgiu, com impacto nos hábitos alimentares, no consumo, comercialização e na própria indústria de alimentos.
Também faz parte do legado deste século que mal se inicia, a convivência cada vez mais precoce com pessoas adoecidas pela Síndrome da Intolerância à Gente.
Sim meus caros, é uma síndrome, e é das piores, é de intolerância à gente.
Os principais sintomas desta doença social:

1. Agressividade banal e cotidiana;
2. Dificuldade de cultivar empatia e solidariedade social;
3. Incapacidade de sentir e expressar gratidão;
4. Mal estar generalizado junto a pessoas de etnias, fé, sotaques e expressão da sexualidade diferentes;
5. Apatia na harmonização de conflitos;
6. Culto excessivo ao eu, ao consumismo e ao individualismo;
7. Descarte, sem culpa ou pesar, do outro que não mais lhe interessa;
8. Anemia de pensamentos e emoções positivas;
9. Baixa resiliência aos choques relacionais;
10. Aversão à busca de outras verdades e conhecimentos, diferentes daqueles que aceita;
11. Xenofobia atitudinal, culto ao igual;
12. Idolatria para com algumas pessoas ou grupos, vis a vis, satanização de outros grupos e pessoas;
13. Coisificação dos outros que lhes servem, tornando-os invisíveis ao seu convívio;
14. Inabilidade em construir, manter e renovar relacionamentos saudáveis;
15. Alergia a gente humilde.

Se para as inadequações alimentares, à lactose e ao glúten, já encontramos formas de lidar com elas, para com a Síndrome da Intolerância à Gente ainda temos muito o que aprender.

Os ensinamentos para re-humanização da coletividade, e combate à expansão da Síndrome da Intolerância à Gente pede ações concretas, exemplos cotidianos, e práticas sociais em instituições formadoras do caráter como a família e a escola.

Precisamos urgentemente dar nossa parcela de contribuição para restaurar o tecido social da sociedade, tão esgarçado nestes tempos de ódio digital.




Um comentário:

  1. Concordo com sua lista de sintomas. O que mais percebo no meu universo, diariamente, são os sintomas 2, 3, 13 e 15 de sua lista.
    É difícil combater esse mal, pois me vejo impotente, sem saber como agir e me sinto a unica andorinha tentando fazer verão. O que posso fazer eu faço e de repente as vítimas dessas pessoas adoecidas se sentem especiais, como se eu tivesse feito algo fora do comum, enquanto que na realidade é somente o que todos devem fazer todos os dias a qualquer momento. Tratá-las bem. É tão fácil!
    Difícil é tratar essa doença.

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