Ruminar


Rumino pedaços de mim mesmo.
Entre o não e o talvez, avanço.
Reviro entranhas do que fui sem ser e acabei sendo.
Deito-me, ouvindo montanhas murmurantes.
Não sou o que de melhor pensei ser.
Sou distorção de mim mesmo, reflexo pálido do que penso ser.
Possibilidades e escolhas, caminhos, atalhos e retornos, e porque não?.
Lá fora a bruma cai, chove mansinho.
Um aroma de criança banhada invade a área.
Latidos acordam-me de minha modorrenta tarde.
Lembram-me: ei bora lá com força desenhar novos aconteceres.
Ente o não e o talvez, fico.
Enraizo brotos de outros em mim mesmo.
Minha melhor árvore veio da enxertia deles,
em meu tronco vital.
Escuto sons de grama brindando à garoa mansa.
Gargalhadas de grilos falantes.
Ao longe, um adeus, um abraço apertado e
um gosto de eterno.
Ele manda UOT.
Finalmente a conquistou. Posta pra mim foto deles.
Pede sigilo. é muito jovem ainda o amor.
Amor de lutas e ousadia.
Ela, manda email, triste, ele quer terminar.
Tem uma lista de coisas que ela não o atende mais.
Ela sofre.
A chuva renova-lhe feridas, dias sombrios e frios, matam amantes..
Ela manda SMS, o que dizer a uma amiga em luto?.
Seus filhos estão longe, ela veio trabalhar.
Saudade não pode ter, não conseguiria ficar.
A vida segue seu ritmo.
As gramas bebem o cálice do infinito.
Flores preparam-se para vida e morte.
Reviro entranhas... 
Penso, estou melhor do que um dia pensei ser.
Ahhh, como estou!!!

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