Cresça!



Existem árvores chamadas de Sequoias que são gigantes. A de nome General Sherman, tem quase 100 metros de altura e 2.000 anos de idade. E vive na Califórnia. Outro dia, vi um documentário na Discovery sobre escaladores de topo de sequoias. Algumas delas, no seu alto, são ocas e dá até para fazer rapel descendo buraco adentro, copa abaixo. Outras, são ocas na base. Penso que algumas pessoas, sequoias que me perdoem a metáfora, crescem, crescem, crescem... somente em anos vividos. Por dentro, cada vez mais ocos. Esse é o desafio de amadurecer. Não ficar podre, ou oco. Só vivendo na fachada e pobre de valores. Por fora, grande Homem, por dentro vazio de sentido. Incapaz de amar, doar algo de si mesmo ao outro. Incapaz de pronunciar a frase mágica: eu te agradeço. De perdoar, de renovar-se dia a dia. Existem até algumas sequoias que todos os domingos erguem as mãos aos altares de Deus, de todas as denominações. Mas, são incapazes de preencherem a si próprias com coisas boas, belas e virtuosas e tornarem esse mundo melhor do que encontraram. Verdadeiros santos do pau oco. Esse é meu desafio, pós 50. Preencher meu interior oco com tudo que seja bom, belo e virtuoso. Com coisas para as quais realmente valha a pena por elas viver. Deixar de ser como "sepulcros caiados". Deixar fardos que carregava, à margem da estrada, e renovar as utopias, práticas e esperanças de ser bom para o mundo, e não o bom do mundo. Quantos cômodos cheios de bens, esperando um coração solidário que os doem. Foi só um exemplo, querida sequoia Sherman. Os piores, são os cômodos do coração cheios de eu, mim, mim mesmo e comigo. Esperando infeliz que um dia, mas sem nada fazer para isto, encontre-se e dê sentido à sua jornada com o Tu, Nós ou Eles. Mágicos e místicos encontros; cada vez mais raros, na oca sociedade em que vivemos.

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