Sobre Ipês e o Choro




Um Ipê, destaca-se no luscofusco de um fim de tarde
no Setor Comercial do Jardim Botânico-DF, 
e provoca-me sobre o choro. 
Afinal, como disse o poetinha maior: 
"Ai de quem não rasga o coração."
Chorar não pode ser associado à descontrole emocional. 
Descontrole emocional é mordida, é negar-se a ocupar sua posição de Capitão, 
quando o momento pede... 
Quem chora pode ser muito mais controlado emocionalmente de que quem não chora. 
Controle emocional não significa não expor estados emocionais. 
Significa saber lidar com os sentimentos, em momentos de estresse ou de calmaria, 
usando-o a favor do grupo, e de si próprio. 
E, muitas das vezes, as lágrimas estarão a favor de quem as verte,
numa expressão final - justa e ética, do controle emocional. 
Deixarão mais fortes os que lavam a alma, seja de raiva, 
seja de dor, seja de alegria, seja de saudade, capacitando-os a novos embates. 
Chorar, sorrir, cantar, dançar, abraçar são expressões profundamente humanas, 
desde as cavernas. Negá-las, seria será negar o que temos de mais belo.
Chore meu filho, mas não deixe de apresentar resultados.
Ou seja, chore com os dentes cerrados, lutando!

E o Ipê? O Ipê está dentro de ti, e tuas eventuais 
lágrimas fortificam suas raízes e fazem sua florada, 
a cada nascer do sol da vida, ainda mais belas em teu ser. 
E, quem não chora em profundos momentos da vida, que atire a primeira lágrima. 
E eu a recolherei em meu coração, com ela irrigarei minha alma, 
pois cada lágrima carrega em si a história de nós todos.

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