Carregue Menos Fardos!

Às vezes, tal qual este bimotor a hélice - ultrapassado junto aos grandalhões turbinados, mas eficiente em sua trajetória, precisamos voltar às nossa origens e recuperar nossos antigos projetos de vida e valores.

Tal qual este velho bimotor, cumprindo sua missão, nossa felicidade pode está justamente em carregar menos fardos, ser menos potente, valente, inclemente, menos vaidoso, ter menos quereres e poderes.

Sem importar-se com os grandalhões à nossa volta, ostentando a marca da hora, o discurso da hora, e de alta toxidade emocional.

Cada vez fico mais convicto que o segredo da vida plena é uma utopia, uma fantasia, uma idiossincrasia.

Um jeito de viver desapegado, simples, permitindo-se diminuir o ritmo, para contemplar a beleza da vida e criar vínculos verdadeiros com todos que nos rodeiam.

O problema é que nos adaptamos aos novos tempos e tocamos nossa vida, e a de nossos filhos, com a velocidade de jatos de cruzeiros.

Neste devir tão veloz, os espaços para encontros verdadeiros ou para contemplação rareiam.

Há crianças que de tão completa sua agenda não têm tempo para brincarem.

Há adultos que de tanto empenho no trabalho, com suas jornadas de 12 horas, além de continuarem trabalhando nos seus lares, não possuem mais tempo livre para levarem-se para passear.
Sem falar que quando possuem um certo tempo livre precisam correr nos estudos para não serem descartados pelo mercado.

Alguns dirão, mas esta é a realidade do mundo corporativo.

Não resta dúvida.

Mas, a sociedade avançará.

Chegará um tempo no qual as pessoas pensarão duas vezes antes de assumir determinadas posições corporativas, sopesando o custo de vida que terão que arcar para bem desempenhá-las.

Chegará um tempo que voltaremos a colocar as cadeiras nas calçadas para conversar alegremente com nossos vizinhos, sentindo o vento-aracati soprando em nosso ser.

Nem que sejam calçadas virtuais, tais como esta do FB.

Nos perguntaremos de que vale tanta correria, tanta competição, se no final o bimotor a hélice também cumpriu a sua missão. E talvez com mais plenitude em seu viver.

Talvez o poeta esteja correto na sua canção-reflexão A Lista.
http://www.youtube.com/watch?v=zMxW-IMUzaM&feature=relatedA Lista

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