A Teia da Vida



A vida se impõe, mesmo quando de tão machucados com o dia-a-dia aprendemos a construir teias, a enredar armações, a aprisionar presas - reais ou imaginárias, interiores ou exteriores, para sobreviver.

Eis que um belo dia o amor e o perdão pedem passagem e nos resgatam.

Eles chegam de mansinho, com a docilidade de uma gota de água, e restabelecem nosso fluxo vital. Restauram forças esgotadas.

Ficamos surpresos conosco mesmos, pois aranha pesávamos que éramos, de tão fragilizados que estávamos em nossa auto-estima e sentido da vida.

Estas gotas podem vir do outro que cruza em nossa caminho. Este outro que confia em nós, que nos incentiva a superar nossas limitações.

Que enxerga em nós, tal qual amor de mãe, para além do que apresentamos de "fachada". Para além de nossa teia sufocante ou de nossas personas toxicas.

Assim como esta surpresa-aranha, que nunca imaginou que sua teia acumularia água, nosso ser quando tocado pelo amor explode em renascimentos, e novas todas as coisas se fazem.

Bendita aranha, bendita chuva, bendita teia que recolhe, além de pobres insetos, água que subverte a sua ordem reinante, e transcende ao seu próprio vir-a-ser.

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