Num olhar a um menino, um encontro com Deus.







Observei-lhe durante um bom tempo. 
Sentado em sua cadeira de rodas, 
brincava sereno e feliz com o seu ioiô.
Seu tio, ao lado vendia queijos e galinhas.
Ele absorto em suas fantasias de brincante.
Feliz, apesar da condição de cadeirante...
Não vi uma ponta de reclamação, 
um choro ou um lamento.
Ele e sua resistência de um pequeno super herói.
Que dignidade infantil imensa naquele menino.
Orei ao Senhor dos Infinitos ao vê-lo.
Sua paz invadiu-me, consolou-me, aquele menino é um anjo.
Foi meu presente de natal.
Somos fortes e mais que vencedores.
Nada poderá nos aniquilar, nem a doença, nem a dor, nem a limitação física.
Somos maiores que o luto.
Somos belos e místicos.
Enganamos sofreres, 
anestesiamos dores, 
superamos horrores.
Como são plenos e sábios, também, aqueles que não o deixaram em casa e o trouxeram para ver a vida passar.
Para acompanhar as vendas, num dia de domingo, numa banca simples de feira livre.

Emocionado, chamei um vendedor de balões e disse-lhe: 
"Presenteei o garoto com um balão. 
Não diga que fui eu."

Eis que o garoto troca o Ioiô pelo balão, e continua embevecido olhando o horizonte, olhos meigos, 
de aceitação, 
de gratidão por viver.
Sonhando com a esperança, que deve estar dançando com o otimismo, e à sua frente.

Quantos por muito menos desanimam de viver?

QUANTOS...?

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