Os Sete Hábitos para a Infelicidade - A Eletrostática Relacional

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Nota Explicativa: A eletrostática estuda a eletricidade estática e seu acúmulo num determinado corpo. A corrente elétrica pode ser gerada por Atrito - Corpos de materiais diferentes, ao serem atritados, perdem ou ganham elétrons; por Contato: ao se estabelecer contato, um corpo condutor eletrizado eletriza outro condutor com carga de mesmo sinal. E, por Indução:  Um corpo eletrizado (indutor), ao se aproximar de um corpo condutor neutro, induz cargas em sua superfície (induzido).
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"Hoje você se superou nos erros no trabalho”.  
"Você poderia passar menos tempo no computador”.
“Você sempre está errado. Sempre!”
“O mundo seria melhor se todos pensassem como penso.”

As frases acima, são mera ficção, contudo qualquer semelhança não será mera coincidência.

Há relacionamentos nos quais toda a tesão foi substituída pela tensão. Relações tensas; carregadas de cobranças, de punições, de jogos dramáticos do tipo: “Eu ganhei, você perdeu”; “Eu não errei, a culpa foi sua”; “Eu estou certo, você errado.”

Você já deve ter convivido com pessoas tão carregadas que ao tocar nelas é como se levasse um choque.

Ou, viveu relações que mais pareciam uma disputa de cabo de força.

Cada um puxando o outro, mas sem espírito competitivo, espírito do brincar. O espírito era do dominar e arruinar o outro, eliminando qualquer espaço de convivência harmoniosa.

Existem cursos do rio da infelicidade frutos de relacionamentos doentios, relações que substituíram a tesão da convivência pela tensão. Quase gerando energia, no contato entre eles seja por atrito, contato ou indução, conforme a nota explicativa acima.
Um vai sugando a energia do outro, exaurindo.
E o pior que se habituou nesse hábito de infelicidade acaba gostando desse pseudo-poder, replicando esse comportamento explosivo, do tipo: “eu estou sempre certo e você nunca”, até nas reuniões da igreja em que participa.
Trata-se de uma espécie luta emocional para dominar o outro.
Aí, perde-se o encanto e admiração no relacionamento.
Todo dia é briga, briga, briga sobre briga.
E não é só em casamentos.
O comportamento se reproduz na vida social, no lazer, junto aos amigos, colegas de trabalho. Se for o chefe, ou um outro tipo de líder institucional, coitado de seus liderados e de suas famílias – sofreram todos.

O portador do hábito da Eletrostática Relacional morre um pouco todos os dias, da pior das mortes: a solidão.
Ninguém o suporta mais, e vão saindo de fininho quando ele chega.

É um curso de um rio dos pensamentos para a infelicidade.

Nele, há pouca, ou nenhuma tolerância e flexibilidade.
São como aquelas malas rígidas que tentamos colocar nos porta-malas de aviões. Dão um trabalhão danado, quando já estão cheios, enquanto aquelas mochilas desafiam as leis de espaço e volume e ao se espremerem acabam entrando em qualquer lugar.

Creio que algumas relações vão ficando tensas, rígidas. E as pessoas sem querer alimentam isso. Jogam combustível, todos os dias, na fogueira dos conflitos. Provocam, soltam iscas, quicam a bola, tudo para começar mais uma vez o jogo do: eu estou certo, você está errado.

A pessoa viciada nesse hábito infeliz tem dificuldade de aceitar críticas, feedback, orientação.

Afinal, se acha um pequeno deus, e todos devem-lhe subserviência, ao expressarem a autoridade.

Vou compartilhar uma história.

No início de minha vida paterna eu era assim para com meus filhos. Excessivamente tenso. Implicava com tudo.
Os banhos não tomados na hora acordada, a TV sempre ligada, a comida deixada no prato, o cachorro sujando a casa. Até que caiu a ficha que eu estava ficando rabugento. Um pai rabugento. Sempre tenso, cheio de cobranças, nunca relaxando e deixando as coisas ajeitarem-se por si só, ou aprendendo a conviver com elas.

Eu não vivia mais a tesão da relação de ser pai.

Durou uns dois anos, acho que eu estava assustado em ser pai tão jovem(19); e esse modo de ser me dava uma falsa sensação de segurança, uma pseudo-percepção de poder.

E isso causa um barato. Por isso vicia. E é aí mora o perigo.

Eu chegava em casa e o Tiago, com dois anos à época, tinha que parar de brincar para que eu “descansasse do trabalho”. Vê se pode?
Era muita cobrança em cima do coitado, nem um copo ele podia quebrar sem levar um cascudo.
Um dia acordei e vi que eu estava me perdendo, afundando-me num jeito de ser tenso, chato, triste e perdendo os melhores anos de meu viver.
Então, desapeguei e deixei as coisas serem mais leves, menos planejadas, menos controladas, menos certinhas... Avacalhei geral com as crianças e me converti ao amor.

Mudei, ainda bem, e a tempo de não destruir a autoestima de meus filhos.

Então, querido amigo(a) se você é do tipo que pega no pé de todo mundo. Que todo dia seu Bom Dia é apontar problemas, falhas, ou situações de que não gostou, convido-lhe a desapegar-se desse hábito para a infelicidade.
Transforme sua energia em tesão, pela vida, pelo outro, até por aquilo que não deu tão certo, ou não funcionou como planejara.
Paciência.
Desapegue-se do “eu estou sempre certo, e você...”
Bota no OLX.
Esse ambiente claustrofóbico vai matar ou envenenar a ambos.
Declare um armistício. Um tempo de paz. Não provoque o cão com vara curta. Tenha mais compaixão e empatia e recupere o encanto de ver no outro o que ele tem, e não o que não tem e lhe faz falta.  
Use a sua energia interior na atração, contato e indução de pessoas às emoções positivas, com práticas de empatia solidariedade e convivência amistosa e saudável.

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