Por uma Etiqueta em Redes Sociais, Urgente!


Por uma Etiqueta em Redes Sociais, Urgente! 
O ambiente das redes sociais reproduz o ambiente social no qual vivemos, com nossa cultura e valores contemporâneos. Entre em qualquer matéria, sobre qualquer coisa, e leia os comentários colocados no rodapé. Caso o site não tenha filtrado, você lerá absurdos e ficará sem acreditar se o que leu é o que o cara pensa mesmo. De tanta aberração escrita.
Muita intolerância, muita falta de convivência com outras vistas de um ponto.
Muita gritaria virtual e pouca paz.
A pessoa posta numa comunidade que gosta de um determinado poeta, cantor, etc. Não passa um minuto e entra um outro detonando, não só o comentário mas até quem o fez, descambando para ataques pessoais, o que é pior ainda.
Este que detona vai buscar em orelhas de livros argumentos e humilha o autor do post.
E assim vamos reproduzindo uma sociedade perversa, veloz e furiosa que desaprendeu a conviver.
Sabe aquelas fechadas no trânsito? Sabe aquele cara que "sai do engarrafamento", dirigindo na faixa de acostamento. E passa ao lado de seu carro com ar de vitorioso?
Sabe aquele cara que não deixa ninguém falar, que sempre está certo que foi criado sem limites, achando que tudo podia, pois tudo tinha?
Sabe aquele cara que botava apelidos em todo mundo, que sacaneava com as diferenças de sotaques, de opções sexuais, de cores, de religião, etc?

Ele está aqui também.

E aqui conseguiu finalmente o que sempre precisou. Palanque para satisfazer sua fraca autoestima, seu ego centrado.

Muita gente acha que pode falar o que quiser. Dizer o que quiser. Aproveita a onda e desce o cacete.
Esquece a força da palavra escrita. Esquece que pode responder pelo que fala.
Gostam de palco, de plateia. Moleques virtuais.
Gostam da polêmica, do conflito, do caos. Da briga, adoram uma briga.
Não sabem dialogar como quem joga frescobol na praia, sem deixar a palavra cair.

Eles gostam mesmo é de jogar pingue-pongue, a palavra é feita para derrubar, para atacar, para vencer o outro.
Tal bola de pingue pongue. É para vencer o outro. Sempre. Diferente do jogo de frescobol à beira-mar. Ali. a bola é tratada com carinho, arrumada par ao outro continuar a jogá-la, sem perdê-la, sem deixá-la cair. Como num diálogo entre iguais, um diálogo assertivo, construtivo, com amorosidade. Que não significa concordar com o que o outro diz, mas com cuidado apresentar outras vistas de um ponto. e abrir-se a visão de mundo e o lugar de onde fala do outro. Crescendo todos no embate das ideias, como numa ágora.
Não medem sua discordâncias no parâmetro do quanto ainda resta de concordância. Não semeiam convergências.

"Não concordo". Mas em quanto? De um a 100 qual o valor da discordância?

Leitor de orelha de livro sai arrotando sua pseudosapiência e humilhando a todos. Não pensa. Não pondera. Não mede o impacto do que diz. Joga merda no ventilador e pronto. Para ele sempre tem alguém armando, conspirando, tramando.
Acredita que há uma sala que se reúnem pessoas para tramarem contra as outras. Só ele é ético, cidadão e honesto. O resto ele sempre vê com desconfiança. Acha que é democrata, desde que não o contrariem.

Possui a inteligência emocional de uma ameba.

E vamos reproduzindo no meio virtual os resultado de uma escola e família que não ensinam os aprenderes do Ser e do Conviver.

Famílias que criam seus filhos para oprimirem, para destacarem-se mesmo que sob as costas dos outros.

Escolas que não ensinam a escutatória. A convivência, o respeito e o exercício do diálogo.

Uma sociedade excludente, agressiva e veloz... conectada mas sem criar vínculos.

Conectada, mas sem ser rede. Uma conexão de espinhos amontoados.

Sem liga entre eles.

Lógico, há muitas exceções. Há pessoas que usam o espaço virtual de forma super legal. Elas também reproduzem a sociedade. Também há pessoas solidárias, cidadãs e éticas na sociedade.

O problema é que o primeiro grupo: altamente individualista, narcisista, intolerante está sendo gerado em maior quantidade. Alimentam-se do outro, qual formigas matando as folhas. Filhos mimados e sem limites que nunca tiveram que "pegar ônibus", ou ralar por nada, que seus quartos têm todos os recursos de uma casa, que os isolam inclusive do contato com outras pessoas, geram adultos prepotentes, auto-suficientes e se achando o centro do mundo e atenções.
Para estas pessoas ter gratidão, compaixão, solidariedade, empatia pelo outro é super difícil, elas não aprenderam... ainda!

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