Poucos.



Muitos querem a paz, mas são de guerra.
Muitos querem a verdade, mas são da mentira.
Muitos querem ser reconhecidos, mas não reconhecem.
Muitos querem afeto, mas não afetam mais a quem gosta.
Muitos querem comunicação, mas só são monólogos.
Muitos querem a justiça, mas são injustos.
Muitos querem a ética, mas são corruptos.
Muitos reclamam tempos áridos, mas não orvalham nada.
Muitos querem ser perdoados, mas não perdoam.
Muitos querem gratidão, mas não são gratos.
Muitos querem respeito, mas não respeitam.
Muitos querem uma segunda chance. Mas não a concedem.
Muitos querem em quem confiar, mas não confiam em ninguém.
Muitos querem uma exceção, mas são para os outros a regra.
Muitos querem compreensão, mas não compreendem.
Muitos são ativistas virtuais, mas na vida real omissos.
Muitos se conectam com todos, mas no dia a dia são ilhas.
Muitos querem solidariedade, mas são insensíveis à dor do outro.

Muitos querem ser amados, mas não amam.
Abençoados os poucos que ainda não viraram muitos.
Esse punhado de gente boa, mansa, solidária e a serviço, nos quatro cantos do mundo, que são, em pequenos gestos cotidianos, a mudança que almejam para todos nós.

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